sábado, fevereiro 23, 2013

“O ministro das Finanças que, nos seus seis primeiros trimestres de Governo, não acertou uma única previsão”

• Miguel Sousa Tavares, DERIVA [hoje no Expresso]:
    ‘Como se se tratasse de uma coisa banal, Vítor Gaspar foi ao Parlamento confessar que, após menos de dois meses de execução, o seu orçamento para 2013 já está, mais uma vez, desactualizado e ultrapassado pelos factos. Nada que toda a gente não esperasse e não tivesse previsto, menos ele e os cheerleaders da sua estratégica económica. Há mais de ano e meio em funções, Vítor Gaspar já conquistou um lugar na história: ficará como o ministro das Finanças que, nos seus seis primeiros trimestres de Governo, não acertou uma única previsão — nem quanto ao défice, nem quanto ao PIB, nem quanto ao desemprego, nem quanto às exportações, nem quanto à receita fiscal. Ele dirá, defendendo-se, que foi a conjuntura internacional que o lixou — mas até isso era previsível e ele não o previu. Tentará também dizer que ninguém esperava isto, mas é falso: foram inúmeros os que disseram antecipadamente que as suas políticas só poderiam ter estes resultados. E não era preciso ser economista, nem mestre, nem doutor em economia para o antecipar: bastava ter bom senso e prudência, não sujeitando a vida das pessoas ao resultado de experimentalismos académicos e tecnocráticos. (…)

    Para a história ficará também a desastrada estratégia de um governo que, tendo sido eleito com a tarefa de reformar o Estado e torná-lo sustentável, tratou antes de destruir a economia, liquidar 250.000 postos de trabalho e arrasar com impostos todo o tecido empresarial de pequena e média dimensão. E é agora, sobre os escombros deste desastre, que pretende fazer o que devia ter feito antes, quando tinha condições políticas e económicas para tal. Não sei se uma geração chegará para reparar os danos causados e voltar a dar a este país uma réstia de esperança.’

5 comentários :

Anónimo disse...

Quem pena que quem votou nestes imbecis tenha sentido a necessidade de vêr com os próprios olhos o que ai vinha.
Choras bem Sousa Tavares, mas choras tarde.
Gente como tu, por mais ódio que sentisse a Socrates, tinha a obrigação de ter percebido o que ai vinha e ter avisado o cidadão comum.
Muitos dos que agora choram andaram a tecer loas a este mesmo governo de imbecis e palhaços aquando a campanha eleitoral.
Não sabiam o que aí vinha. Então sois mais burros do que se esperava e claramente , tal como o governo, não tendes capacidade para estar nos lugares de influencia da opinião pública que ocupais.

Anónimo disse...

Disse e disse muito bem anónimo das 07:39.

josé neves disse...

Para a história ficará a dotada e douta clarividência política revelada por este mesmo MST na noite do debate televisivo entre Sócrates e Pedro.
Deveria ser imposto como expiação moral e intelectual a MST durante todo o resto da sua vida a obrigatoriedade de ver 100 vezes seguidas por dia e todos os dias o referido debate.
Com tal aprendizagem talvez esta criatura opinadora sob o efeito dos seus mesquinhos interesses (como no caso do fumar em recintos fechados), conseguisse alguma piedosa compreensão das pessoas sérias.

isabel disse...

esta tudo dito !!, como diz o MST, não era preciso ser economista para, desde o principio, adivinhar o que ai vinha...alias, bastou ver o tom baixo da campanha eleitoral para prever as intençoes por tras do golpe de estado !! concordo com o primeiro comentario a este post...pena que ele proprio nao tenho visto !!

Jacinto Branco disse...



O Sousa Tavares sempre foi assim como o Narciso: fala, fala, muito, mas só aparece quando já não é preciso...