terça-feira, junho 30, 2015

«A Grécia é o trágico exemplo do insucesso da austeridade»

Artigo de António Costa sobre a situação da Grécia (e da zona euro):
SÓ UM ACORDO SERVE O EURO E PORTUGAL

6 comentários :

Anónimo disse...

FINALMENTE um discurso político !!!
Mas ... e se do outro lado da negociação estão "radicais" de Direita, nazis burros, tipo o sr Schauble e a sr Lagarde, ou choninhas tipo o sr Hollande ? hum ?
O que é que tu fazes António Costa ?
És HOMEM ou não és HOMEM para defender o povo português ? nem que tenha de ser à bruta como está a fazer o Tsipras ! é que essa escolha pode vir a ter de ser feita !!!

Anónimo disse...

Caro anónimo anterior, se me permite.

Eu também gosto do Syriza mas sejamos realistas. Lutar por causas perdidas é poético, e às vezes vale mesmo a pena. Mas devemos escolher as batalhas, os seus momentos, e não adoptar o confronto quando se sabe estar perdido à partida. (Dito isto, espero que a situação grega se resolva a bem do seu povo e do entendimento com o governo que este elegeu.)

Mas vamos ao que interessa. António Costa devia adoptar uma posição de divergência inteligente. Denunciar acima de tudo uma fragilidade do discurso dos líderes europeus - o discurso dogmático, das regras, dos tratados, das vírgulas, das décimas dos memorandos, como está a acontecer no caso da negociação grega.

Assistimos em 2007/8 à maior crise financeira da nossa geração, só comparável à grande depressão de 29/30. A Europa viu-se atacada por um ataque especulativo que ameaçou os países mais vulneráveis - e sejamos claros, aqueles que se colocaram também numa situação de grande fragilidade.

Mas a questão é esta. Que diálogo despoletou esta crise no seio das lideranças europeias, na discussão do projecto europeu, do que nos aconteceu, dos erros cometidos (e partilhados), e do rumo que vamos construir para o futuro?

Como é possível que à maior crise das nossas vidas não se tenha seguido um debate europeu profundo e alargado, plural, sobre o projecto da união e da moeda única?

É aqui que têm falhado os líderes socialistas. Aceitaram este discurso dominante da gestão corrente, da aceitação dos pressupostos intocáveis do sistema monetário e financeiro europeu. E alimentaram o silêncio.

Esta é a hora de denunciar esta paz podre ideológica. De dizer que está na hora de um grande diálogo europeu que enfrente a crise vivida e nos permita construir um projecto europeu sério para o futuro.

O texto de Costa é um bom sinal. Mas um pequeno passo apenas. Vá em frente homem, com inteligência e com coragem. (A inteligência só não chega.)

Anónimo disse...

O Syriza é-me indiferente. Não gosto de ver atacado o underdog mas também vejo que o confronto era inevitável. Resta saber se foi incompetência, roleta russa ou se nasceu um novo cacique por aquelas bandas.

Quanto à Europa bem se pode aplicar o princípio de que quem desdenha faz melhor negócio. Os alemães não queriam a moeda única, os outros queriam cavalgar o marco e fizeram a obra sem união política, coisa única, segundo receita alemã. Quem quer avançar na união política? E o que é o governo económico? O dirigismo à francesa? O modelo alemão de competitividade? Nunca se entenderam sobre esse ponto. Onde está o povo europeu? E também, diga-se, nunca esperaram que gregos e portugueses aderissem ao euro. Já então desconfiavam da união de transferências.

Se há coisa que veio mostrar como a moeda única não é igual ao dólar é a bancarrota de porto rico. Que interessa? Há washington e como lembrava um analista americano há tempos, não só os orçamentos estaduais têm de estar equilibrados como também se faliu, faliu. No entanto o Estado federal continua a pagar prestações sociais amortecendo o choque. É o que não há na UE. Além de que há uma diferença entre um país que tem um chefe de estado que todos conhecem e um autocarro de caras de parvos.

Quanto a chamar merkel de nazi não passa dum insulto.


Júlio de Matos disse...



Calma. É muito cedo para se tirarem conclusões assim tão definitivas.


O Governo grego teve a coragem de pôr, finalmente, o dedo na grande ferida global e agora os Povos europeus torcem por que, mesmo que ele perca a sua batalha (um passo atrás...), os faça a todos vencer a guerra pela Europa (dois pasos à frente!)!


A SYRIZA pode não ser ainda a vencedora deste inédito braço-de-ferro com o pragmatismo sem coração, mas uma certeza já temos: o grande derrotado desta história foi o PASOK!


Os moderados acagaçados do atual PS que ponham aí os olhos e que escolham, sem mais hesitações, se querem ter o mesmo "futuro". Se querem ganhar estas Legislativas contando só com os votinhos dos que agora se arrependeram de ter trocado Sócrates por Passos Coelho, mais os tolinhos que em qualquer caso também iriam votar no tózero!


Porque aquilo que até Outubro, à primeira vista, pode parecer que rende dividendos, dentro de um ou, no máximo, dois anos pode vir a tornar-se uma tragédia para o PS.


E uma catástrofe para Portugal.

Baltazar Garção disse...



Subscrevo integralmente estas palavras de António Costa.


Oxalá ele saiba passar destas palavras à acção, quando chegar a hora certa!


É que, no humilhado e destroçado Portugal pós-Passos Coelho, de palavras estamos todos fartos.

A Bem da Nachão disse...



Chamar nazi à Merkel não passa de um insulto.


Chamar radical ao Schäuble passa por um grande elogio...