sábado, maio 11, 2013

Atentado contra o Estado de Direito: "Vou jantar, estou estoirado, vou dormir"


Há pouco mais de um ano, Noronha do Nascimento, presidente do Supremo Tribunal de Justiça, deu uma entrevista à TSF e ao DN, na qual discorreu longamente sobre a irrelevância das escutas a Sócrates. Hoje, noutra entrevista ao Expresso, o presidente do STJ volta a ser questionado sobre a mesma questão. Eis uma passagem da conversa:
    ‘A 22 ou 23 de julho de 2009 recebi uma chamada do procurador-geral (Pinto Monteiro) a dizer que tinha de ir a Lisboa. Perguntei se era urgente, ele disse que não e fui para Porto Santo fazer praia. Voltei a 5 de agosto e foi aí que soube o que era. "Tem isto aqui e tem de ser você a decidir o que fazer." Tinha os CD e uns volumes marcados com post-its nos sítios onde interessava, onde estavam os resumos com as conversas do primeiro-ministro. E aquilo era tão pouco que eu disse ao meu gabinete: mandem-me um carro com segurança, porque tenho de ler os volumes todos. Peguei em tudo e fui para o Douro, para uma casa que tenho sobre o rio. Li aquilo e pensei: querem enganar-me. Tem de haver mais do que isto. Estava na varanda a ver aquilo tudo, um por um, a ver se havia escutas escondidas além das assinaladas. Controlei os resumos todos e foi uma surpresa: a montanha pariu um rato. Nas escutas de Sócrates só havia conversas pessoais: "Vou jantar, estou estoirado, vou dormir."’

1 comentário :

Anónimo disse...

A direita é capaz de tudo e não faço mais comentarios - fico em pele de galinha


Zé Pirolito