quinta-feira, março 12, 2015

O cantinho da coligação


O Telejornal do antigo vereador laranjinha, Gonçalo Reis, tem agora todos os dias um cantinho da coligação sem direito ao contraditório. Minutos depois da peça sobre o debate quinzenal, o Telejornal do canal público decide autonomizar uma parte da intervenção do alegado primeiro-ministro no mesmo debate quinzenal, pondo em destaque que «Passos Coelho acusa o PS de contradição sobre o IMI»:
    «[No IMI] Nós cumprimos a nossa obrigação protegendo aqueles que devem ser protegidos. Não caímos em contradição, essa aconteceu quando do lado do PS se sugeriu que era importante prolongar a cláusula de salvaguarda que é justamente o que vai permitir a redução do IMT, que por exemplo a Câmara Municipal de Lisboa decidiu que era importante manter».

Não há aqui contradição nenhuma, a não ser a habitual confusão discursiva de Passos Coelho. Veja-se:

Quanto à «protecção daqueles que devem ser protegidos», estamos conversados. Segundo os representantes dos proprietários, os aumentos do IMI podem chegar aos 500%. Uma bomba-relógio. Foi por isso que, num contexto de dificuldades em que vivem as famílias, a maioria das quais constituídas por pequenos proprietários, o PS defendeu o prolongamento da cláusula de salvaguarda do IMI (imposto municipal sobre imóveis).

Por outro lado, relativamente ao IMT (imposto municipal sobre as transmissões onerosas de imóveis), Passos Coelho baralhou-se (uma hipótese plausível) ou actuou de má-fé (outra hipótese plausível). A Câmara Municipal de Lisboa não defende nem a «manutenção da redução» (introduzida pelo governo na lei) e muito menos a sua eliminação. A haver contradição, ela só se verifica mesmo no discurso do alegado primeiro-ministro, sabendo-se que o IMT é uma importante fonte de receita dos municípios e que não pode ser simplesmente eliminado sem uma contrapartida.

De resto, para comprovar a falta de atenção (e até de desprezo) de Passos Coelho em relação às famílias que passam por enormes dificuldades, a pergunta que se impõe é esta:
    Se o alegado primeiro-ministro entende que há folga para reduzir impostos, não há opções bem mais evidentes e socialmente mais justas do que eliminar o imposto que incide sobre as transacções imobiliárias?

1 comentário :

Anónimo disse...

Nem formar uma frase com sentido esse energumeno sabe...
Que raio fez este povo para merecer tão pesada cruz?
Depois desta gente ser forçada a sair ( que por eles ficavam lá para sempre) há que limpar também o lastro de porcaria que tiverem deixado nos ministérios e na função publica.
O PS terá coragem de fazer isso?
Podemos financiar esses despedimentos ( sim despedimentos que realmente são necessários) com o dinheiro que se tirar das chulas das ISSPs privadas.