• Daniel Oliveira, Não aprender com Le Pen:
- «(...) O discurso contra os "preguiçosos" que vivem à conta do Estado, que a Frente Nacional sempre usou e que a direita liberal sempre alimentou, não é novo. É velho de barbas. E se fosse ele a origem deste crescimento de Le Pen, Sarkozy, que sempre defendeu este ponto de vista, estaria em alta. O que é novo em França é o oposto: é a "viragem liberal" dos socialistas, para explicarem a austeridade e os cortes no Estado Social. E é agora que os socialistas estão a ser humilhantemente derrotados. Quando fizeram uma campanha a defender esse mesmo Estado Social, ganharam as eleições. Tem sido, nesta crise, um clássico na Europa: ganhar eleições a defender o Estado Social, perdê-las depois de o começar a desmantelar.
Por mais que isso incomode os liberais, as massas populares não anseiam por um Estado fora da sociedade e da economia e concorrência sem travões. E não é esse o discurso de Le Pen. Muito pelo contrário. Ele resume-se, como seria de esperar, facilmente: a França e os franceses não aceitam ser governados pelos mercados. Tirando a imigração e a segurança, que, em relação ao passado, até perderam alguma relevância no seu discurso, Marine Le Pen pegou em todas as bandeiras sociais tradicionais dos socialistas e abandonou por completo o discurso economicamente mais liberal do pai. E é com isso mesmo que está a dar o salto que lhe faltava. Agradeçam não haver, em Portugal, uma extrema-direita estruturada. Porque, com os números que hoje se conhecem sobre os que, graças à austeridade, estão a ser atirados para a pobreza, teríamos muitas razões para estar preocupados. (...)»
3 comentários :
Daniel Oliveira foca-se no ponto essencial: a lenga-lenga neo-liberal não é o que as pessoas querem. As pessoas querem um Estado Social forte e sustentável, e isso é incompatível com a visão anti-estatista do desvio de recursos económicos do Estado Social para as empresas e para a "sociedade civil" (seja lá isso o que for...).
Le Pen soube alinhar o seu discurso, indo ao encontro dos anseios do povo: não queremos ser subjugados pela ditadura da dívida e dos mercados, da austeridade que só nos empobrece, da subserviência abjecta aos míticos "credores internacionais".
Isto em França, porque em Portugal a ladaínha do "vivemos acima das nossas possibilidades, temos de ser salvos através da redenção pelo sofrimento, etc." ainda vai tendo muitos adeptos. Isso diz muito acerca de nós como povo que gosta de sofrer.
Mas há esperança que, com o exemplo da França, o povo português evolua um pouco e comece a acordar para o logro que esta extrema-direita PPD/PP/Cavaco lhes tem impingido.
Felizmente, como refere Daniel Oliveira, a extrema-direita em Portugal é constituida por imbecis e criminosos sem a mínima capacidade de mobilização.
A esperança só pode estar no PS, com uma liderança à altura, capaz de fazer uma verdadeira oposição, resgatando o verdadeiro discurso e programa social-democrata, que foi o seu até ao consulado do Seguro (que não se sabe muito bem o que é), para poder, de novo, colocar Portugal no caminho certo.
Por isso urge recolocar Seguro no nível político compatível com as suas capacidades (um simples deputado), e devolver ao PS um líder à altura da grandeza deste Partido estruturador da nossa Democracia, capaz de remover do poder esta corja de psicopatas que está a destruir Portugal.
Daniel Oliveira tem razão nesta questão, apesar de noutras por vezes meter a pata na poça....e o PS português que se cuide que isto de andar sempre a arrastar a asa aos neoliberais vai custar-lhe muito caro. Já foi avisado por alguns socialistas mais inteligentes e sensatos, mas fez ouvidos moucos...se o Seguro seguir as politicas neoliberais e nefastas do Hollande depois não se venha queixar que o povo não vota nele...ainda vai ser mais trágico para o País e será culpado por isso e o PS terá de encontrar, inevitavelmente, um líder melhor do que esta imitação do coelhometro.Esta é a opinião de alguém que ouve o que povo já fala nas ruas...
Só é pena que o do, como o seu be, como o sô jerónimo e seus séquitos e outros adjacentes como bb, vpv, mst, pp e ectcetras,tão perspicazes que são agora (tal como o foram em cada momento do recém-passado), não tivessem tão grande conhecimento do futuro como agora têm e propagam convictamente.
Tiveste tantas oportunidades do, nos jornais e tv, para anteveres e nos anunciar todas as calamidades que agora antevês tão claramente e nada nos disseste.
Se conheces hoje tão bem o futuro certamente também já o conhecias há três anos e o que fizeste foi fazer tudo para que o futuro fosse este hoje que vivemos
Bonito serviço andas prestando aos portugueses.
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