quinta-feira, dezembro 28, 2006

O trombone desafinado do Dr. Cluny [2]




4. De caminho, o José limiano envereda pela confusão pura e simples. Confunde a figura do “procurador especial” com a ideia de uma “procuradoria paralela” [sic]. Através desta confusão, o José pretende fazer passar a seguinte aldrabice — o “partido de maiorias” quer criar uma estrutura paralela à do Ministério Público para esvaziar as suas competências. Como é óbvio, não se tratava de nada disso.

A proposta ia no sentido de criar uma forma de ligação entre as comissões parlamentares de inquérito e o processo judicial. Sempre que, nas comissões parlamentares de inquérito, se apurasse matéria com relevância criminal, seria um procurador especial a carreá-la para os tribunais comuns — os únicos com competência para o respectivo processo, como não poderia deixar de ser.

A alternativa não é fácil, porque não faz também sentido colocar magistrados do Ministério Público na Assembleia da República a desempenharem esta função. Acabou por se chegar a uma solução próxima, por consenso dos maiores partidos, que é a de criar uma espécie de assistente que permite accionar o processo crime em relação às matérias apuradas nas comissões parlamentares de inquérito. Mas, José, são os tribunais comuns que julgam!

5. É claro que, num discurso como o do José, não pode nunca faltar a insinuação soez. O José pergunta se o primeiro-ministro poderia ter sido ouvido, por exemplo, a propósito do “Freeport”. A resposta é simples — pelo menos, não devia!

É que, no tal caso do “Freeport”, já apareceu uma inspectora coordenadora da Polícia Judiciária, arrependida, que dá pelo nome de Dr.ª Maria Alice, a confessar que participou numa maquinação política destinada a prejudicar o “partido de maiorias” antes das últimas eleições legislativas.

Por isso, o José ou desmente essa confissão espontânea da referida inspectora coordenadora da Polícia Judiciária ou se arrisca a ser tomado como um dos agentes da dita maquinação…

6. A terminar, o José avança com uma falsa evidência. Trata-se de um critério de verdade. Esse critério é simples — tudo o que os “nossos Pachecos, Fernandes e Teixeiras” dizem é falso. O José chega ao requinte de afirmar a bondade de uma posição com base na previsão de que estes desonestos jornalistas e opinion makers defenderiam, se fosse caso disso, a posição contrária. Melhor é impossível.

Mas o que ressalta desta delirante catilinária é que o José detesta os jornalistas que mostraram os podres do dueto Souto Moura & António Cluny. É de presumir que os cromos preferidos do José sejam o pequeno arquitecto Saraiva, o fanático José António Lima e a maviosa Felícia Cabrita.

Cada um é para o que nasce. Como dizem os “nossos Pachecos”, quem nasce lagartixa não chega a jacaré, não é, José? É a vida.

16 comentários :

Anónimo disse...

Ó Abrantes tu estás cada vez mais cego e estúpido:
Então é com a afrmação de que "são os tribunai comuns que julgam" que tu pretendes contrariar a afirmação de que se pretende com o procurador especial criar uma estrutura paralela ao MP.
Olha ue o MP não julga, acusa.
Andaste em Direito tu ou só vens aqui trazer as encomendas que te dão?

Anónimo disse...

Ora, seja qual for o sistema de responsabilidade encontrado para o exercício da governação pública, uma coisa é essencial aos governos – a autoridade, no sentido de possibilidade constitucional e efectiva de governar. E não pode crer-se que se chegou a boa solução quando os diferentes poderes funcionam de tal sorte que os governos ou não existem ou não governam: defendem-se.

Anónimo disse...

Senhor Dr. Miguel Abrantes

Para lhe ser franco, nesta história do 'procurador especial'ou de 'uma espécie de assistente' (como lhe chama) - e 'assistente do Ministério Público', entenda-se - nada me parece óbvio ... (a não ser que se queira que pareça óbvio de mais ...) . E também nunca me tinha apercebido que tivesse passado pela cabeça dos deputados proponentes, que se chegou a equacionar a hipótese de colocar magistrados do M. P. na Assembleia ... O que me pareceu foi que, ao invés, se queria afastá-los desses processos !

Quanto ao mais - e, especialmente, quanto à aleivosia do 'Freeport' - o senhor está cheio de razão .

Anónimo disse...

O j. cluny é descarado mentiroso e usa linguagem fraudulenta e com tiques de sovietismo, aprendeu bem a lição nos tempos da UEC. Num país decente ele e o seu ex chefe deveriam, era ser presentes a tribunal pelas asneiras e vigarices cometidas, assim como únicos responsáveis pelos (crimes) que se cometeram contra cidadãos honestos deste país.
Para mim este grupo é uma autêntica corja.

Anónimo disse...

O MIGUEL É UM HEROI, QUE CORAGEM NÃO LHE FALTE PARA DENUNCIAR E "BATER" NESTA MEDIOCRIDADE IGNOBIL QUE INFESTA O mp.
KAVAKO

Anónimo disse...

Ò MIGUEL, tem lá paciência mas o procurador especial é uma aberração !

Anónimo disse...

Ao contrário do que possa parecer concordo com o Miguel Abrantes. Todavia, em relação ao procurador especial não percebo a sua utilidade embora não me tenha escapado a tentativa de aproveitamento político por parte das forças conservadoras do sector da Justiça.

Anónimo disse...

Ó Abrantes tu estás cada vez mais cego e estúpido:
Então é com a afrmação de que "são os tribunai comuns que julgam" que tu pretendes contrariar a afirmação de que se pretende com o procurador especial criar uma estrutura paralela ao MP.
Olha ue o MP não julga, acusa.
Andaste em Direito tu ou só vens aqui trazer as encomendas que te dão

Anónimo disse...

Kavako:
Chegaste a fazer a 4a classe?

Portas e Travessas.sa disse...

Um Procurador especial faz sentido para casos de certa envergadura, como por exemplo - O apito e o BES em Espanha, como fazia sentido o caso Totta Açores, portanto, enquanto cidadão e leigo, faz todo o sentido.

Quanto ao José do Limiano, o homem gosta de levar de nos costados - no tempo da escola primaria, o Medeiros dava meia duzia de reguadas num gajo - o José, deve ter saudades das reguadas

Anónimo disse...

http://jornal.publico.clix.pt/noticias.asp?a=2006&m=12&d=29&uid={BD64DAE6-19BF-480C-BD63-A87E660CA828}&id=114283&sid=12632

artigo de Souto Moura

josé disse...

Caro Miguel Abrantes:

Fico embevecido com toda esta atenção, mas...thanks but no thanks.

Sobre o assunto sumarento e já que me atribui inenções ínvias e ignominiosas, fazendo valer mais uma vez os seus dotes raros em demonstrar uma obtusidade insuspeita, deixe que lhe apresente uma meia palavra para ver se entende:

Deve saber que Dominique Villepin foi convocado para ser ouvido por um "petit juge", sem formalismos de maior e teve que esperar sentado uma boas horas para ser ouvido num processo relacionado com corrupção partidária e fundos perdidos ( affaire Clearsteam).
Villepin, foi vilipendiado abertamente, por alguém que pretendia a todo custo encostá-lo às cordas da responsabilidade num complot para assassinar politicamente Sarkozy.
Toda a gente em França e não só, esperava que Villepin fosse ouvido como arguido na enquête. Não foi. Os petits juges não encontraram matéria sufuciente para o encalacrar e ouviram-no mesmo assim como testemunha.
Foi a débâcle, em França, para o sarkozismo.
E olhe que os juges fizeram muita força para o encalacrar. No fim, concluiram que nada havia de relevante para o incriminarem. E mesmo assim, ouviram-no...como testemunha.

Esta história, como disse, é para bons entendedores e por isso fico à espera que não diga mais patacoadas a meu respeito. Se quiser merecer alguma atenção. Se não quiser, pode continuar a escrever o que entender. Como já disse, divirta-se.
Um bom ano, mesmo assim.

Anónimo disse...

Por que será que um juiz de um tribunal superior tem a faculdade de depor por escrito e um primeiro ministro teria de o fazer como qualquer outro cidadão, sujeitando-se à humilhação de esperar horas e horas pela sua vez?
Por que será que um juiz ou um procurador adjunto acabados de entrar nas respectivas magistraturas têm direito a um foro especial (o Tribunal da Relação) e um ministro ou um deputado da República não poderão dispor do mesmo privilégio?
Por que será que alguns dos privilégios que os magistrados ciosamente defendem para si não podem ser atribuídos também a titulares de outros órgãos de soberania?

Anónimo disse...

"Esta história, como disse, é para bons entendedores e por isso fico à espera que não diga mais patacoadas a meu respeito."


O José da GLQL continua com insinuações gratuitas. Miguel você ignore esse senhor. Já se percebeu a sua função na blogoesfera.

Anónimo disse...

Jose.....jose....cluny....josé...moura.... moura....jose....guerra...jose....teixeira.....cluny.......moura...são todos clones.

Anónimo disse...

O bom neste espaço é que cada um manda bojarda à sua medida. O Zézinho, mais o do Limiano, e outros " anónimos"contorcem-se, e têm roda a razão; a escumalha do MP resguardada atrás de biombos e bimbos, com aqueles privilégios de nada produzir e muito opinar, deslumbra neste Governo _ do qual não votei, mas que considero – uma lixivada branqueadora de encolher a tela amarelenta. Espero que o do " procurador especial" seja transitório, enquanto os velhos e carunchosos móveis sejam substituídos por outros mais ágeis, e de melhor aparência, com o Sr.Cluny à cabeça. Entretanto que o Miguel se dê à multiplicação, tal pães de milagre, porque estamos, dentro e fora da Justiça, com uma fome dos diabos. Um abraço Miguel!
Bruder
(não sou o Miguel anónimo, nota-se pelo estilo).