Hoje no Diário Económico |
Vítor Gaspar fez questão de ser ele a escolher o presidente executivo da Caixa Geral de Depósitos: José de Matos, um colega do Banco de Portugal. Deixou ao Governo umas borlas para encaixar uns boys do PSD e do CDS-PP. Mas, entretanto, o conselho de administração da Caixa começou a desfazer-se: primeiro, Pedro Cardoso, que saiu para o BNU de Macau; em seguida, Jorge Tomé, que se transferiu para o Banif; depois, Nogueira Leite, para voltar a andar por aí; e, há um mês, Pedro Rebelo de Sousa, que pediu a demissão, mantida em segredo até hoje, por não lhe terem sido dadas condições para, enquanto administrador não executivo, fiscalizar as actividades do conselho de administração.
Tornou-se assim inevitável, contrariamente ao que queria Vítor Gaspar, refazer o conselho de administração da Caixa. Sabe-se muito pouco sobre as alterações em curso. Segundo o Diário Económico:
- • Faria de Oliveira, que conseguiu a proeza de ser chaiman do banco público e, simultaneamente, presidente da Associação de Bancos Portugueses, a corporação dos banqueiros, abandona a Caixa;
• Nuno Fernandes Thomaz, que entrou pela quota de Paulo Portas, é alçado a vice-presidente do maior banco português (um salto monumental para quem vinha de uma boutique financeira).
Uma coisa é certa: a luta corpo a corpo no conselho de ministros estendeu-se à Caixa. Ainda segundo o Diário Económico, Vítor Gaspar, não queria fazer mexidas no conselho de administração e vai ter de as fazer; Vítor Gaspar terá também perdido o braço-de-ferro sobre o papel do banco público no financiamento da economia.
Quem sabe se, não podendo impor a privatização da Caixa como anunciou, o alegado primeiro-ministro não está apostado em não deixar pedra sobre pedra?
1 comentário :
Não vai ficar pedra sobre pedra em Portugal: tanto melhor.
Quanto mais cascalho solto, mais munições grátis.
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