sexta-feira, setembro 25, 2015

«Nunca foi tão útil votar no PS!»


• Pedro Silva Pereira, A esquerda está a brincar com o fogo:
    «Depois destes quatro anos de grave retrocesso económico e social, seria bom que a esquerda deixasse de brincar com o fogo. O aviso das sondagens aí está e não podia ser mais claro: dispersar votos pelos pequenos partidos de protesto é oferecer outra vez a vitória à direita. Vale a pena pensar nisso antes que seja tarde.

    Para aqueles que estão descontentes com a política de austeridade de Passos e Portas, a prioridade política é bastante óbvia: eleger outra maioria, outro governo e outro Presidente. Acontece que não há forma de o conseguir sem uma vitória do Partido Socialista nas próximas eleições legislativas.

    É certo, o boletim de voto que os portugueses vão receber no próximo dia 4 é longo. Muito longo. Não faltam partidos e coligações para todos os gostos, incluindo até diversas forças políticas constituídas de fresco para a ocasião (não fosse escassear a margem de escolha dos eleitores...). No essencial, porém, esta diversidade é apenas aparente - e as aparências, como é sabido, iludem. De facto, os partidos concorrentes, sendo todos diferentes, são também quase todos iguais num aspecto decisivo: a consequência política do voto. Bem vistas as coisas, há um único voto que promove e garante a mudança de Governo: o voto no Partido Socialista. Todos os outros votos - ou porque confirmam o mandato do actual Governo ou porque se dispersam pelos partidos mais pequenos da oposição, abdicando de determinar o vencedor - favorecem objectivamente a vitória da direita. Portanto, é caso para dizer: nunca foi tão útil votar no PS!

    Concentrar votos no PS - única plataforma política da oposição que tem reais possibilidades de ganhar - é, pois, a única estratégia ganhadora que os eleitores de esquerda e os adversários da austeridade podem ter. E não há sequer boas desculpas para que isso não aconteça. Por um lado, porque o Partido Socialista se apresenta a estas eleições com uma agenda claramente defensora do Estado Social e oposta à política de austeridade. Por outro, porque o PS tem na sua liderança António Costa, que já provou na Câmara de Lisboa ser capaz de governar com base em compromissos políticos alargados, muito para lá das fronteiras do PS.

    Naturalmente, são legítimas e respeitáveis as simpatias políticas de cada um. Mas convém ter em conta que só haverá mudança de governo se António Costa ganhar. E isto não é uma opinião, é um facto. Depois não digam que ninguém avisou.»

6 comentários :

Rosa disse...



Esta é a realidade...certeiro, como sempre!

Anónimo disse...

tem toda a razão o PSP. Há alguns distritos onde votar PS pode retirar um deputado ao PAF e onde os outros partidos não têm qualquer possibilidade de ter deputados. Ex Bragança, Vila Real, Viseu, Castelo Branco, Guarda e Portalegre. Depois não se venham queixar e entrar na conversa de culpabilizacao do PS quando nada fazem para derrotar o PAF.

Manojas disse...

Não há nenhum mistério no que está a acontecer. O PCP e o BE, que não são nem querem ser mais do que partidos de protesto, não estão minimamente preocupados com uma possível vitória da direita, nunca estiveram, até lhes convem. O que lhes interessa, e muito, é conseguirem mais um ou dois lugares no parlamento, e isso só será alcançado se os conseguirem roubar ao PS. O PS é, pois, o inimigo principal do PCP e do BE, mas cada vez menos por razões ideológicas, e cada vez mais por razões económicas.

Anónimo disse...

O PCP, do operário sem bigorna e o BE, depois de terem ajudado a colocar o láparo e o submarino, unidos numa frente de direita neoliberal de perfil neofascista, no poder, lutam há muito apenas pela sua sobrevivencia. A ideologia com que discarçam a retórica serve apenas para enganar os tordos. Eu já votei no pc mas depressa me desiludi. Enchem a boca de povo mas só enxergam os interesses imediatos do aparatick. Para eles o que vale é a politca de terra queimada, do quanto pior melhor. O povo é instrumental. O lenine bem se cansou de pregar em defesa do NEP: "às vezes é preciso dar um passo atrás para, depois, dar dois em frente". Mais recentemenete, Cunhal fez isso, declarando o voto em Mario Soares. E a direita perdeu!

Anónimo disse...

Bem avisa Pedro Silva Pereira!
Mas, infelizmente, talvez ninguém daqueles que tenta avisar lhe vá dar ouvidos, como amargamente vimos e bem nos lembramos de semelhante aviso que fez em 2011 e da votação que eles fizeram (como ainda me fere aquele sorriso amarelo de Louçã...)!
Dr. Pedro Silva Pereira, por favor vá à campanha PS nesta última semana, repita partes do seu discurso na AR sobre o PEC4, por favor lembre aquilo que aí disse...pode ser que ainda haja alguém dessa gente com um mínimo de inteligência que o ouça.
Não podemos viver mais quatro anos debaixo desta tirania da mentira!

https://www.youtube.com/watch?v=jQwARzWs5y8

Anónimo disse...

depende da perspectiva e de quem vê.

Para o PCP e o BE pouca ou nenhuma diferença há entre a coligação e o PS. Foi por isso que o PCP derrubou o governo Soares na década de 70s e que os dois partidos o fizeram em 2011. Partindo deste ângulo, cientes de que as suas políticas têm mais possibilidades de ser aplicadas em Marte que cá, põem-se ao canto e tanto se lhes dá. O PCP confia no poder das ruas, o BE presumo que confie no poder dos cafés. Podem não mudar nada mas sobrevivem e no caso do PCP mantêm o espírito de família.

Resta saber se o eleitorado pensa o mesmo - e sobretudo resta saber se quem vomita a Coligação vai votar ou fica em casa e se for votar se engole o sapo ps ou se em protesto vota no pcp ou be. a coligação faz tudo para que fiquem em casa, com a abstenção. Mal por mal, que dispersem o voto. De preferência pelo marinho pinto ou pelo garcia pereira.