A memorável manifestação de 15 de Setembro contra a austeridade obrigou o Governo a recuar nas alterações à TSU. Então, a direita concentrou-se em impor alterações ao Código do Trabalho. O resultado está à vista:
Investigadores do Centro de Estudos Sociais (CES) da Universidade de Coimbra fizeram contas, que o Jornal de Negócios reproduz. Os cálculos do CES têm como pressuposto o caso de um trabalhador com um salário-base de 962,4 euros (o valor do salário médio em Outubro de 2012, apurado pelo Ministério da Economia):
O CES alerta que existem outros efeitos que não estão quantificados. Acresce que o impacto das novas regras laborais também se sentiu na receita da segurança social, que terá caído entre 66,1 e 251,9 milhões de euros. Em termos globais, o resultado é o seguinte:
Quando o Governo dá eco a vozes do Além de que é preciso reduzir ainda mais os custos laborais no sector privado, ficamos com uma ideia aproximada do modelo económico que a coligação PSD/CDS quer impor no país — em sintonia, de resto, com a declaração de Passos Coelho proferida após vencer as eleições: “Só vamos sair da crise empobrecendo”.
Como o relatório do CES sublinha, os esforços de austeridade que estão a ser aplicados já não têm como objectivo responder à crise, mas executar um programa político, que se consubstancia no empobrecimento dos trabalhadores e na redução dos direitos laborais e sociais.
- “No último ano, os trabalhadores perderam em média 2,3% do salário efectivo e deram à empresa uma semana e meia de trabalho a mais, sem qualquer retribuição adicional. Já as empresas viram os seus rendimentos aumentar entre os 2100 e os 2500 milhões de euros, por via da redução dos custos com os trabalhadores e do aumento dos dias de produção. Este é o balanço das alterações ao Código do Trabalho, em vigor desde Agosto de 2012, e faz parte do relatório do Observatório sobre Crises e Alternativas que será apresentado esta quarta-feira, em Lisboa.”
Investigadores do Centro de Estudos Sociais (CES) da Universidade de Coimbra fizeram contas, que o Jornal de Negócios reproduz. Os cálculos do CES têm como pressuposto o caso de um trabalhador com um salário-base de 962,4 euros (o valor do salário médio em Outubro de 2012, apurado pelo Ministério da Economia):
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O CES alerta que existem outros efeitos que não estão quantificados. Acresce que o impacto das novas regras laborais também se sentiu na receita da segurança social, que terá caído entre 66,1 e 251,9 milhões de euros. Em termos globais, o resultado é o seguinte:
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Quando o Governo dá eco a vozes do Além de que é preciso reduzir ainda mais os custos laborais no sector privado, ficamos com uma ideia aproximada do modelo económico que a coligação PSD/CDS quer impor no país — em sintonia, de resto, com a declaração de Passos Coelho proferida após vencer as eleições: “Só vamos sair da crise empobrecendo”.
Como o relatório do CES sublinha, os esforços de austeridade que estão a ser aplicados já não têm como objectivo responder à crise, mas executar um programa político, que se consubstancia no empobrecimento dos trabalhadores e na redução dos direitos laborais e sociais.
3 comentários :
Agora, em vez de uma memorável manifestação como a de 15 de Setembro de 2012 só faltava mesmo o povo todo sair à rua.
Espero para ver, quando, em Maio forem apresentadas as Declarações Modelo 22 (IRC) se esse acréscimo de valores com que as Empresas ficaram se vai refletir no aumento desse Imposto!
Pois. Parabéns aos senhores Jerónimo de Sousa e Francisco Louçã. E depois admiram-se de não terem ainda percebido o enrolo em que nos meteram no fatídico dia 23 de Março de 2011...
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