sexta-feira, novembro 20, 2015

Leituras

• Francisco Seixas da Costa, Lá fora:
    «(…) Por tudo isso, espera-se que o presidente não aproveite o anúncio da sua decisão, ou a posse de um eventual novo Governo, para vir a despertar novos fantasmas que possam provocar um inconveniente alarme externo. Se acaso vier a reeditar uma mensagem catastrofista como a que fez há semanas, o presidente estará a prestar um péssimo serviço ao país. E Portugal não esqueceu ainda que foi o primeiro-ministro Cavaco Silva quem, por um imprudente comentário televisivo, agravou desastradamente o "crash" da bolsa nacional em 1987. (…)»
• Ferreira Fernandes, Ele queria era um governo de indigestão:
    «(…) O indigitado, escolhe ele. Ele adoraria ter um governo seu para os últimos dias do seu último mandato. Na ópera, um tombar de pano destes chama-se grand finale. O prazer que vai ser o dele, que passou anos a tratar os secretários de Estado como "ajudantes", acabar a vida política a tratar, no governo de gestão, o primeiro-ministro por simples gerente! Tivesse sido na Madeira, pois, sopesando os tamanhos com o pouco jeito que ele tem para isso (exceto quando se trata do dele: um dia disseram-lhe o peso do salário de Chefe de Estado, mas ele optou pela reforma...), era certo ele escolher um governo de gestão. Mas com a decisão em Lisboa, já não estou tão certo. Aqui tudo se sabe, e são tantas as pequeninas questiúnculas entre os parceiros do acordo do PS, que talvez ele indigite Costa. Ainda maior grand finale para ele, seria ver o dilúvio depois dele. "Eu não disse?" é o seu epitáfio preferido.»
• João Quadros, O empata democracias
    «(…) Enquanto o país espera pela decisão de Aníbal, o nosso PR decide ir para a Madeira visitar caves, passear em hotéis e andar de barco. Ao contrário da maioria dos comentadores e pessoas em geral, penso que toda esta atitude do PR faz sentido: Cavaco faz jus ao seu estatuto e porta-se como um reformado - "Ai, eu agora vou ali à Madeira com a minha senhora." (…)»
• Leonel Moura, Um Presidente fora do tempo:
    «(…) Para agradar a um terço dos portugueses, Cavaco Silva tem dois terços contra si. Nunca um Presidente foi tão desprezado pela opinião pública, mesmo se o cargo faz com que seja preservado pela opinião publicada e pela maioria dos agentes políticos. Quanto a respeito perdeu-o definitivamente. Basta andar pelas redes sociais que valem o que valem, mas são um sintoma de uma indignação que não para de crescer. (…)»
• Pedro Bacelar de Vasconcelos, Truques de prestidigitação:
    «(…) É grave que assim se deixe apodrecer o pouco que restaria de "sentido de Estado" a esta Direita triste e derrotada. Primeiro, vieram com a chantagem da "Oposição séria e responsável" a que queriam confinar o PS. Depois, o fantasma dos "governos de gestão". Agora, a leviandade de uma revisão constitucional que caso não passasse de mero truque, significaria a subversão dos equilíbrios constitucionais e da matriz parlamentar que do nosso regime democrático. É em nome do respeito pela vontade democrática e da dignidade dos eleitores que o Presidente da República fica impedido de dissolver o Parlamento nos seis meses seguintes à sua eleição. Admitir que o Presidente pudesse convocar sucessivos atos eleitorais até conseguir um resultado do seu agrado, favorável aos seus correligionários, equivaleria à transformação da democracia representativa numa tirania presidencial. Coisas demasiado sérias, enfim, para espetáculos de magia e truques de prestidigitação. (…)»

3 comentários :

Jose disse...

Grandes palhaçõos!

Querem ir ao pote à má-fila e ainda reclamam que os reverenciam!!!!

Ao fim de quatro anos da austeridade que provocaram, cheira-lhes a 'cofres cheios' e espumam como cães raivosos.

Rosa disse...




Excelente retrato em 3 D...

Anónimo disse...

Quem me parece que anda a espumar é a direita com a perspectiva de lhe ser tirado o pote.
Basta ouvir o Nuno de Melo, o Montenegro ou aquela aventesma regateira da Caeiro na comunicação social. Até espumam da boca tal a ansia de negar o óbvio : que não tem maioria para governar.
A vida é dura. Habituem-se.