sábado, junho 22, 2013

Órfãos da tempestade

• Pedro Adão e Silva, ÓRFÃOS DA TEMPESTADE [hoje no Expresso]: ‘
    ‘(:..) os sintomas de que os próprios partidos não só interiorizaram como reproduzem já a má ideia que os portugueses têm deles tem assumido manifestações caricatas. A cerca de quatro meses das autárquicas é penoso ver um sem-número de candidaturas que fazem os possíveis e os impossíveis por ocultar a sua pertença partidária. A ideia é peregrina, mas é igualmente estúpida: parte do princípio de que os eleitores dissociam marcas partidárias locais da marca partidária nacional, preservando autarcas da penalização que querem fazer ao Governo. Pior do que o descontentamento com a governação só mesmo tratar os eleitores como parvos.

    Precisamos dar resposta aos desequilíbrios orçamentais e à desagregação económica e social, mas é uma ilusão pensar que tal é possível se continuarmos reféns do atual vazio político. Os terrenos baldios que hoje nos circundam são férteis para fazer medrar todas as demagogias: das que cavalgam a corrupção como causa de todos os males e fazem da transparência uma virtude às que apontam baterias aos ressentimentos sociais para depois enunciarem soluções que têm tanto de simplista como de mirífico e perigoso.’

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