quinta-feira, junho 25, 2015

A realidade a bater à porta

7 comentários :

Anónimo disse...

Tudo se agrava!! Mas afinal o que andou o governo a (des)fazer?? Então a despesa das APs aumentou, comparada com período homólogo do ano passado?

Manuel Araújo disse...

Entre tantas loas cantadas, alguma borrasca irá surgir; estou para ver o que vem por aí...

Magus Silva disse...

JÁ OUVI UM PASSARINHO

Já ouvi um passarinho,

Bem antes da madrugada,

Cantando lindas cantigas,

Para toda a passarada.

Até teve aulas de canto

E de garganta afinada,

Para toda a passarada

O passarinho cantou:

Eu não vou aumentar nada,

Não aprovo nem consinto.

Vou cortar é nas despesas,

Nos desperdícios de estado.

E a malta ficou calada,

Calou toda a passarada.

Vou arrepiar caminho,

Mas sem falar de passado.

E a malta embasbacou.

Mas alto e para o baile,

Porque eu já fui empossado

No cargo que bem me apraz

E se algo correr mal,

E vai correr com certeza,

Eu direi que vem de traz,

E vem de traz, com certeza.

Vai ser desculpa fatal.

E o passarinho cantou:



Vou cortar os subsídios

O de natal e o de férias

E tudo mais que poder.

Deixem-se de choros e lérias.

Dai cá mais umas moedas.

Dai cá, não sejais piegas.



Vou cortar nos privilégios…

E aí a malta pensou:

(Pensou mas pensou mal.)

Pensou nos inconcebíveis ordenados,

Nos monstruosos lucros,

Nas lucrativas fraudes financeiras,

Nos saltadores da assembleia

Para grandes empresas,

Nos paraísos (fiscais) ……..

E o passarinho cantou:



Vou cortar mas não a altos gerentes.

Vou cortar aos descontentes.

Que só sabem trabalhar

E criar grandes riquezas,

Para os outros,

E requerem privilégios.

E a malta estupefacta,

Olhou em volta, desmaiou,

Pasmou toda a passarada,

A pensar no paraíso,

O que viu era um inferno,

Um salve-se quem puder:

Gente que rouba e mata,

Gente que mata sem roubar.

Gente que rouba sem matar,

Gente que rouba à socapa,

Gente cuja lei protege

E que rouba sem roubar.

E o passarinho cantou:

Se têm dificuldades,

Emigrem, vão para fora,

Quem está mal vá-se embora.

Nós demos a formação,

Que a passarada pagou,

Mas empregos estão lá longe.

Vou ajudar os patrões,

A despedir mais barato,

Assim, a preço de saldo.

Mas não pensem que acabei.

Servirei outra rodada,

Estando esta digerida,

Assim como que esquecida,

Porque a malta anda aturdida.

Com medo que falte o pão,

Quase perdeu a razão.

Mas não vai faltar ração.

Para esmolas é connosco.

Comam restos de comida,

Em s. Bento também sobra,

E o passarinho cantou:

Comida não vai faltar.

Mas a malta já não estava.

Fugiu toda atordoada,

Fugiu toda a passarada.

Passarinho nem notou,
Um pouco desafinado ainda continuou,

Ouvia-se uma zoada

De saúde para pobres,

De justiça para ricos,

Privatizações, privatizações,

Privatizações, privatizações zzzzz zzzzzz….

Acordei estremunhado,

Em pânico me perguntei

Se este horrível pesadelo,

Poderia ser real,

Para desgraça final

Do mundo da passarada.

E uma voz colossal, me roncou:

Não digas nada,

Eu sou o adamastor.

Anónimo disse...

Meus amigos, o povo está anestesiado pelas campanhas de propaganda e intoxicação da tralha direitola nos orgãos principais da imprensa. As sondagens assim o dizem, sejam compradas ou não. No fundo o povo tem o que merece. Um povo que se alimenta e se informa de Correios de Manhã. Gostava de ter uma surpresa, mas já vi esta gente dar duas vitórias àquele refugo da presidência da república quando lhe atiravam a cara as Coelhas. O generalidade do povo não tem memória e é burro. Até o Marcelo é presidenciável.

Herculano Ferro disse...



Pois. Estamos bem fodidos, com esta vaca fria...

Magus Silva disse...

JÁ OUVI UM PASSARINHO

Já ouvi um passarinho,

Bem antes da madrugada,

Cantando lindas cantigas,

Para toda a passarada.

Até teve aulas de canto

E de garganta afinada,

Para toda a passarada

O passarinho cantou:

Eu não vou aumentar nada,

Não aprovo nem consinto.

Vou cortar é nas despesas,

Nos desperdícios de estado.

E a malta ficou calada,

Calou toda a passarada.

Vou arrepiar caminho,

Mas sem falar de passado.

E a malta embasbacou.

Mas alto e para o baile,

Porque eu já fui empossado

No cargo que bem me apraz

E se algo correr mal,

E vai correr com certeza,

Eu direi que vem de traz,

E vem de traz, com certeza.

Vai ser desculpa fatal.

E o passarinho cantou:



Vou cortar os subsídios

O de natal e o de férias

E tudo mais que poder.

Deixem-se de choros e lérias.

Dai cá mais umas moedas.

Dai cá, não sejais piegas.



Vou cortar nos privilégios…

E aí a malta pensou:

(Pensou mas pensou mal.)

Pensou nos inconcebíveis ordenados,

Nos monstruosos lucros,

Nas lucrativas fraudes financeiras,

Nos saltadores da assembleia

Para grandes empresas,

Nos paraísos (fiscais) ……..

E o passarinho cantou:



Vou cortar mas não a altos gerentes.

Vou cortar aos descontentes.

Que só sabem trabalhar

E criar grandes riquezas,

Para os outros,

E requerem privilégios.

E a malta estupefacta,

Olhou em volta, desmaiou,

Pasmou toda a passarada,

A pensar no paraíso,

O que viu era um inferno,

Um salve-se quem puder:

Gente que rouba e mata,

Gente que mata sem roubar.

Gente que rouba sem matar,

Gente que rouba à socapa,

Gente cuja lei protege

E que rouba sem roubar.

E o passarinho cantou:

Se têm dificuldades,

Emigrem, vão para fora,

Quem está mal vá-se embora.

Nós demos a formação,

Que a passarada pagou,

Mas empregos estão lá longe.

Vou ajudar os patrões,

A despedir mais barato,

Assim, a preço de saldo.

Mas não pensem que acabei.

Servirei outra rodada,

Estando esta digerida,

Assim como que esquecida,

Porque a malta anda aturdida.

Com medo que falte o pão,

Quase perdeu a razão.

Mas não vai faltar ração.

Para esmolas é connosco.

Comam restos de comida,

Em s. Bento também sobra,

E o passarinho cantou:

Comida não vai faltar.

Mas a malta já não estava.

Fugiu toda atordoada,

Fugiu toda a passarada.

Passarinho nem notou,
Um pouco desafinado ainda continuou,

Ouvia-se uma zoada

De saúde para pobres,

De justiça para ricos,

Privatizações, privatizações,

Privatizações, privatizações zzzzz zzzzzz….

Acordei estremunhado,

Em pânico me perguntei

Se este horrível pesadelo,

Poderia ser real,

Para desgraça final

Do mundo da passarada.

E uma voz colossal, me roncou:

Não digas nada,

Eu sou o adamastor.

Anónimo disse...

Belas quadras e estrofes para modernizar o cante Alentejano. Parabéns!