O que faz mover os juízes não é a «bitola das “benesses sociais”», ao contrário do que proclama o “coro situacionista”, nesse tão “estafado discurso do corporativismo.” Quem o diz é o presidente da Associação Sindical dos Juízes Portugueses (ASJP), Alexandre Baptista Coelho, em artigo publicado no Diário de Notícias. Sigamo-lo: «Basta raciocinar um pouco a quem mais aproveita que o debate não passe do nível das férias judiciais e dos serviços sociais? A quem interessa que a discussão não vá além do nível das "corporações", dos "privilégios" e dos "direitos adquiridos"?»
Como o próprio título do artigo o sugere, o que está em causa é a independência dos juízes (“A greve e a independência dos juízes”). Baptista Coelho alerta-nos: “Não devemos ter ilusões.”
Ao invés de dar ouvidos ao dirigente sindical, que liderou uma greve que não se deveu apenas “a questões de cariz sindical”, o poder político anda a incomodar os magistrados com “as férias judiciais e os serviços sociais [que] não passam naturalmente de temas menores.” O objectivo do poder político é óbvio: uma “estratégia [que] passa, antes de mais, pelo puro entretenimento da opinião pública.”
Houve eleições há oito meses. Ou Baptista Coelho diz quais foram as medidas entretanto promulgadas — já que o artigo é totalmente omisso quanto a isso — que puseram em causa a independência dos juízes, ou Baptista Coelho está a faltar à verdade. Ó Sr. Dr. Juiz, desembuche lá…
Como o próprio título do artigo o sugere, o que está em causa é a independência dos juízes (“A greve e a independência dos juízes”). Baptista Coelho alerta-nos: “Não devemos ter ilusões.”
Ao invés de dar ouvidos ao dirigente sindical, que liderou uma greve que não se deveu apenas “a questões de cariz sindical”, o poder político anda a incomodar os magistrados com “as férias judiciais e os serviços sociais [que] não passam naturalmente de temas menores.” O objectivo do poder político é óbvio: uma “estratégia [que] passa, antes de mais, pelo puro entretenimento da opinião pública.”
Houve eleições há oito meses. Ou Baptista Coelho diz quais foram as medidas entretanto promulgadas — já que o artigo é totalmente omisso quanto a isso — que puseram em causa a independência dos juízes, ou Baptista Coelho está a faltar à verdade. Ó Sr. Dr. Juiz, desembuche lá…
PS — Há uma terceira hipótese para justificar esta gritaria da ASJP: perdidas as batalhas das férias judiciais e dos serviços sociais, o dirigente sindical Baptista Coelho está apenas a simular a leste para evitar novas derrotas a oeste. É que os principais privilégios dos magistrados nem sequer foram tocados… Na verdade, houve muito “sangue” para tão poucos “despojos”.
7 comentários :
Este Coelho deve julgar que somos todos parvos.
Lá começa a série de comentários "anónimos", postos pelo próprio Miguel Abrantes!
É um delírio!
Pelo que conheço, e passo muito tempo em tribunais, não invejo a vida dos que ali trabalham.
E ainda ando à procura de saber quais são os privilégios. E o redactor não esclarece. Suponho que sejam muitos.
Agora, salários altos em relação aos declarados pela generalidade dos portugueses, não me parece grande coisa. Bons cuidados de saúde também não é grande coisa. Será melhor irem também para os centros de saúde dias inteiros?
Quanto a férias: estou farto de ser incomodado em Agosto e ter que frequentar esses sítios. E nunca os vi fechados. Dá idéia que vai ficar tudo na mesma.
Se quer saber o que são privilégios "a sério" pense nos múltiplos empregos, nos vencimentos e lucros tipo "iceberg", nas acessorias sem suor para os "parentes", nos automóveis para fins particulares, na duplicação do tempo para reforma, nos negócios privados com fornecedores públicos, nos despedimentos com altas indemnizações seguidos de "contratação" a recibos verdes, e etc...
Parecendo-me que em Portugal se trabalha muito mais que noutros países (ex: España) só encontro explicação para a constante "penúria" no "sistema sanguessuga".
Mas o juiz Coelho não se descose ?
Se ele disser o que está a reduzir a independência dos juizes eu e muitas outras pessoas estaremos a seu lado.
para o anónimo de Sex Nov 11, 09:21:06 PM
Pelo texto, parto do princípio que o comentador é juiz. Fica-lhe mal falar das "acessorias" quando quer dizer assessorias. Ou estará a falar das scuts e dos acessos às mesmas?
Parece-me que o "Miguel Abrantes" é o pseudónimo de Alberto Costa
Parece-me que "anonymous" é o pseudónimo do Alexandre Baptista Coelho.
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