sexta-feira, maio 23, 2014

Sugestão de leitura para o dia de reflexão

A edição de 24 de Março de 2011 do Diário da Assembleia da República merece ser (re)lida, uma vez que reproduz o debate que culminou na reprovação do PEC IV. É arrepiante. Eis umas breves passagens:

O Sr. Luís Montenegro (PSD): — (…) Ora, este novo PEC é a imagem mais fidedigna do falhanço clamoroso do Governo. O Governo instalou em Portugal a desgraçada situação social e económica em que nos encontramos e não consegue, de forma nenhuma, ultrapassá-la. Com este PEC, o Governo ilustra toda a sua insensibilidade social: castiga as pessoas, castiga as famílias e castiga as empresas portuguesas, sem qualquer esperança no futuro!
O Governo perdeu a confiança dos portugueses e, sem confiança, o Governo está ferido de morte!
(…)
O Governo, que nos trouxe para esta crise, não é, definitivamente, parte da solução!
Portugal precisa de cumprir os seus objectivos orçamentais, mas o caminho passa por ter coragem de cortar mais na máquina do Estado e não por impor mais sacrifícios inúteis aos portugueses!
(…)

O Sr. Ministro de Estado e das Finanças: — Os senhores estão aqui a criticar as medidas que o Governo está a propor, exigindo sacrifícios aos portugueses — é verdade! —, mas os senhores estão a esconder aquilo que vos vai na mente, aquilo que pretendem fazer!

O Sr. Miguel Macedo (PSD): — Esse discurso mete dó!

O Sr. Ministro de Estado e das Finanças: — Sr. Deputado, repito: falar verdade é dizer tudo, não é esconder, não é evitar dizer!
(…)

A Sr.ª Assunção Cristas (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr. Ministro de Estado e das Finanças, como bem sabe, o CDS recusou o PEC 1, o PEC 2, o PEC 3, e recusou-os sempre pela mesma razão: o Governo esqueceu a economia, demonstrou uma profunda insensibilidade social e familiar e os sacrifícios foram sempre mais fortes para as pessoas e para as empresas do que os cortes dentro do próprio Estado!
(…)

A Sr.ª Assunção Cristas (CDS-PP): — Pediu muito mais aos contribuintes e muito pouco ao Estado. Ao mesmo tempo, o Governo continua a insistir que faz mais cortes na despesa do Estado do que aumenta a receita. Mas o que o Governo faz é omitir um aspecto muito relevante: é que a parte maior desses cortes é em salários, em pensões e em prestações sociais.
(…)

A Sr.ª Manuela Ferreira Leite (PSD): — Chegados a este ponto, em que foram desbaratados todos os factores de confiança que podiam existir, o problema que agora se coloca ao País, e que hoje se discute, já não é ao nível das medidas em concreto, se elas são boas ou más, se são correctas ou incorrectas, se são ou não necessárias.
(...)
O problema que se põe a este Parlamento, com uma clareza gritante, é ao nível de quem as propõe e de quem se responsabiliza por elas.

O Sr. Miguel Macedo (PSD): — (…) É preciso cortar, mas cortar de forma estrutural, e não conjuntural. Cortar nos salários e nas pensões ajuda a reduzir o défice, mas é uma ajuda conjuntural, porque estruturalmente nada muda — nem o tamanho, nem a dimensão, nem a estrutura gigantesca do Estado. Ora, do que precisamos é de mudar estruturalmente a face do Estado, tornando-o mais pequeno, menos gastador e menos consumidor de impostos. Esta tem de ser uma grande prioridade para o futuro.
(…)
É preciso cortar, mas cortar com sensibilidade social. Um Governo que corta e congela pensões de reforma…
(…)
… em vez de cortar a sério nos subsídios do Estado para empresas públicas, nas mordomais do Estado e dos seus gestores, nas «gorduras» do Estado e das suas estruturas, é um Governo sem sensibilidade e sem consciência social!

6 comentários :

Anónimo disse...

grandes filhos da puta, a mim não me enganaram que eu conheço de ginjeira esses bandoleiros,só lamento que não exista na assembleia da republica quem os confronte com o que diziam antes e o que fazem agora, mas era todos os dias, pulhas!

jose neves disse...

É verdade, estou a ver o macedo, de cabelos brancos e ar respeitável mas imbecil e oportunista como o mac, passos & portas, a abanar a cabeça e sorrir alarvemente em jeito de negação de tudo que ouvia.
Como toda sua bancada já só se ouvia a si mesmo e nem pensava o que dizia mas apenas como disfarçar e ocultar com mentiras as medidas que trazia preparadas na mente para aplicar quando fosse poder.
O alarve de cara angélica, vê-se hoje, é palerma e medíocre tal como todos outros já mostravam ser na altura.
Hi
Hoje em dia, ele é mesmo, mais um dos que não só mete dó de ouvir como de ver.

Anónimo disse...

Não sei porquê, mas quando vi a foto da cristas lembrei-me da Sharon stone...será do nariz?

Anónimo disse...

Andas a precisar de mudar as lentes, meu...

São disse...

A mim , não me enganaram ...mas , infelizmente, enganaram muita gente


Veremos o resultado das eleições de amanhã e , mais ainda, o das legislativas!

Zé Povinho disse...



Isto é que o Tózero devia ter emoldurado e pendurado, EM LETRAS MUITO GORDAS, na parede do Largo do Rato desde há três anos, PORRA!


E espalhado em grandes cartazes publicitários por todo o País REAL, em especial nos sítios onde se lê o correio da manha logo ao mata-bicho e se ouve a sic notícias mesmo até ao adormecer!



H I P Ó C R I T A S!