A palavra aos leitores - A gestão na CP

Vários leitores nos escreveram a propósito da saída de António Ramalho da CP. Eis extractos de alguns desses mails:

"Quando assume funções, um gestor avisado toma uma medida de que beneficiará muito no futuro. Empurra o lixo para o gestor que o antecedeu. Maquilha as contas para que as demonstrações financeiras da responsabilidade do conselho de gerência anterior fiquem com os cardos para que as rosas possam ser apresentadas pelo conselho de gerência que lhe sucede. Já ouviu falar da especialização dos exercícios (…)?"

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"País desgraçado que estes filhos alberga...e a quem chama de elites! Esta gente dos 40 anos, os tipos que se auto-intitularam de yuppies e só falam por pomposos anglicismos, é muito pouco rigorosa, parece ter o oportunismo no código genético. Os cargos no estado só lhes servem como trampolim ou porto de abrigo quando são despedidos "na privada". Sabem vender-se e fazer imagem como ninguém. (...) Quando entram nos lugares públicos, para eles há sempre contratos especiais, porque por definição valem mais do que todos os outros, pelos atributos impressionantes que demonstram: papagueiam o JacK Welch e o Philip Kotler.

Mal chegam, já montaram negócio, chamam os amigos, desmantelam tudo o que mexe. Prometem a Lua impunemente, que depois dá-se o "cava" e pronto."

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"O Sr. Dr. Ramalho entrou na CP com muito marketing e fogo de vista para papalvos: cabeleireiro e massagista nas carruagens (ideia do amigo Miguel Setas, que também já foi pedir abrigo ao António Mexia), objectivos estratégicos, alta gestão, resultados espantosos. Tudo visto, ele e outros que tais sabem bem que continua a não haver mecanismos de continuidade e de acompanhamento credíveis. Sabem que o durante e o depois, ninguém apura verdadeiramente. A sua credibilidade profissional não sofre beliscadura. Antes pelo contrário, saíram porque a máquina não estava à altura do seu génio e arte. "

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"Em 2010 a CP deveria ser a Empresa Líder da Península Ibérica. Meta completamente desajustada face à pobre realidade e à trapalhada em que irremediavelmente se encontra a empresa de há muitos anos a esta parte. (...) Compra-se o que se quer ouvir. Mas concedamos, queria transformar e era ambicioso o garoto. Sabe prometer. Mas o azar, é que era necessário projectar-se persistentemente, em pelo menos 2 mandatos de trabalho, muito duro e difícil, para poder chegar a concretizar alguma ambição naquela linha. Coisa que nunca fez pois a sua carreira é a de alguém que no fim sempre falha tudo e nunca aquece o lugar. E isso não esta no currículo oficial. O herói já sabe que aqui é fácil. Muito marketing, mas quando a coisa aperta e estão à vista os sarilhos, todos podem fazer o mesmo: "dão à sola", quem vier a seguir que feche a porta. "

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"Como podemos aceitar que o Sr. Dr. Ramalho tenha andado a entupir os jornais com grandiloquências ocas e de repente fuja sem assumir as responsabilidades? Há dois meses dizia para a comunicação social que a CP ia dominar até ao Pirinéus. Virou a Empresa ao contrário. Faz-se um convite de última hora e aquele santo homem não sabia de nada."