O Banco de Portugal está repleto de técnicos recrutados à lupa e pagos principescamente. Tal não impede que o governador Carlos Costa decida prescindir da massa cinzenta interna e recorra à finança internacional para se assessorar — sempre por ajuste directo.
A assessoria à venda do Novo Banco é uma das situações em que o Banco de Portugal decidiu abrir os cordões à bolsa. Ou ir ao cofre. Eis alguns exemplos hoje noticiados pela TSF:
1. O BNP Paribas foi contratado para assessorar financeiramente a venda do Novo Banco. Pelos seus avisados conselhos, o banco francês recebe uma remuneração mensal de 250 mil euros, durante dois anos, e um prémio de sucesso (success fee) de 10 milhões. Tudo somado: 15 milhões de euros.
Acontece que há um estranho pormenor na contratação do banco francês: “O contrato com o BNP Paribas, formalizado a 7 de Abril deste ano, «reporta os seus efeitos a 26 de Julho de 2014», um sábado, oito dias antes de Carlos Costa ter decidido, no domingo dia 3 de Agosto, avançar para a resolução do BES. Contactado pela TSF, o gabinete do governador do BdP remete as explicações para as declarações de Carlos Costa na CPI BES/GES em 17 de novembro.” Segundo o governador disse então, ele só no dia 25 de Julho teria tomado consciência da real dimensão das perdas do BES.
2. Entretanto, enquanto «Autoridade de Resolução», o Banco de Portugal decide contratar mais um assessor financeiro. Despesa anunciada dos serviços a prestar durante dez meses: uma remuneração mensal de 30 mil euros e um prémio de sucesso (success fee) de 500 mil. Tudo somado: 800 mil euros.
O novo assessor financeiro é a TC Capital, que pertence a Phillipe Sacerdot, antigo director-adjunto para a área da banca de investimento no UBS. Foi precisamente no banco suíço que Sarcedot se cruzou com António Varela, antigo representante do UBS em Portugal (entre 2000 e 2009) e vice-governador do Banco de Portugal desde Setembro do ano passado. Phillipe Sacerdot começou a assessorar o Banco de Portugal em Outubro, tendo o contrato sido agora assinado pelos vice-governadores António Varela e José Ramalho. António Varela que havia sido a escolha de Vítor Gaspar para representar o Estado no Banif antes de se alçar ao conselho de administração do Banco de Portugal e que é o nome que a ministra das Finanças gostaria que viesse a substituir Carlos Costa como governador.
Diz a TSF que fontes ligadas ao processo estranham a escolha de uma «boutique financeira unipessoal sem grande histórico», e ainda a contratação por ajuste directo numa altura, Outubro do ano passado, em que já não existia qualquer urgência. A TSF confirmou ainda que esta contratação causou algum incómodo no Banco de Portugal, entre a equipa técnica que acompanha o processo de venda do Novo Banco.
3. Como se pode ler na notícia da TSF, o Banco de Portugal contratou ainda dois escritórios para a assessoria jurídica.
Sendo conhecida a sua apetência por aparecer nos jornais e nas televisões, não seria este momento certo para o governador do Banco de Portugal se fazer ouvir, justificando estas estas contratações que custam uma pipa de massa por ajuste directo, prescindindo dos técnicos do Banco de Portugal que tem à sua disposição?
A assessoria à venda do Novo Banco é uma das situações em que o Banco de Portugal decidiu abrir os cordões à bolsa. Ou ir ao cofre. Eis alguns exemplos hoje noticiados pela TSF:
1. O BNP Paribas foi contratado para assessorar financeiramente a venda do Novo Banco. Pelos seus avisados conselhos, o banco francês recebe uma remuneração mensal de 250 mil euros, durante dois anos, e um prémio de sucesso (success fee) de 10 milhões. Tudo somado: 15 milhões de euros.
Acontece que há um estranho pormenor na contratação do banco francês: “O contrato com o BNP Paribas, formalizado a 7 de Abril deste ano, «reporta os seus efeitos a 26 de Julho de 2014», um sábado, oito dias antes de Carlos Costa ter decidido, no domingo dia 3 de Agosto, avançar para a resolução do BES. Contactado pela TSF, o gabinete do governador do BdP remete as explicações para as declarações de Carlos Costa na CPI BES/GES em 17 de novembro.” Segundo o governador disse então, ele só no dia 25 de Julho teria tomado consciência da real dimensão das perdas do BES.
2. Entretanto, enquanto «Autoridade de Resolução», o Banco de Portugal decide contratar mais um assessor financeiro. Despesa anunciada dos serviços a prestar durante dez meses: uma remuneração mensal de 30 mil euros e um prémio de sucesso (success fee) de 500 mil. Tudo somado: 800 mil euros.
O novo assessor financeiro é a TC Capital, que pertence a Phillipe Sacerdot, antigo director-adjunto para a área da banca de investimento no UBS. Foi precisamente no banco suíço que Sarcedot se cruzou com António Varela, antigo representante do UBS em Portugal (entre 2000 e 2009) e vice-governador do Banco de Portugal desde Setembro do ano passado. Phillipe Sacerdot começou a assessorar o Banco de Portugal em Outubro, tendo o contrato sido agora assinado pelos vice-governadores António Varela e José Ramalho. António Varela que havia sido a escolha de Vítor Gaspar para representar o Estado no Banif antes de se alçar ao conselho de administração do Banco de Portugal e que é o nome que a ministra das Finanças gostaria que viesse a substituir Carlos Costa como governador.
Diz a TSF que fontes ligadas ao processo estranham a escolha de uma «boutique financeira unipessoal sem grande histórico», e ainda a contratação por ajuste directo numa altura, Outubro do ano passado, em que já não existia qualquer urgência. A TSF confirmou ainda que esta contratação causou algum incómodo no Banco de Portugal, entre a equipa técnica que acompanha o processo de venda do Novo Banco.
3. Como se pode ler na notícia da TSF, o Banco de Portugal contratou ainda dois escritórios para a assessoria jurídica.
Sendo conhecida a sua apetência por aparecer nos jornais e nas televisões, não seria este momento certo para o governador do Banco de Portugal se fazer ouvir, justificando estas estas contratações que custam uma pipa de massa por ajuste directo, prescindindo dos técnicos do Banco de Portugal que tem à sua disposição?
4 comentários :
Pois o BP é outra instituição que há muito está a saque! Inclusive no tempo do vice-presidente do BCE. Faz de conta que é independente, sendo só independente para delapidar o nosso dinheiro e deixar tudo à conta dos DDT's. Necessita de uma vassourada, de cima a baixo. Tem lá muito encostado e muito lobista.. a começar pelo Gaspar, pelo governador e por certos administradores e directores. Quem está apontado para salvar a instituição (já esta a aprender, para saber da poda) dando mão baixa daquilo dentro de poucos anos... é o rapazinho do Durão Barroso, muito bom menino por sinal e muito competente. Tamos tramados.
O CC tem pudor em designar a coisa e diz:
"A assessoria à venda do Novo Banco é uma das situações em que o Banco de Portugal decidiu abrir os cordões à bolsa. Ou ir ao cofre."
Para não dizer "Ou ir ao pote".
Não foi feita ainda uma única "privatização" por este governo em que fortíssimos sinais não nos façam presentir forte e feia ida ao pote.
Na maioria das vezes, como no caso dos submarinos, EDP, etc., através deste manhoso processo das "assessorias" encomendadas "lá fora", agora com mais razão uma vez que o "NOVO BES" ainda não funciona para estes casos, outras negociando mui directa e especialmente com o comprador.
O exemplo acabado deste modo de ir ao pote é o actual negócio da TAP.
Há até gente que não percebe nada de concursos e acha que Pais do Amaral é burro quando apresentou uma proposta que não correspondia ao Caderno de Encargos;mas será assim?
Um concurso público precisa de, no mínimo ter três propostas para não ser anulado; não foi acaso o facto quer da proposta de PA ter estado em gaveta (stand-by)à espera dos acontecimentos e, como era de prever feita não para disputar quanto mais para ganhar mas, precisamente, para fazer número e legalizar as outras duas.
Quem lhe chama burro é que é burro e não faz a menor ideia como estas coisas são corriqueiras nos concursos cozinhados e muito menos sabe como este tipo de frete é bem pago.
Conforme as notícias que vão correndo há um empate técnico entre as duas empresas na disputa o que indica que vai haver,ou já há e o resto é fita, um acordo entre as duas concorrentes que assim poderão aumentar uns trocos o valor final e dar um sentido aos portugueses de mais capacidade e solidez ao futuro dono da TAP brasileira ou colombiana ou...
O jogador batoteiro e pantomineiro PP já veio avisar de mansinho que "agora é o momento crucial de 'defender os interesses de Portugal' portando não digam nada contra ou façam ondas que prejudique as negociações".
Ilusionismo fantástico, criação mediática de uma inversão real dos factos, fazer jogos de aparência com palavras para impingir um logro obsceno.
E o outro, que deixou em herança tudo de que esta gente vive e tem de melhor para apresentar ao mundo, é que está preso sem saber porquê e sem acusação há seis meses.
Francamente, há mansidão demasiada.
Então, ninguém vai preso ? Por bem menos, (ou por nada) está outro preso.
Antonio Varela,cunhado de Antonio Maria Carrilho....??
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