• Rui Pereira, A partidocracia e a rua:
- ‘A democracia portuguesa deve a sua estabilidade, em larga medida, à persistência dos partidos que estão na sua origem. Na verdade, PS, PSD, PCP e CDS têm mantido, no essencial, as suas posições relativas, só esporadicamente ameaçadas pela emergência de fenómenos singulares como o "regenerador" PRD (transformado, por triste ironia, no "nacionalista" PNR) ou o "pós-moderno" Bloco de Esquerda – uma aliança entre ex-militantes comunistas, maoistas e trotsquistas, que seria totalmente impensável outrora, durante o processo revolucionário.
A crise e a ausência de respostas do sistema político levaram muitas pessoas a exprimir-se fora do quadro partidário. Essa tendência, que teve (até agora) o seu ponto mais alto na manifestação "inorgânica" de 15 de setembro, deve ser vista como uma oportunidade de reaproximar os cidadãos da Política. É necessário "ouvir a rua", sob pena de a rua se tornar violenta. As listas de independentes poderão não dar solução a todos os problemas nem alterar decisivamente o ambiente parlamentar, mas serão um contributo válido para a integração da rua na Cidade.’
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