domingo, dezembro 17, 2006

Cluny, solidariedades e almoços

Em reunião sindical realizada ontem, o Sindicato dos Magistrados do Ministério Público (SMMP) atacou, como se esperava, o poder político, por este não se ter mostrado solidário com o magistrado Carlos Teixeira, perseguido por causa do processo Apito Dourado.

Só por si, a crítica é um monumento à hipocrisia. Ao mesmo tempo que a crítica era feita, os barões do SMMP boicotavam um almoço de homenagem ao procurador-geral distrital de Lisboa, Borges Dias, por este se ter atrevido a não considerar o sindicato o topo da hierarquia do Ministério Público.

Mesmo assim, o boicote teve um êxito muito reduzido. Centenas de magistrados estiveram presentes no almoço de homenagem a Dias Borges, provando que a patuscada oferecida a Souto Moura foi uma despedida e não uma jornada de luta, como António Cluny tentou fazer crer.

Mas a hipocrisia é ainda maior porque Souto Moura e António Cluny sabiam muito bem das perseguições ao procurador Carlos Teixeira, que ocorreram em 2004, ainda antes de o actual governo ter tomado posse.

A actuação de Cluny faz sempre lembrar o pensamento atribuído a Lincoln: "é possível enganar alguém durante todo o tempo, também é possível enganar todos durante algum tempo, mas é impossível enganar todos todo o tempo."

1 comentário :

Anónimo disse...

"Centenas de magistrados estiveram presentes no almoço de homenagem a Dias Borges, provando que a patuscada oferecida a Souto Moura foi uma despedida e não uma jornada de luta, como António Cluny tentou fazer crer."


Mto bem visto.