quarta-feira, outubro 26, 2005

Extractos do comentário de Miguel de Sousa Tavares sobre a greve na Justiça (Jornal Nacional da TVI de ontem)

— Não vou discutir a parte constitucional, saber se os magistrados podem ou não fazer greve, porque não sou constitucionalista. E acho que não é esta a questão de fundo. Entendo que a questão de fundo é saber se eles têm ou não razão para fazer greve. Estou inteiramente de acordo com o que disse José Sócrates. Não percebo como uma alteração ao sistema de saúde, ou uma alteração às férias judiciais, ou a suspensão das carreiras, que é igual, provisoriamente igual, para todos os funcionários públicos, o que isto tem a ver com a independência?
— Isto justifica que o presidente do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público vá fazer queixa à ONU, ao comissário da ONU, da independência judicial?
— Nada…

(...)

— Mais uma vez digo e repito: (…) os juízes, os funcionários judiciais ou o Ministério Público nunca pensam nos utentes da Justiça. Nunca. Em todo este processo de greve, eu já assisti a vários debates com eles; tenho lido todos os artigos que tenham escrito; tenho ouvido falar profusamente sobre isto. Nunca há uma preocupação de dizer como a Justiça pode funcionar melhor. Aparentemente, eles acham que a Justiça está óptima. Mas não está. E a prova de que não está é que, tirando as pessoas que tinham julgamentos marcados para esta semana e os advogados, ninguém vai dar por esta greve.

(...)

— Ninguém gosta de perder privilégios. Isto é óbvio. Particularmente, porque se trata de um órgão de soberania e porque são pessoas que têm por profissão serem justos. Eles devem olhar não para sua situação em particular, mas para a sua situação dentro do conjunto dos funcionários públicos. E dentro do clima económico e das dificuldades financeiras que o país tem e, sobretudo, dentro da ineficácia da máquina da justiça. É aí dentro que têm que encontrar soluções.

12 comentários :

Anónimo disse...

O MST era um tipo giro.
Há 20 anos as mulheres achavam-no o máximo.
Era filhinho de papás, ilustre família com pergaminhos e cultura, não sei se também com dinheiro.
Fazia boa figura na televisão, com o seu ar blasé.
Falava bem.
Mas isso não basta para se ser um bom advogado. E ele devia ser mesmo muito mau advogado.
Deu-se mal com os Juízes do Palácio!
Não percebeu que o seu problema era a falta de estudo e trabalho ou então percebeu, mas msmo assim ficou ressabiado.
Depois aquele 2º casamento correu mal...
Agora está com tudo. Mulher gira e jovem, de boas famílias e muito rica.
Embora sempre tenha sido corajoso, honra lhe seja feita, agora está mais valente do que nunca e deu em malhar, ainda mais, naqueles que foram os únicos que nunca lhe reconheceram mérito.
O advogado falhado, ressabiado, emerge sempre que se fala de juízes.
Que pena MST, eras tão giro...

Anónimo disse...

Este seria um comentário muito interessante e clarificador, não fora ele mais do que um ataque "ad hominem" com o objectivo de denegrir a imagem pessoal do visado em vez de discutir os argumentos apresentados. Pessoalmente não tenho grande simpatia pelo MST, em particular quando o vejo aproveitar a sua posição de "opinion maker" para fazer a defesa da sua "liberdade" de conduzir em excesso de velocidade e de obrigar os outros a respirar o fumo do tabaco de que ele gosta, mas consigo rebater isso na base de argumentos e não de ataques pessoais. No caso presente, não consigo encontrar falha no seu raciocínio... :(

Anónimo disse...

O anónimo das 11,54 deve ser uma gaja a quem o MST deu com os pés. Aquilo cheira a dor de cona.

Anónimo disse...

Só falta dizer que o MST defende o Sócrates...

Anónimo disse...

O anónimo das 11:54 não tem uma forma mais inteligente de rebater os argumentos do MST, não? Responder com ataques pessoais é do mais rasteirinho que há...

Anónimo disse...

Mais rasteirinho ainda é o anónimo das 04:43:58 AM , mas realmente ataques pessoais são uma pobreza de espírito.
"Mentes pequenas discutem pessoas, mentes medianas discutem factos, mentes brilhantes discutem ideias." Alguém disse isto, esqueceu-se das sub-mentes como a do "senhor" das 04:43:58 AM

Anónimo disse...

Não gosto deste gajo, mas reconheço, mais, comungo com o que escreve.

Cuidado com o elevador do palácio de Justiça, não vá ele caír.

Pobre País, que gasta rios de dinheiro em formar academicamente, gente que so se preocupa com o seu bolso

Anónimo disse...

Para rir, para rir mesmo muito:

Comunicado do Conselho Superior de Magistraturadede 12.10.2005



Em reunião Plenária Extraordinária de 12.10.2005, o Conselho Superior da Magistratura, entre outras, tomou as seguintes deliberações:

Enaltecer os Juízes que, apesar das muitas razões objectivas que lhes assistem, recusam a sua funcionalização e privilegiam com profissionalismo, brio e sacrifício pessoais, o objectivo da qualidade e celeridade da justiça para servir cada vez melhor os cidadãos, mesmo em ambiente difícil.

Anónimo disse...

Também vão acabar com os milhões de euros que todos os anos saem das custas processuais para a Caixa de Previdencia dos Advogados e Solicitadores???? E O que sai para a Ordem dos Advogados???? Será que o MST concorda em ter de pagar mais para a sua reforma??? E não é funcionário publico.
Concordo plenamente que se retire todos os beneficios que certas classe têm mas no mesmo dia em que retirarem as obrigações. O que o governo ganha em colocar toda a gente contra os juizes e funcionários é que qualquer dia ninguem vai trabalhar para os tribunais. Se se ganha o mesmo em qualquer sitio então é preferivel irem para outra profissão e não ter as chatisses de trabalhar com a gentinha da justiça. Veja-se a trabalheira que têm certas classes de funcionários publicos.
Já agora por que raio a jornalista Susana Dutra vai ganhar 3000 e muitos euros para manter uma página do ministério justiça?????? Não ah ninguem mais nesse ministerio para o fazer???? Ou como estava no desemprego desde que saiu da Capital o tio Alberto resolveu meter uma cunha????
Continuem com demagogia popular e vão ver onde isto vai parar.

Anónimo disse...

Com ordenados de 6000 e de 7000 €, na sua maioria, há, reconhecidamente, no estatuto dos magistrados, um "claro desiquilíbrio, entre direitos e deveres". Onde é que eu já ouvi isto ?

Anónimo disse...

Sempre pensei nisso e cada vez mais vejo isso todos os dias, este pais é um pais de invejas em que o único prazer de muita gente é o mal dos outros. Em vez de tentarem ser, ter, fazer, construir, formar-se, etc etc, preferem invejar o que os outros construiram. É um defeito deste pais pequeno e mesquinho.
Os juizes têm estes beneficos que vieram a publico e outros. Alem dos 700 euros de renda de casa, limpos, têm um livre transito que lhes dá acesso ao pais todo incluindo avião; têm casas onde podem ficar; têm isenção de horário; trabalham quando querem; têm subsidio para gasolina se assim intenderem... etc etc mas e a responsabiledade, não conta?
Quem faz as leis (e fazem bastantes) é a assembleia da republica, eles apenas a aplicam. Para quê esta confusão toda? Não será inveja de nunca terem estudado para fazer algo de construtivo para o pais???? Inveja pura e simples. Mesquinhez. Pobreza de espirito... triste!

Anónimo disse...

ò anónimo que antecede:
Livre trânsito por todo o país?
Só se for de bicicleta!
Livre trânsito de avião?
Só se for o Sócrates que o ofereça para se ver livre deles e colocar no lugar deles umas ovelhinhas ou uns inteligentes como tu.
700 euros de sub de renda (...) e casa onde ficar?
Só se for a própria (deles).
Subsídio de gasolina?
Só se forem eles a subsidiar o Estado, quando vão em serviço inspeccionar coisas e fazer julgamentos no local, no carro próprio (deles).
..........
Tu de inveja entendes muito de Tribunais, Juízes e de quem faz as Leis (e não de quem as aprova) é que não «intendes» nada.