sábado, outubro 10, 2015

O candidato que a direita descobriu na Fundação da Casa de Bragança


A escolha de Celorico de Basto para a apresentação da candidatura à presidência da República, longe dos palcos em que Marcelo Rebelo de Sousa costuma actuar, pode ter surpreendido muito boa gente. Ao que se vê, foi o município mais distante de Vila Viçosa que Marcelo encontrou.

Mas o expediente da avó Joaquina não evita que Marcelo tenha de fazer mais uma cabriola: renegar o compromisso vitalício de presidir à Fundação da Casa de Bragança, um cargo que «é sério e pesado». Ou como o próprio assumiu quando optou por ser testamenteiro da Casa de Bragança: «Não posso dizer, quando aceito esta incumbência, "olhe vou ali num instante fazer um lugar honorário, depois vou fazer isto, aquilo, e depois volto". É um lugar de empenhamento efectivo». Afinal, voltou.

3 comentários :

Armindo Bento disse...

A FÁBULA DA RÃ E DO ESCORPIÃO
Neste momente apetece-me aqui recordar a fábula da rã e do escorpião
que é assim: uma rã estava na beira do rio quando um escorpião lhe pediu que o deixasse ir nas suas costas para a outra margem do rio.
A rã nega.- És doido! - diz-lhe - ferras-me o teu veneno e matas-me. Ao que o escorpião lhe responde que isso não faz sentido. Se a rã for ao fundo, ele escorpião, também vai. Que sentido faz morrerem os dois?
A rã pensa um pouco e acaba por aceder.
- Anda lá - diz-lhe.
A meio da travessia do rio, o escorpião ferra o veneno na rã, que começa a desfalecer. Na agonia, diz-lhe:
- Que foste fazer? Não vês que assim morremos os dois? Tu próprio disseste que isso não fazia sentido!
- O que queres? - responde-lhe o escorpião - é esta a minha condição!
Como nas boas fábulas, cada um tire as suas conclusões e dar os nomes aos bichos.
“ Se partirmos todos do princípio de que, em nenhuma circunstância e por nenhum motivo - mesmo quando os três partidos juntos têm muitos mais votos e mais deputados do que toda a direita - o PS pode aceitar governar com o apoio da sua esquerda, então o que estamos a dizer é o mesmo que a direita diz: que a direita tem um poder divino de governar em Portugal, mesmo quando não consegue ter a maioria eleitoral.
Claro que nada me garante que, daqui a, digamos, dois anos, aqueles mesmos que declararam agora apoiar o governo do PS lhe não retirem o apoio. Aliás, o pressuposto de qualquer acordo político é que pode ser alterado posteriormente, e por isso não é um contrato de direito civil.
Mas então o PS irá a votos de cara limpa, porque não foi por ele que a esquerda não governou. Já recusar liminarmente agora, mesmo se obtidas garantias de apoio estável, só porque sim, é que me parece uma auto-estrada para a irrelevância política.
Claro que subsiste um problema delicado, para uma consciência democrática: o PS não conquistou o maior número de mandatos. O eleitorado não lhos quis dar. Mas também não quis dar a maioria nem à direita, nem aos restantes partidos de esquerda. E isso obriga toda a gente a compromissos, e não percebo porque o único compromisso possível há de ser servir de bengala à direita.” (Dr Augusto Santos Silva)

Anónimo disse...

O movimento monárquico pode limpar as mãos à parede com estes militantes da treta. Escancarou as portas à direita situacionista, aos da Maçonaria e da Opus Dei, julgando, ingenuamente, parvamente, que podia contar com eles nos partidos, sobretudo no CDS. Deu-lhes de mão beijada a presidência da Fundação da Casa de Bragança, a presidência da Causa Real e várias direcções das Reais Associações. Chegou a hora da verdade: João Almeida, Telmo Correia e Paulo Portas, entre outros, fazem parte da quadrilha governamental. Marcelo serviu-se desse trampolim e traíu, como tem feito sempre. E agora, podem ter a certeza que todos se vão unir para levar Marcelo a Belem, fiados que podem continuar a governar-se com a República dizendo-se monárquicos. Quem pode acreditar em tudo isto?

Anónimo disse...

A fundação casa de bragança é mais uma vertente do dito à siua direita, numa daquelas plataformas de elitistas, de monarquicos, maçons e opus, lobbistas e videirinhos, que gerem patrimónios gigantescos e heranças de enorme monta e valor, sem qualquer supevisão do estado. Até aí tudo bem, é da vida. Porém dominam neste convivio (da fundação), verdadeiros mamões conectados com a causa monárquica, ela própria dirigida por um pretendente tolo e vigaro, cujo modelo de negocio é captar fortunas de velhinhos, articulado com os serviços gestionários da jovem mulher e de advogados habilidosos, rodeados de sinistras clientelas. Anexos de um possidente e recolector de obscuros patrimónios. Dava um filme. Gostava de ser mosca, para ver o nosso marcelo a actuar nestas esferas charmosas, ele que a sabe toda, actuando pela palavra e sobretudo pelo silencio (com um sorrizinho maroto por detrás).