Mário Negreiros escreve, no Jornal de Negócios, um artigo intitulado Os senhores das alcunhas, no qual analisa o comportamento de todos aqueles que preenchem as suas horas mortas escrevendo comentários anónimos por essa Internet fora. Eis uma parte:
"A Internet é reveladora de muitas coisas, e nem todas são bonitas. Revela grandes canalhas (pedofilia, racismo, terrorismo, etc). Também revela pequenos canalhas. E é dos pequenos que me ocupo hoje.
Refiro-me aos que, escondidos sob alcunhas, enchem o espaço cibernáutico de uma agressividade que não pode deixar de ter algo de patológico.
Praticamente todos os fóruns de discussão na internet em que caí na asneira de entrar eram dominados por esses pequenos canalhas, cuja característica mais evidente é um apreço pelas próprias opiniões tão grande quanto o desapreço por quaisquer outras opiniões. Têm uma necessidade que parece compulsiva de atribuir ignorância a quem quer que se atreva a dar palpites sobre os assuntos que só eles, os pequenos canalhas, dominam (ou seja, todos e quaisquer assuntos) (...).
Os pequenos canalhas são chatos mas, individualmente, inofensivos (mas atenção, porque nada impede que um pequeno canalha seja também um grande canalha). O mal que os pequenos canalhas fazem está na quantidade: são muitos. Infestam. Dão o tom de grande parte do que se diz na internet e, assim, espalham mundo a fora a impressão de que os humanos são seres maldispostos, malcriados, mal-amados, maus.
Qualquer coisa que caia no grande caldeirão da internet servirá de alimento aos senhores das alcunhas, que se põem a mandar vir, muito machos, muito irónicos, muito cínicos (nem todo o cinismo é covarde mas toda a covardia é cínica) contra o que se escreve (ou contra o que eles lêem, que não são necessariamente a mesma coisa). É pena.
(…) E que por cordialidade não se entenda medo de frontalidade e de espírito crítico. O que a cordialidade inibe não é o debate, mas a agressão. Mas como poderiam os pequenos canalhas abdicar da agressão se é precisamente para agredir que eles se escondem em alcunhas e, com a baba a cair-lhes da boca, digitam rancores mal resolvidos e anónimos contra tudo e contra todos?"
13 comentários :
O Miguel encomendou este artigo para pôr na ordem os melgas ?
Eu, um simples anónimo que nem a 4ª classe do Miguel tenho, concordo com esta frase:
"Refiro-me aos que, escondidos sob alcunhas, enchem o espaço cibernáutico de uma agressividade que não pode deixar de ter algo de patológico."
O "Miguel Abrantes", as suas taras, obsessões e perversões e a "sua" Câmara Corporativa, infelizmente, estão a ficar famosos...
O Miguel parece que quase os calou. Venham agora os comentários decentes.
Concordo totalmente. Por acaso o Miguel Abrantes, às vezes, "estica-se" um bocadinho, mas hà quem não se meta com ninguém e lhe apareça, volta meia volta, um canalhinha desagradável pela frente...
A ode não é só ao comentador anónimo.
Serve também para o postador que usa o nome como alcunha, ao não revelar nada mais do que isso e ao indicar outro colaborador que não existe na prática.
A carapuça, aliás, deveria servir para uma grande variedade de autores de blogues.
Mas afinal o que é que aborrece mesmo o tal Negreiros?
O anonimato? A alcunha usada para insultar?
Parecendo ser esta última, pergunta-se também: e insulta quem quer?!
E se insulta, que vale o insulto anónimo, sem rosto?
Porque é que o Negreiros se incomoda com isso? Gostaria de se tornar um grande censor que cortasse os insultos anónimos? Gostaria de instituir um sistema de censura a esses desequilibrados que por aí andam?!
Sinceramente, custa-me um pouco a perceber esta preocupação com os tais canalhas pequenos.
Quem é o tal Negreiros afinal?!
Vou ver.
Afinal é outro anónimo! Com nome, mas anónimo na mesma, para a generalidade dos leitores.
E a escrever frases como esta , "é precisamente para agredir que eles se escondem em alcunhas e, com a baba a cair-lhes da boca, digitam rancores mal resolvidos e anónimos contra tudo e contra todos? " pouca diferença faz dos pequenos canalhas que pretende denunciar.
O texto parece-me uma espécie de sublimação do ego.
Não sei se leu o discurso do filho da puta do Alberto Pimenta, mas se lesse não escrevia inanidades como as que escreveu.
Houve uma vez alguém que colcou aqui, num comentário, esse belo poema do Alberto Pimenta e o senhor que diz chamar-se Miguel Abrantes apagou-o...
o miguel deve ter tido sido aluno de currículo escolar próprio ... não percebe que ele, Miguel Abrantes , é tão anónimo como eu, mr. hide.
"Tudo flui, nada é"... teria menor valor se não soubéssemos quem o disse?
não percebe também que plagia a doida da pacheca num dos seus mandamentos da blogosfera: não põe em relevo a argumentação mas o facto de ser anónimo. discute o acessório ( ser anónimo ou não, desde que não raie a má-criação)e deixa o essencial de lado, quando lhe não convém, é claro.
digo eu, não sei...
mr hide
A mim não me repugna que se post ou se comente anonimamente, como o "Miguel Abrantes" faz... O que me repugna é que se dê ares de superioridade impoluta quanta esta personagem não diz quem é ou o que faz... E que seja "selectivo" no que critica sem explicar por quê e quem lhe mandou fazê-lo (sendo minimamente inteligente até se consegue perceber) enganando os incautos...
E vivo o deputado do PS dos colégios, a Emaudio, o Xadrez do Coelhone, a Heidi, a Dutra, os boys rosas, o Eurominas, PJ/Interpol, a Fatinha, o "Nova Setúbal", o Freeport, a Ota, o TGV, as SCUT's...
Muito se ladra contra a prevalência, na Blogosfera, dos anónimos. Quando começará alguém a ladrar igualmente contra os anónimos poderes ocultos que se ocultam, manipulam, e representam as pretensas caras do Discurso Instituído na Atmosfera?...
"Mas como poderiam os pequenos canalhas abdicar da agressão se é precisamente para agredir que eles se escondem em alcunhas e, com a baba a cair-lhes da boca, digitam rancores mal resolvidos e anónimos contra tudo e contra todos?"
E, numa frase tão pequena, é caracterizado um pulha que tem as iniciais MA...
Aforismo Cínico do Meio-Dia
Para a "Loura" Ferreirinha Alves
Nós, cá nos "blogues", já aderimos ao Sistema Chinês, fazemos dez vezes melhor, e cem vezes mais barato.
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