Descubra as diferenças

João César das Neves, quando não anda entretido com o casamento entre pessoas do mesmo sexo, continua a aperfeiçoar a sua redacção da vaca. A indigência e o ridículo dos seus textos acentuam-se quando se lê, na mesma edição do DN, uma entrevista (sem link) a outro economista — Dani Rodrik — sobre a situação da zona euro (e em particular da economia portuguesa). Eis uma passagem:

O uso político-ideológico da austeridade é uma das marcas características da atual crise? Chegou a usar o termo "insanidade" para definir as atuais políticas de austeridade. É adequada essa palavra ao que se passa em países como Portugal?

Sinto que a estratégia foi errada, pondo demasiada ênfase nos cortes fiscais¹ nos países endividados e muito pouca em medidas de compensação para estabilizar e reanimar a procura em toda a Zona Euro. Por isso, a tendência das políticas foi para a austeridade. Em resultado, a forma como os desequilíbrios externos foram "corrigidos" provocou grandes taxas de desemprego. Em vez de uma estratégia de crescimento, ofereceu-se às economias débeis uma lista de reformas estruturais - "flexibilidade" do mercado de trabalho, liberalização de profissões de acesso restrito e privatizações. Por muito desejáveis que algumas dessas reformas sejam em tempos normais, não são muito eficazes em tempos de retração da procura. Se alguém não puder, primeiro que tudo, vender os seus produtos, vai contratar mais trabalhadores agora, só porque se tornou mais fácil despedi-los? Algumas reformas, como as privatizações, podem mesmo produzir efeitos negativos porque vão aumentar o número dos desempregados.

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¹ A tradução correcta seria "cortes orçamentais".