Depois de apresentar um percurso que dava um belo folhetim, o governador do Banco de Portugal não apenas foi cúmplice dos desmandos da troika como se comportou como um precioso sequaz do Governo na estratégia austeritária de «ir além da troika».
O caso BES poderia ter obrigado Carlos Costa a sair de cena pela porta das traseiras. Mas se a circunstância de ter sido o manto protector do Governo pôs a nu as suas fragilidades, deu-lhe também o suplemento de alma para reivindicar a continuação como governador. É que é melhor tê-lo por perto do que o ver a publicar as suas memórias em plena campanha eleitoral.
A anunciada decisão de Passos Coelho, a poucos meses das eleições, não pode ter outra explicação. E a recusa do alegado primeiro-ministro em obter a aquiescência da oposição é mais um sinal do desespero de quem vê o chão a fugir-lhe debaixo dos pés.
2 comentários :
E a dignidade do Sr Governadoe por onde anadará?
A nomeação do governador, a nomeação de susbstitutos nos principais postos diplomáticos e na REPER, as nomeações em cataduplano nas chefias do Estado com gente que tem estado interina, as privatizações da TAP e as concessões dos transportes de Lisboa, outras privatizações em marcha, eis a lista de actos decisórios que se precipitam sem que haja verdadeira denuncia e transparência. Irreversíveis actos de ocupação e delapidação da coisa pública, ilegítimos estertores, perante a nossa impotência, e sem oposição que se veja, indo meramente atras do prejuízo.
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