segunda-feira, outubro 13, 2014

Os dois desamores de Crato

O Crato-que-implode-a-escola-pública está a ofuscar o Crato-que-implode-a-ciência. Mas, graças à astrofísica espanhola Amaya Moro-Martin, investigadora no Space Telescope Science Institute e na John Hopkins University, nos Estados Unidos, o Crato-que-implode-a-ciência está a ser discutido por esse mundo fora.

Com efeito, a investigadora publicou, na revista Nature, um artigo sobre o futuro preocupante da ciência na Europa, com uma alusão à deplorável situação em Portugal: «poderão ser fechadas metade das suas unidades de investigação devido a erros no processo de avaliação por parte da European Science Foundation.» Esta instituição, à qual Crato entregou a avaliação das unidades de investigação científica, não gostou da apreciação e ameaçou processar Amaya Moro-Martin. Neste momento, a comunidade científica internacional debate os desmandos de Nuno Crato. Há males que vêm por bem.

5 comentários :

Fernando Romano disse...

Vale a pena ler também os comentários ao artigo do DN (link: "aqui") para constatar o reacionarismo entranhado em muita gente, quiçá drs. e Doutores, criado por políticas e propaganda deste malvado governo e seus assalariados , especialmente os da imprensa dominada por um punhado de oligarcas. E por algumas universidades privadas - e públicas...

Evaristo Ferreira disse...

O maoísta Crato quis implodir o ME, tal como fizeram os talibans com as estátuas de Bamyan, mas não conseguiu porque ele não vai além de um tamanqueiro. Fora da matemática, o Crato é um zero. Não admira que agora esteja sob o fogo das autoridades internacionais. A fama do Crato, como pistoleiro, vai ficar nos anais da bagunçada.

Anónimo disse...

Tem estado caladinhos que nem ratos! A ver passar o Filme, muitos em negação activa e colaboracionista, perante a implosão do sistema publico de ciência e tecnologia, que demorou mais de 15 anos a erguer, por politicas continuadas e basicamente coerentes. Muitos dos mais jovens, nas modas mais liberais, vão-se enganando, são da elite, tentam vislumbrar na destruição um sinal de revolução. Quanto aos gestores, entre eles muitos burocratas empedernidos, esses tentam passar de fininho, entre os pingos da chuva, sem desfavor do poder.
MISÉRIA! Foi necessário uma investigadora espanhola HABLAR na media internacional, para o nosso eco-sistema de investigadores e scolars, finalmente, começar a inquietar-se um pouco. Só a visão de fora para dentro lhes penetra. Muitos foram embora para sempre. Os que ficaram não têm mostrado qualquer ousadia ou liberdade mental. Um bom espirito rebelde da ciência precisa-se.

Anónimo disse...

A investigadora espanhola em causa já tinha tambem sido notícia em Espanha por denunciar os cortes dos governos de Rajoy. A sua unidade foi encerrada devido a esses cortes e na altura escreveu uma carta aberta muito comentada. Precisamos de toda a ajuda necessaria para combater esta cambada de trogloditas que querem fazer recuar o país aos tempos da velha senhora!

JA

Anónimo disse...

Os mais jovens não embarcam, na sua maioria, em "modas liberais". Simplesmente já deixaram o país (ou estão a tratar da vidinha para o deixar) e na sua maioria não estão para se chatear com este buraco. E alguém os pode criticar?