sexta-feira, março 14, 2014

O passo que falta dar:
ir buscar as crianças e enfiá-las numa instituição

Que estava em causa no projecto de lei nº 278/XII, esta manhã chumbado na Assembleia da República? Apenas isto: no superior interesse da criança, quando duas pessoas do mesmo sexo sejam casadas (ou vivam em união de facto), assumindo um deles responsabilidades parentais em relação a uma criança por via de filiação (ou adopção), deve poder o cônjuge (ou o unido de facto) requerer a co-adopção da criança.

Por outras palavras, estando em causa a co-adopção de crianças que já fazem parte de famílias constituídas, quem as protege se morrer o cônjuge com responsabilidades parentais? Gostaria de ouvir a resposta a esta questão por parte dos deputados que votaram contra ou se abstiveram.

9 comentários :

Anónimo disse...

Indignação,revolta, raiva/ódio são alguns dos sentimentos que me assolam contra estes miseráveis que votaram (e/ou se abstiveram) contra a co-adopção. Estamos nas mão da pior vilanagem acéfala que o país conheceu em democracia!

Anónimo disse...

ver um partido como o cds, liderado por um homossexual, fazer bloco no voto contra é de uma hipocrisia incomensurável. e incomensurável é também não censurar publicamente esta hipocrisia. o mesmo se aplica à presidente da assembleia que abdicou do voto.

Anónimo disse...

Venha de lá a Ana Gomes para dar nome aos bois!!
Cem por cento de acordo com o anónimo/a das 07:00 da tarde.

RFC disse...

Voltarei eventualmente ao assunto + tarde, mas deixo uma nota por agora (para aquecer). O link do CC vem confirmar, fundamentalmente, o teor de uma notícia que vi no Expresso logo ao princípio da tarde. Ora, nas ausências, também aqui consta o nome da presidente do PS Maria de Belém (um cargo honrado, politicamente importante). Conhecem-se as razões?

Os deputados que faltaram:

Paulo Mota Pinto (PSD)
Paulo Sá (PCP) -[o PCP votou a favor em bloco mas o deputado estava ausente do país, acho.]
Maria de Belém Roseira (PS)
António Braga (PS) - tinha votado contra na votação da generalidade, em Maio de 2013
Paulo Pisco (PS)
João Rebelo (CDS-PP) - tinha-se abstido na votação da generalidade, em Maio de 2013

Anónimo disse...

Homossexual, hoje em dia é legal e é assumido . talvez o Portas, ainda não tenha escavacado a "porta do armário", penso eu

Zé da Adega

RFC disse...

Adenda. O 365 Forte actualizou o seu post sobre o assunto, entretanto. Sobre a Maria de Belém que me interessa e, a ser assim, parece adivinhar-se uma questão política que o PS deverá de pronto esclarecer: qual o *trabalho político* que a sua presidente Maria de Belém realizou no passado dia 17 de Maio de 2013 e durante a manhã de hoje? Simples!!

Outras perguntas possíveis: o que pensa sobre o assunto a sua presidente Maria de Belém, sabe-se de alguma coisa (até porque aquela justificação é utilizada por poucas boas e muuuuiiitto más razões como sabemos, dentro da enotme liberdade que os deputados devem ter)? O cargo de presidente do PS permite que o/a titular se movimente na sombra numa questão destas e neste momento (ao jeito do que aconteceu na SEC com o Crivelli e o/s passador/es dos Mirós)? O que é, e já agora para que servem, estatutariamente esses cargos políticos uninominais (o do deputado, se eleito, ou o de presidente do PS)? ...

Maria de Belém Roseira (PS) - também tinha faltado à votação na generalidade em Maio de 2013 (trabalho político).

RFC disse...

Correcção. O é deve passar a plural, claro. O que são, e já agora para que servem, estatutariamente esses cargos políticos uninominais (o do deputado, se eleito, ou o de presidente do PS)?

RFC disse...

Segunda adenda. Se esta é a explicação que me faltava sobre a Maria de Belém (e, se sim, já deveria ter entrado nas contas dos deputados do PS), de facto não a entendo. Ser um dos grandes não é isto.

Na bancada socialista, desapareceram os votos contra (António Braga faltou e João Portugal alterou para abstenção) da votação de 2013. Mas estiveram ausentes Maria de Belém e Paulo Pisco (que votaram a favor) por se encontrarem em viagem parlamentar ao estrangeiro. O mesmo motivo foi dado para justificar a ausência de Paulo Sá, do PCP, assim como João Rebelo do CDS. Na bancada do CDS, 23 deputados votaram contra.

No P. online.

RFC disse...

[...]

«Também no PS a pressão pelo sim foi grande. Os três socialistas que há um ano se abstiveram agora votaram a favor, e os que queriam votar contra abstiveram-se, cedendo ao apelo da direção da bancada. António Braga, um dos que votariam contra, estava em Paris. As ausências, aliás, fizeram tremer as contas quase até ao fim. No PS faltaram três deputados,
ausentes do país, e faltou um no
PSD, no PCP e no CDS.»

Terceira adenda. Na p. 6 do Expresso, os jornalistas Filipe Santos Costa e Ângela Silva revelam algumas novidades sobre o processo de votação da co-adopção na AR. Começo pelo abaixo de cão (o que disse Luís Montenegro, do PSD, e por Teresa Caeiro, do CDS, cuja coluna de réptil era conhecida) e, noutro patamar, por João Rebelo que estava no Brasil e foi mandado regressar pelo CDS (tinha-se abstido mas faltou, como sabemos: não havia vôo...); e por Maria José Castelo Branco, do PSD de Amarante, alterou o sentido de voto (tinha votado a favor e agora absteve-se: foi pressionada pelas bases, chorou na reunião do GP e pediu «desculpa «pela cobardia»). Ficas-lhe bem, apesar de tudo. Destaco Glória Araújo e Rosa Albernaz que nos habituámos a ver como uma das secretárias da presidência da AR, ambas do PS, que indiciam que a direcção do GP se mexeu e fez bem. Estes quatro deputados são, à sua maneira, uns heróis a quem assentam bem os lugares (tudo isto deveria ser sublinhado, se o soubesse fazer). Uma nota final: no Twitter especulou-se que a presidente do PS estaria na AR a elaborar um relatório, no dia através do P. e hoje no Expresso que estaria ausente do país mas reparei que foi uma das personalidades que esteve ontem, na plateia do Novo Rumo (chama-se assim?), a ouvir o António José Seguro. Onde esteve Maria de Belém, afinal?

A deputada do PS que interrompeu a licença de assistência à família.
Desde 11 de outubro que Glória Araújo, deputada do PS, não assistia a um plenário na AR. Voltou ontem, depois de cerca de seis meses de baixa por gravidez de risco e duas semanas de assistência à família — foi mãe
de gémeas prematuras e, desde então, tem acompanhado as filhas que continuam na incubadora
(só quando saírem poderá iniciar
a licença de maternidade). A sua presença ontem na AR surpreendeu os colegas de bancada mas, ao contrário do que corria entre
os socialistas, Glória Araújo garante que não esteve no Parlamento por pressão da direção
do grupo parlamentar. “Fui porque achei importante a minha presença.
O acompanhamento a familiar doente
justifica as minhas ausências, mas não me impede de trabalho parlamentar. Se outro caso o justificar, voltarei a fazer o mesmo”.

A deputada do PS que estava quase a embarcar e teve ordem para ficar. Rosa Albernaz era a deputada do PS que deveria ir ao Brasil, a acompanhar a visita de Paulo Portas. Mas, poucas horas antes do voo, a deputada eleita por Aveiro foi surpreendida por um telefonema da direção da bancada ordenando-lhe que ficasse em Portugal para participar na votação da coadoção.