segunda-feira, outubro 27, 2014

O que escondem os sermões do Sr. Pingo Doce?

      1. Qual é que acha que é a diferença entre os salários dos presidentes executivos (CEO) das empresas e os dos trabalhadores não qualificados?
      2. E qual deveria ser, na sua opinião, essa diferença?

A Harvard Business School publicou um estudo intitulado How Much (More) Should CEOs Make? A Universal Desire for More Equal Pay, que analisa a percepção das pessoas em relação à desigualdade de salários praticada nas grandes empresas, comparando-a com a realidade. Foi feito um inquérito em 40 países com base nas duas perguntas acima reproduzidas.

O estudo em causa teve em conta três aspectos distintos:
    • O que as pessoas entendem aceitável que os CEO possam auferir como remuneração;
    • O que as pessoas julgam ser o salário dos CEO;
    • As remunerações efectivas dos CEO.

A infografia compara estas três questões diferentes:


A que se deve a discrepância entre a percepção das pessoas e a realidade? O Público socorre-se de um post de Paul Krugman para a explicar. Para o Nobel da Economia, a diferença entre a percepção e a realidade deve-se ao facto de os mais ricos entre os ricos serem virtualmente «invisíveis» para o resto da população, uma vez que «estão totalmente afastados das vidas das pessoas comuns». «Nós até podemos ver, e sentirmo-nos incomodados com jovens universitários a conduzirem carros de luxo. Mas não vemos gestores de fundos a irem do trabalho para as suas enormes mansões nos Hamptons de helicóptero». Krugman defende que é essa «invisibilidade» que evita que o protesto contra as desigualdades, que diz serem crescentes, seja maior.

ADENDA — Veja-se o que diz o Público sobre a situação em Portugal:
    «Portugal não foge à regra que se regista em todos os países. As pessoas defendem que a diferença de salários entre CEO e trabalhadores não qualificados deveria significar que os primeiros ganhariam cinco vezes mais do que os segundos, mas a realidade a que se assiste nas grandes empresas é a de que, em média, os CEO ganham 53 vezes mais.

    Nos resultados apresentados pelas empresas do PSI 20 esse tipo de diferença já era notória. Comparando os salários auferidos pelos preseidentes executivos e o salário médio dos trabalhadores da sua empresa encontram-se em alguns casos diferenças ainda mais significativas. Pedro Soares dos Santos ganhou 108 vezes mais do que a média dos restantes trabalhadores da Jerónimo Martins em 2013. Paulo Azevedo mais 92 vezes na Sonae. Estes foram os dois gestores em que a diferença foi maior, um facto explicado pelos seus grupos terem um peso muito significativo do comércio a retalho onde, em média, se praticam salários mais baixos.»

4 comentários :

Matemática para tótós disse...

O Público tem graça a justificar a situação dos patrões - e do seu patrão, em particular.

É impressão minha ou mesmo que os salários médios no "comércio a retalho onde, em média, se praticam salários mais baixos" fossem o dobro do que são, ainda assim os respetivos CEO ganhariam entre 40 e 50 vezes mais que a média dos seus empregados?

Idem caso "o peso muito significativo do comércio a retalho onde, em média, se praticam salários mais baixos" fosse um pouco menos significativo nos grupos.

Haja paciência para a imprensa de referência.

Anónimo disse...

Em Hong Kong há o Movimento "Occupy Central".
Torna-se urgente em Portugal um "DESOCCUPY" Belém e S. Bento"....

Anónimo disse...

E o que é que o PS pensa sobre isso? E o que é que o PS pensa fazer sobre isso?

Não basta ter uma suposta aúrea de esquerda, nem falar de alianças à esquerda e das recusas dos outros quando falta alguma ou muita esquerda ao PS.

Relembrando também que o PS tem responsabilidades sobre as desigualdades relatadas com uma ajudinha e revisões do código laboral que desprotegem os trabalhadores...

Sérgio Martins

Anónimo disse...

O facto é que os cidadãos clamam por uma limpeza.
Se o PS não corresponder ( mesmo que signifique castigar gente sua pelo meio, que ninguém está livre de maçãs podres no ninho, como já o provou AJS), se o PS falhar em mudar o que realmente importa então não durará muito tempo no governo e este país entrará numa fase negra, muito negra...
Gentinha como a incompetente da justiça e o da educação, irresponsaveis loucos como o dos negócios estranjeiros, corruptos e serpentinos como o irrevogavel, maus caracteres como o da segurança social e o da economia, gente desta cepa tem de ser levada a tribunal, por toda a porcaria que fizeram. Não só governaram mal como ainda tomaram decisões de lesa pátria, de traição ao povo que os elegeu.
Deviam apodrecer o resto dos dias na cadeia.
Canalhas.