sábado, setembro 26, 2015

Para pôr fim ao pesadelo


Helena Pato no Facebook:
    «EU VOTO PARA O FIM DO PESADELO

    Não é «o voto útil», porque úteis são para mim todos os votos de esquerda – cada um terá uma utilidade diferente. Respeito. A minha opção tem o sentido de um voto pragmático. Não sou simpatizante do PS, mas acho que um governo do PS nunca foi e não será igual a este governo. Quero mudar de governo e acontece que só vejo uma maneira de o conseguirmos: VOTAR PS.

    Noutras circunstâncias eu votaria num partido à esquerda do PS e não teria dúvidas em qual. Seria um voto para fazer a grande diferença, um voto na inteligência, na competência, na bravura e – por que não? - contra o sistema. Mas eu passei metade da minha vida em Ditadura e não aguento mais esta direita medíocre, mentirosa, ultra-reaccionária e incompetente. Outros há que aguentam. É a vida!

    Não consigo sequer imaginar que podemos continuar a ser vítimas de um bando sem escrúpulos, que desfaz o País e que está cada vez mais determinado (e que o assume) em destruir os 40 anos de Democracia, em ajustar contas com o 25 de Abril. Uma gente que, pela sua governação e postura, todos os dias me lembra o passado fascista.

    Mais 4 anos iguais aos 4 anos anteriores, NÃO! Ponderando a realidade nestas eleições, só posso ter uma atitude racional, consequente, de acordo com a minha consciência: votar no PS - votando num democrata, num homem honesto – porque é o único partido que tem a possibilidade de CORRER COM ELES. Porque, nesta situação, não me concebo a votar num partido que irá lutar, depois, pelos nossos direitos e liberdades, quando estes já tiverem sido totalmente comprometidos nas urnas. Não. O meu voto é para impedir que desapareça no dia 4 o que resta dos nossos direitos e liberdades. Não posso limitar-me a engrossar a voz dos que, no futuro, irão à luta com confiança, procurando opor-se a que nos tirem o que ainda não nos foi tirado. Não, não! Eu quero que o meu voto possa, desde logo, impedir que continuem a tirar-nos paulatinamente o que resta de Abril.

    O meu voto não pode destinar-se a animar a inquebrantável luta por direitos e pela Democracia, quando a sua liquidação já tiver sido «relegitimada» nas urnas. Definitivamente, eu estou de outro lado: eu quero impedir que a essência da Democracia venha a estar em debate, não tenho em mente que os democratas podem mais tarde ganhar esse debate.

    Mas o combate por um regime socialmente mais justo, mais próximo do que defendo, não sai do meu horizonte. Esse combate virá depois - e não abdicarei de estar nele. Mas, primeiro, quero contribuir para acabar com este pesadelo. Precisamos de correr com eles.

    Helena Pato

    Transparência com os meus amigos do facebook, numa atitude que considero tão difícil e importante na minha vida, é a única razão que determina este esclarecimento.

    23 de Setembro de 2015»

5 comentários :

Anónimo disse...

Quem é a senhora?

Anónimo disse...

Gostei muito. Para além ainda, das suas palavras terem o mérito de nos alentar,de nos ajudar, na determinação que o presente nos impõe. Obrigado!

Anónimo disse...

Que a lucidez da sua mensagem chegue aos destinatários a que se dirige. E as TVs não a vão entrevistar?

Anónimo disse...

Muito bem! É assim mesmo.
Não sabem quem é Maria Helena Pato? Foi uma das mais notáveis perseguidas pelos cachorros da Pide às ordens de Salazar.

Júlio de Matos disse...



Grande Mulher!