sexta-feira, dezembro 04, 2015

Maria Luís tem um imenso passado à sua frente


O defunto governo passou o ano inteiro a jurar a pés juntos que o défice orçamental de 2015 seria de 2,7%. As previsões da Comissão Europeia, do FMI, da OCDE sinalizavam que se tratava de uma estimativa demasiado optimista, leia-se, propagandística. Nada demoveu Passos, Portas & Maria Luís Albuquerque.

A Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO), que funciona junto da Assembleia da República, desfez agora a propaganda da direita: da almofada (constante da dotação provisional e da reserva orçamental) do OE-2015 resta uma dotação para o mês de Dezembro de apenas 61,2 milhões de euros. A badalada almofada transformou-se num acanhado chumaço, como se vê.

O que agora se discute é saber se o Governo que, ontem, entrou de facto em funções consegue fechar o ano de 2015 com um défice orçamental não superior a 3%, para que o Estado português possa abandonar o procedimento por défices excessivos.

Assistiremos, a partir da próxima semana, a esta situação paradoxal: Maria Luís Albuquerque, responsável pela elaboração do OE-2015 (e por 11/12 da sua execução), a pedir contas, com ar empertigado, ao novo governo pelo défice no fim do ano. Não se ria, caro leitor: esta direita já mostrou que a vergonha é uma cena que não lhe assiste.

5 comentários :

Anónimo disse...

Responsável por 11/12 da execução orçamental de 2015? Não,mais do que isso, responsável pela quase totalidade da execução orçamental do ano corrente! Quando o governo tomou posse - final de novembro - pouco mais havia a fazer, no sentido de mudança para Dezembro de 2015. Vencimentos? Em curso. Rendas, gastos correntes imprescindíveis, como água e luz, contratos em vigor,muitos plurianuais,etc,etc? Tudo em velocidade de cruzeiro.No 12º mês do ano de 2015, o destino orçamental já está traçado.

Jose disse...

Um risco de défice excessivo?
Apesar de não terem embarcado na 'política alternativa'?
Espantoso!
Chama-se a polícia! Ou vote-se rapidamente um qualquer saque adicional, talvez sobre os bancos, esses malfeitores!.

Magus Silva disse...

Apenas para lembrar episódios de que há uns tempo me lembrei. ( Partilhado do Google)


Deus criou o mundo, depois criou o homem à sua imagem e semelhança. Criou os animais e tudo que equilibra a natureza.

Na terra manda o homem, no céu manda Deus.

Deus manda na terra e no homem. Os homens mandam noutros homens que guardam cabras e porcos e outros animais. Os homens comem cabras e porcos, e outras porcarias pouco saudáveis.

Alguns homens tornaram Portugal numa nação, e escolheram bem. Pequeno,, florido, à beira-mar plantado, é regalo de estrangeiros e de alguns portugueses.

Alguns portugueses inventaram, qualificaram, desqualificaram e deturparam uma democracia, para fingir que somos todos iguais. Mas como alguns são mais iguais do que outros, muitos homens são servidores para que alguns sejam devidos, bem servidos.

Muitos homens elegeram o presidente Cavaco Silva, não tantos assim, porque a maioria das portuguesas e portugueses votou contra ele ou se absteve, o suficiente, segundo a tal democracia, para que se pudesse intitular Supremo Magistrado da Nação.

Cavaco foi eleito e foi trabalhando árdua e silenciosamente par eleger e proteger a sua estirpe. Uns mal notavam a sua estratégia, a outros convinha apenas registar e ignorar.

À semelhança de Deus, cavaco foi guiando e amparando a sua estirpe criando sucessivos obstáculos, com simulados recados aos seus genuínos adversários. Assim criou um governo à sua imagem e semelhança.

Quando a sua estirpe caiu no purgatório, prestes a resvalar para o inferno, Cavaco segurou, inventou, fez de conta que era tudo no supremo interesse da Nação e lá acudiu à sua estirpe, revogando o irrevogável e tudo ficou e continuou em família.

Cavaco esticou o tempo ao milímetro, para que o tempo, que tudo cura, curasse das mazelas e da trapalhada a sua estirpe. Gente da cor da sua estirpe infiltrou-se em tudo que era lugar de estaque.

Entretanto o tempo foi curando, atenuando disfarçando e um silêncio sepulcral caiu sobre todos os malefícios.

Com a aproximação das eleições começaram as notícias dos supostas melhorazinhas positivas do governo, sem mencionar o aumento da desastrosa e por este caminho, impagável dívida pública.

Todas as privatizações criminosas ficaram abafadas, o desastre do BES do novo banco, da TAP foram bem amortalhados, com uma campanha ruidosa que tanto disse sem nada ter dito.

Rebentaram as eleições que tardaram para dar tempo ao tempo, com o governo a não ter tempo para enviar para Bruxelas em tempo, o projecto de orçamento, como fizeram todos os países

Cavaco começou a enviar os seus recadinhos, com gente da cor do seu Governo bem posicionada na imprensa, lá começaram as manobras de diversão com boas notícias todos os dias.

Mais parecia o milagre das rosas, aparecendo fartura onde crescia a miséria.

Finalmente os resultados e a coligação do presidente ganhou por poucochinho, elegendo mais deputados do qualquer dos outros partido, bem menos que a oposição junta.

Com este cenário, sabe-se, e também sabe o presidente, que o governo não poderá governar sem o apoio da maioria de deputados. Mas Cavaco não se importa, vai indigitar o presidente do seu partido, coligado.

Possivelmente, penso eu, Cavaco não permitirá uma alternativa mesmo se ela surgir, com a esquerda unida à esquerda, mesmo que o país sofra e perca, em prol do seu último objectivo.

No caso de o seu governo cair, é mais que certo, usarão a propagando e o medo, para que os eleitores votem em peso nas vítimas da injustiça, só porque o PS se recusa a apoiar as medidas que na campanha eleitoral sempre recusou, na esperança de transformar o PS num partido vira-casacas.

A propaganda já começou e ainda a procissão vai no adro, toda a novela ficará para os próximos e dramáticos capítulos.

Jose disse...

Vai-se a ver haveria de estar a almofada intacta, ao fim de 11 meses de gestão orçamental, para a geringonça ter meios para distribuir unas consoadas!

Sem saída disse...



Não têm vergonha, pois não, mas vão ter muita pena de não a terem tido - no dia do juízo final.