segunda-feira, janeiro 09, 2006

A palavra aos leitores (com o Quebeque como pretexto)

A excursão ao Quebeque ainda mexe. Depois de a anunciar no seu próprio site em lugar de grande destaque, a Associação Sindical dos Juízes Portugueses (ASJP), quando o CC decidiu colaborar nas acções de marketing para que ela fosse um êxito, retirou a alusão à viagem da página inicial do site, remetendo-a provavelmente para uma área reservada aos associados. Mais tarde, o presidente da Direcção da ASJP, numa entrevista a uma rádio, afirmou que a viagem se destinava aos magistrados jubilados. O tempo tudo resolve. Daqui a uns meses já ninguém se lembrará de que, com o ano judicial a correr, a ASJP havia criado um programa de lazer para entreter os seus associados, lá longe onde neva. Não foi o que o tempo fez com os juízes que não comunicaram a sua adesão à greve e, portanto, não foram obrigados a descontar os dias de greve?

Entretanto, um leitor, que tudo leva a crer se tratar de um magistrado judicial, deixou aqui um comentário. Não se limitou a discorrer sobre a excursão ao Quebeque. Com aquele jeito informal com que os juízes se habituaram a tratar os réus na sala de audiências, analisa várias questões pertinentes, designadamente os privilégios concedidos pelo ministro da Justiça (a que os magistrados naturalmente se opõem, embora os utilizem, ao que parece), a legitimidade da Direcção da ASJP e as palavras de Mónica Dias (a magistrada de Arganil e Pampilhosa da Serra que conheceu alguma notoriedade blogosférica, depois de ter proferido um inflamado discurso sobre a independência dos juízes no VII Congresso realizado no Algarve, tendo posto em evidência como a independência fica irremediavelmente comprometida com a sua integração na ADSE e com a redução das férias judiciais).

Eis o comentário do referido leitor, corrigidas que foram algumas arreliadoras gralhas (v.g., “viajem” por “viagem” e “demais” por “de mais”):
    'Olha o Sr. Abrantes à defesa!

    Ó Sr. Abrantes, já fez bem as contas. A viagem, que diz ser escandalosa, demorou 8 dias, contados da sua partida a 28 de Dezembro de 2005?
    Mas, com isso, terminaria quando? A 4 ou 5 de Janeiro?
    Sabe quando é que terminam as férias judiciais?
    O ano judicial tem o seu início a 4 de Janeiro.
    Assim, para poderem ir à viagem, os juízes teriam que faltar 1 ou 2 dias. Ora, como sabe, os juízes gozam do PRIVILÉGIO de, independentemente da finalidade - veja o art. 10.º-A do seu Estatuto -, faltarem dois dias seguidos ao trabalho (quaisquer que sejam os dias).
    Este PRIVILÉGIO foi concedido pelo MINISTRO ALBERTO COSTA e, por se tratar de um VERDADEIRO PRIVILÉGIO, logo foi contestado pelo sindicato dos juízes.
    Ou seja, mesmo que os juízes tivessem feito a viagem em causa, GRAÇAS AO MINISTRO ALBERTO COSTA, não teriam faltado ilegitimamente ao serviço.

    Mas, tudo isto é irrelevante, pois os réus das suas acusações aparentemente não cometeram o crime pelo qual o senhor já os condenou.
    Adiante.

    O sindicato dos juízes não é uma “estrutura que representa titulares de um órgão de soberania”. É uma estrutura representativa dos seus associados.
    E, mesmo quanto a estes, convém não esquecer que a actual direcção nacional venceu à justa as últimas eleições, contra uma lista vencida extremamente crítica da linha “sindicalista” da actual direcção.
    O Sr. presume de mais. Como sabe, “As presunções são a mãe de todos os disparates”.
    Se quer criticar a Direcção Nacional da ASJP, critique a Direcção Nacional da ASJP, não critique os juízes todos.
    Eu sei que o conceito lhe é estranho, mas, em Portugal, a culpa ainda é PESSOAL E INTRANSMISSÍVEL.

    O mesmo se dia das afirmações de uma juiz no congresso do Algarve.
    Com que direito é que o Sr. extrapola as afirmações dessa juiz para toda uma classe?
    Posso eu extrapolar as condutas do agora famoso “director de serviços” da Neide para o Ministro?
    Sabia que o discurso da referida juiz “embaraçou” - para não dizer envergonhou - os restantes juízes presentes no Algarve?

    Diz bem: “A intenção é tudo”. Devolvo-lhe a afirmação, embrulhada no provérbio “pela boca morre o peixe”'

6 comentários :

Anónimo disse...

É favor corrigir a arreliadora gralha "blogósferica"...

Anónimo disse...

"a magistrada de Arganil e Pampilhosa da Serra que conheceu alguma notoriedade blogósferica, depois de ter proferido um inflamado discurso sobre a independência dos juízes"

É favor corrigir a arreliadora gralha "blogósferica"...

Anónimo disse...

"retirou a alusão à viagem da página incial do site"

É favor corrigir a arreliadora gralha "incial"...

o "Miguel" está nervoso... Talvez tirar férias... e tirar a foto "subtraída" de post anterior sobre o Quebec, conforme pede o seu autor...

Anónimo disse...

Porque será que um tal Miguel Sousa Tavares não se pronuncia, ele que tanta moral apregoa?

Anónimo disse...

Por favor retire este comentário sobre o Jornalista MST. Já está colocado no devido lugar

Anónimo disse...

"a magistrada de Arganil e Pampilhosa da Serra que conheceu alguma notoriedade blogósferica, depois de ter proferido um inflamado discurso sobre a independência dos juízes"

É favor corrigir a arreliadora gralha "blogósferica"...

"retirou a alusão à viagem da página incial do site"

É favor corrigir a arreliadora gralha "incial"...

O "Miguel" está nervoso... Talvez tirar férias... e tirar a foto "subtraída" de post anterior sobre o Quebec, conforme pede o seu autor...