• Augusto Santos Silva, A 26 de abril:
- «(...) os progressos do país nos direitos e no bem-estar são impressionantes. O maior foi, decerto, a cobertura universal em matéria de educação básica, cuidados de saúde e segurança e proteção social. Bem sei que, ainda hoje, quase um quinto da população está em risco de pobreza. Mas, sem as transferências sociais, seria metade.
Se queremos refletir sobre a atual situação portuguesa, devemos ter consciência da enorme mudança ocorrida. Simplesmente, hoje somos livres, e ontem não o éramos. Hoje somos europeus, e ontem estávamos sozinhos. Hoje vivemos numa democracia, e ontem sofríamos os horrores da ditadura. Construímos um Estado social onde ontem havia miséria e desamparo.
Por causa da crise e das políticas em curso, enfrentamos agora riscos sérios de retrocesso em várias dimensões da democracia, nomeadamente quanto aos fundamentos do contrato social, ao bem-estar das famílias e à cobertura universal dos serviços públicos de saúde, educação e segurança social. Mas é em nome do 25 de Abril que devemos combatê-los. Afastar esses riscos e corrigir as políticas que os agravam, é a melhor maneira de homenagear o 25 de Abril. É uma boa tarefa para o dia de hoje, o 26 que não existiria sem esse 25 libertador.»
2 comentários :
"risco de pobreza (...) sem as transferências sociais, seria metade." Seria o dobro. Tirando isso, excelente artigo.
Para recuperarmos o "tempo perdido" é urgente correr com esta canalha que apenas se preocupa com os "mercados".
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