quarta-feira, setembro 16, 2015

Quem é que, de facto, abriu de par em par as portas à troika?


Estávamos em plena crise das dívidas soberanas (que se seguiu à maior crise mundial após a Grande Depressão). José Sócrates chamava a atenção para o clima político que se estava a instalar no país sob a batuta de Cavaco Silva, o qual não se coibia, através de sucessivas declarações, de lançar o alarme na opinião pública: «Muitas vezes sinto-me sozinho a puxar pelas energias do país e acho que o negativismo e o catastrofismo, próprio da lógica do quanto pior melhor, não terá sucesso».

É neste ambiente que Passos Coelho tomou o aparelho do PSD. Não bastava à direita conseguir alçar-se ao poder — precisava de um aliado externo para virar o país do avesso. Por isso, Passos Coelho, ainda em 2010, se prontificou a acolher o FMI: «Trabalharei com o FMI se for essa a forma de ajudar o país».

Na apresentação da moção de recandidatura a secretário-geral do PS em Março de 2011, José Sócrates denunciou a estratégia da direita: «a agenda do FMI e da ajuda externa levaria o país a suportar programas que põem em causa não só o nosso Estado Social mas também o que é a qualidade de vida de muitos portugueses». E o recandidato a secretário-geral do PS pôs à vista de todos os intuitos da direita: «O que querem é com base nesse programa construírem em Portugal uma situação que lhes permita aplicar a sua agenda sob a capa do FMI».

José Sócrates não deixou então de prevenir que aqueles que acenam com uma crise política estão a cometer «uma imprudência e uma irresponsabilidade», até porque o Governo «está disponível para negociar tudo, para dialogar, para conversar e para defender o interesse geral». E acrescentou: «Tudo faremos para evitar uma crise política», considerando «absolutamente lamentável que seja o único líder político que apela à negociação e ao diálogo».

O PS não conseguiu evitar a entrada da troika. Mas quem é que, de facto, abriu as portas para que os representantes dos credores externos se instalassem no Hotel Ritz?

4 comentários :

Anónimo disse...

Aqui está a verdade dos factos. PSD jogou tudo na vinda da troica para ganhar as eleições. PCP e BE ajudaram à festa na corrrida ao pote.

R disse...



Verdade nua e crua...

arebelo disse...

Pois,mas a verdade é que os "pafirosos",alguns aqui escreventes,já começam a dizer que o alegado primeiro ministro não declarou expressamente que queria cá a troika.De facto não,é que já nem havia papel selado para o requerimento demandando a vinda da calamidade, nem o partido do bpn conhecia os termos exactos que fundamentassem o ataque ao pote.

CARLOS VARGAS disse...

PASSOS E PORTAS, OPORTUNISTICAMENTE, VIRAM NA SITUAÇÃO MENOS BOA DO PAIS A FORMA DE DAREM UM GOLPE PALACIANO E CHEGAREM AO PODER, NÃO ESQUECENDO A AJUDA DO PCP E DO BE , CHEGAR AO PODER NÃO PARA FAZER MELHOR OU DIFERENTE, PORQUE FIZERAM PIOR E BEM PIOR. não esquecer a frase de Marco António da Costa para Passos Coelho , que determinou tudo o que se tem passado " OU HÁ ELEIÇÕES NO PAIS OU HÁ NO PARTIDO"