quinta-feira, julho 25, 2013

A toupeira


      “(…) Passos Coelho começou a receber dados que confirmavam a derrapagem e ouvia aquele mesmo diagnóstico de outras pessoas com quem falava e se aconselhava regularmente.

      Uma dessas pessoas era Maria Luís Albuquerque. A sua antiga professora na universidade era uma das sete pessoas que trabalhavam no gabinete de liquidez do IGCP. A ligação ao PSD não era segredo e há alguns meses que Maria Luís era deixada à margem das decisões e reuniões mais importantes do instituto. Com Passos ela não podia entrar em detalhes — as regras de confidencialidade não lho permitiam —, mas os dois não deixaram de partilhar as suas preocupações acerca da situação financeira do país.”
        David Dinis e Hugo Filipe Coelho, RESGATADOS — Os bastidores da ajuda financeira a Portugal, p. 87

Competia à Direcção Geral do Tesouro e Finanças (DGTF) apurar as necessidades de financiamento das empresas públicas. Maria Luís Albuquerque, que se havia transferido da Refer para o Instituto de Gestão do Crédito Público (IGCP), pôs-se a enviar e-mails para as empresas públicas para recolha de informações sobre as respectivas necessidades de financiamento, não obstante as suas funções no IGCP não terem nada a ver com estas matérias. Este estranho frenesim da Miss Swaps provocou uma reacção do responsável da DGTF, que comunicou a situação ao presidente do IGCP.

Os pedidos de informação às empresas públicas por parte da Miss Swaps aconteceram no período que antecedeu a negociação com a troika. Eis então que, inesperadamente, a Comissão Parlamentar de Inquérito à Celebração de Contratos de SWAPS - Gestão de Risco Financeiro por Empresas do Sector Público se depara com um novo problema: além do envolvimento de Maria Luís Albuquerque na questão dos contratos de swaps, há evidências de que a Miss Swaps terá exorbitado das suas funções, com a agravante de esse extravagante exercício se destinar a outros fins.

Chega-se à conclusão de que David Dinis e Hugo Filipe Coelho, embora aflorem o papel de toupeira de Maria Luís Albuquerque, poderão ter sido muito brandos quanto ao seu alcance.

4 comentários :

james disse...


Este David Dinis, agora, muito na moda, também joga para os dois lados.

Aparece com um ar muito certinho e preocupado com o país - como se alguém lhe tivesse pedido os seus préstimos para a governança -, mas não tem qualquer arrojo no tratamento jornalístico, ao contrário de Filipe Santos Costa.

O luminoso Sol bem tenta recuperar, mas assim não vai lá.

Ze Maria disse...

David Dinis é mais um prostituto armado en santinho. São do mais perigosos. Falinhas mansas e a redundar ideias de merda. Cada vez há menos porcaria desta a dar a cara pela canalha que desgoverna. O futuro é SEMPRE incerto.

Anónimo disse...

Este David Dinis não é o tipo que era assessor de imprensa do Durão Barroso?
laranjinha como o SOl.

Anónimo disse...

David Dinis não joga para os dois lados. É PSD mesmo.

E, sim, foi assessor do Durão Barroso. Só não o acompanhou para Bruxelas por razões de ordem familiar.

Chefiava a chamada "secção laranja" do Diário de Notícias.

João A. Figueiredo