terça-feira, agosto 26, 2014

TSU

Estão recordados das obscenas alterações da TSU anunciadas por Passos Coelho em 7 de Setembro de 2012, antes de ir ouvir (e cantar) «Nini dos Meus 15 Anos»? Um estudo publicado pelo BCE — no qual participa uma técnica do Banco de Portugal — volta a insistir que essa é a via para sair da estagnação. Em lugar de a descida da TSU dos patrões ser financiada com um aumento da TSU dos trabalhadores, seria financiada por uma subida do IVA. O estudo pode ser lido aqui.

A insistência na redução da TSU dos patrões pode fazer crer que os custos fiscais (e parafiscais) são em Portugal muito elevados em comparação com os dos outros países da União Europeia. Não são. Veja-se:

Via Tiago Barbosa Ribeiro
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2 comentários :

Anónimo disse...

Excelente! Assim se desconstroem os mitos. Obrigado.

Ao serviço da República disse...

O problema é que as empresas portuguesas não são competitivas, o que uma baixa na TSU dos empregadores iria tentar minorar. E não o são ao nível essencialmente pela sua posição na cadeia de valor global, situando-se, na sua grande maioria, na sua base, com produtos de baixo valor acrescentado. E tendo em conta, que uma mudança, nesse perfil de produto e de posicionamento na cadeia de valor global, demora algo/muito tempo, era de bom senso procurar, no curto-prazo, em alternativas. Com isto não quero dizer o seu financiamento deveria ser feito à "custa" do rendimento dos trabalhadores, antes pelo contrário. Mas antes, na minha opinião, à "custa" de um aumento de impostos ao nível do consumo, da propriedade e do ambiente. Todos eles, para além de custearem a diminuição dos custos laborais por parte dos empregadores, iriam igualmente oferecer externalidades positivas noutros setores igualmente importantes, nomeadamente na balança corrente, para o caso dos impostos sobre o consumo, no endividamento e mobilidade laboral, para o caso dos impostos sobre a propriedade, e finalmente no saldo da balança ambiental, para o caso dos impostos sobre o ambiente. Resta-me acrescentar ainda que estes impostos são, do ponto de vista empírico, aqueles que são menos prejudiciais ao crescimento económico e à sua sustentabilidade.