terça-feira, maio 26, 2015

«Há algo de estranho na maioria das sondagens que por aí andam»


• Francisco Seixas da Costa, Sondagens:
    «(…) Não é inocente que as sondagens não comparem PS com PSD – em muitos casos, isso é feito deliberadamente para desvalorizar a circunstância do PS estar, em termos de sondagens, a uma distância quase histórica face ao PSD.

    Os céticos desta leitura regressarão “à luta”, retorquindo: mas é ou não o somatório dos dois partidos da coligação que realmente conta para formar governo? Claro que é. Só que há um pequeno, embora não despiciendo, pormenor de que, curiosamente, muito poucos analistas falam: é que a coligação PSD/CDS só poderia vir governar se viesse a ter uma nova maioria absoluta. E aqui há uma unanimidade incontroversa: não há nenhuma sondagem, mesmo as mais otimistas, que aproxime, ainda que minimamente, a coligação cessante do limiar dessa maioria absoluta, isto é, os cerca de 45% dos votos necessários.

    E, neste particular, as coisas são muito claras: se a coligação não obtiver maioria absoluta, não poderá nunca formar governo. Porquê? Porque é mais do que óbvio que nenhum partido da atual oposição irá viabilizá-lo.

    Já o mesmo problema não terá o PS se, por si só, não vier a obter uma maioria absoluta. É que, potencialmente, para ver um seu governo aprovado na Assembleia da República, bastar-lhe-á contar com a abstenção de partidos à sua esquerda. (…)»

7 comentários :

ignatz disse...

e se a coligação ganhar sem maioria, o cavaco dará posse ao novo governo ou manterá o actual em gestão por ser maioritário?

AAlves disse...

O que cavaco fará é cagativo. O Parlamento rejeitará. E se insistir corre-se com a besta.

MarcoGarcia disse...

Até pode não dar posse ao novo governo, mas este deixa de ser maioritário. O parlamento resultante das eleições entrará em funções independentemente de o presidente nomear ou não um novo governo.

ignatz disse...

poizé, mas ainda não foi inventado o dissolvente de presidôncios e nada me garante que o próximo não seja aquele que já garantiu continuar como comentador político durante eleições.

S. Aldo disse...

Então a esquerda vai abster-se??????

Isso, sim, seria uma verdadeira novidade.
Mas não sejamos ingénuos.

Anónimo disse...

Se bem me lembro o PS tem umas histórias para contar, aí de 1978 e 2011. Se for verdade que não há duas sem três...

O que o pr disse já todos sabemos e percebemos. Convém ter presente que é ele quem dá posse ao governo - não é a AR. Pode deixar o actual em gestão, pode dar posse a uma nova AD mesmo minoritária, sabendo que chumba - ou talvez não - na assembleia, em ambos os casos é o tempo suficiente para se meter na toca da coelha sem ter dado posse a um governo do PS. Depois que se entendam.

Certo, certo, é que se a direita conseguir ganhar as presidenciais nem com um governo PS com maioria absoluta ele vai durar muito. Quando a coisa fiar fino, Marcelo, rio ou durão tiram-lhe o tapete e aí temos nova convergência estratégica. Esperemos que haja senso.

Anónimo disse...

Depois de ouvir ontem o Jerónimo na TVI, já nada me espanta. Até inclui no programa do PCP, ESTUDAR a saída do euro...