domingo, julho 12, 2015

O programa oculto do PàF (Pote à Frente)


A coligação de direita esgota os sucessivos prazos a que se comprometeu para apresentar o seu programa eleitoral. Ontem, reuniram-se os conselhos nacionais do PSD e do CDS para aprovar umas «banalidades» às quais foi dada a altissonante designação de «linhas gerais do programa eleitoral».

Na verdade, a coligação de direita já submeteu o seu programa eleitoral a Bruxelas em Abril: o Programa de Estabilidade (2015-2019) e o Programa Nacional de Reformas (2015). Dada a brutalidade das medidas contempladas, não admira que a sua tradução para português ler esteja a revelar-se uma tarefa complicada.

Assarapantado com a irrevogável demissão de Portas em 2013, Passos Coelho afirmou então: «O programa com que me apresentei pressupunha duas legislaturas e há coisas que quero fazer além do programa de assistência.» Como pretende o alegado primeiro-ministro fazer «coisas» para «além do programa de assistência», ou seja, prosseguir a política austeritária de «ir além da troika»?

Para além do corte de 600 milhões de euros nas pensões de reforma já atribuídas, a coligação de direita está apostada em rebentar definitivamente com o pote. Entre as «reformas estruturais» para a próxima legislatura, estarão previstas estas:
    • Continuação da privatização de empresas públicas (em especial, Águas de Portugal e Caixa Geral de Depósitos, que Passos teve, em 2011, de meter na gaveta);
    • Privatização da Segurança Social, através do plafonamento das pensões;
    • Privatização crescente da Saúde, recorrendo à asfixia financeira do Serviço Nacional de Saúde;
    • Privatização da Educação, mediante a contínua degradação da Escola Pública;
    • Continuação do estrangulamento da classe média, quer através dos impostos (com redução apenas para as empresas e para os contribuintes com rendimentos mais elevados), quer através da «desvalorização salarial».

Este é o programa oculto da coligação do PSD e do CDS. Como transformar este brutal assalto ao pote e empobrecimento da maioria dos portugueses num «conto de crianças»?

6 comentários :

Anónimo disse...

Também em 2011 havia uma agenda ocula e o povo português não se ralou. Foram avisados por Sócrates mas, com o apoio de certa Comunicação Social, conseguiram que quem passasse por mentiroso fosse o que avisava. Essa mesma CS continua a fazer o servicinho sujo em 2015.

Gungunhana Meirelles disse...

Convém evitar a sigla «PàF». PAF é muito melhor. Não se privem das dicas que vos são oferecidas.

Anónimo disse...

o plano nunca foi outro, nada de deixar migalhas para os boys e girls do PS, no EURO o PS passa fome e cala

Pedro Carrilho disse...

Sim, basicamente é o que consta do artigo, destruir o que resta do país e entregar a restante riqueza aos homens das off shores, sejam de cascais ou da china pouco importa, importa sim concentrar a riqueza neles e assegurar que depois de privatizadas há lugares nessas empresas para os catrogas e atuais menbros do governo, faltando ainda mencionar que a destruição do estado se vai dar também pela via da municipalização, com os cuidados de saúde e a educação à cabeça, fazendo contratos programa com as autarquias que depois não serão devidamente financiadas, e contribuindo para a degradação desses serviços, enfim nada de novo, mas para português perceber fica difícil, preferem olhar só para o seu umbigo, enquanto não estiverem na miséria que importa que o seu vizinho já o esteja!

Anónimo disse...

E quanto à comunicação social, não tem nenhem sentido critico ou independencia! Cerviz dobrada, espinhela caída. Pudera, órgãos frágeis, todos na mão do poder e da da "iniciativa privada", os seus agentes tornaram-se todos (ou quase) ferozes representantes do ideário único da plutocracia que lhes dá o sustento. Anos e anos a fio.Tens de lamber a mãozinha que te dá os miles euritos mensais, adaptar o teu cérebro ao servicito, interpretar ou inventar matérias que agradem para poderes ser promovido aos miles e quinhentos euritos!Tens de merecer os 100 euritos à peça, para poderes pagar a agua que consomes em Carnaxide! Uns tristes, seleccionados à partida por esse mérito mesmo, o da cartilha e da submissão.

Paula Cabral disse...

A isto responde RÈGIO:
SÒ SEI QUE NÂO VOU POR AÌ!
Portugueses: pobretes mas alegretes, sem instrução mas não veêm que não têm dinheiro para comer, não têm os vossos filhos a cuidar de vós porque os mandaram emigrar, não conhecem os netos porque estão longe...foi o PSD e CDS; a saúde é cara, a educação quase liquidada, as forças da ordem desprezadas, a in-justiça a campear votem no PUNHITO, que Deus nos inspire! Tiraram-nos a roupa, nús não porque temos vergonha e somos dignos.