quinta-feira, janeiro 25, 2007

Sugestão de leitura

Quem leu ontem este artigo, deve ler hoje este.

11 comentários :

Anónimo disse...

Vou deixar de ler este blogue. Em vez de fazer afirmações e juízos, o autor entretem-se a fazer sugestões, mas sem nunca se comprometer. É pusilanimidade. Parece o João Miranda do Blasfémias.

Luís Lavoura

Miguel Abrantes disse...

Caro Luís Lavoura:


Se há coisa de que não me podem acusar neste blogue é de pusilanimidade. Acontece que não conheço suficientemente o processo para ter posição. Mas como o assunto tem merecido a atenção dos leitores, tenho chamado a atenção para artigos que me parecem relevantes.

Relativamente à pena aplicada ao pai adoptivo, porque tenho a convicção de que foi uma insensatez (e uma retaliação), expus de imediato a minha opinião.

Anónimo disse...

Retaliação?
Chama-se dosear a pena pelo facto de o arguido não ter mostrado qualquer arrependimento e persistir em não entregar a criança apesar de saber que a retém contra a lei, facto pelo qual foi condenado.

Anónimo disse...

O autor da notícia podia ao menos informar-se sobre as competência do CSM.
Então ele acha, mesmo dentro dos seus poucos conhecimentos, que o CSM corrige erros de sentenças?

Portas e Travessas.sa disse...

ò Miguel, este caso foi julgado pelo tribunal de familia? - é que se foi, o caso ainda é mais grave.

Ao não funcionar, como esta previsto, os jurados, estes tinham, concerteza, outra dimensão do problema, eu teria tido.

Anónimo disse...

Senhor Dr. Miguel Abrantes

Não lhe seria possível ajudar a co-blogger Dr.ª Fernanda Câncio, transmitindo-lhe, por exemplo, as suas dúvidas sobre o caso ? (Se F. for do género de entender dúvidas, claro!)

Anónimo disse...

Os jurados: ora aí está uma boa sugestão.
O curioso é que são raros os casos em que é requerido o julgamento por júri, apesar da desconfiança generalizada nos juízes de carreira.
E pelo vistos o júri nem sempre faz a justiça que o povo (leia-se comunicação social) quer.
Lembram-se do caso "Padre Frederico" na Madeira que o "Expresso", entre outros, já tinha absolvido em sucessivos folhetins semanais, por falta de provas, e que foi (tão injustamente) condenado?

Anónimo disse...

Editorial da Revista Sábado | 25.01.2007
O casal que quer adoptar Esmeralda e a tem escondida sabe que o pai biológico a quer de volta desde que ela tem 8 meses 8 meses e não 5 anos

«Não ha nada mais reconfortante do que ter certezas morais e participar num movimento de massas de defesa de valores contra uma instituição fria como a Justiça. Por isso, milhares de pessoas indignaram-se esta semana com a sentença do tribunal de Torres Novas que levou à cadeia o sargento Luís Gomes, o homem que queria adoptar a menor Esmeralda e foi condenado por a ter sequestrado.

O problema das certezas morais é que por vezes esbarram de frente com os factos. Por isso, para perceber do que estamos a falar, é bom reler a sentença.

Esmeralda foi entregue ao sargento e à sua mulher a 28 de Maio de 2002., tinha a criança 3 meses. "Entregue" é a expressão certa: não foi iniciado nenhum processo de adopção, eles simplesmente ficaram com a menina. Em Outubro de 2002, quando fez um exame de paternidade, o pai biológico disse imediatamente que queria ficar com a filha, numa altura em que uma mudança náo seria traumática - tinha ela apenas 8 meses e estava com o casal só há 5 meses.

Só em laneiro de 2003, oito meses depois de a terem consigo sem qualquer sustentação jurídica e contra a vontade do pai biológico, e quando perceberam que o resultado do exame estava para breve (conhecer-se-ia em Fevereiro), é que requereram a adopção em tribunal.

Em Fevereiro de 2003, quando se soube o resultado do ADN, o pai biológico voltou a afirmar que queria ficar com a filha - tinha ela apenas 1 ano. Tentou falar com Esmeralda várias vezes mas o sargento e a sua mulher nunca deixaram. Ele sabia que era o pai biológico, percorreu centenas de quilómetros para tentar ver a filha e nunca conseguiu apesar disso, manteve a cabeça fria e esperou pela decisáo do tribunal. Passou-se um ano e meio. A atribuição definitiva do poder paternal a Baltazar foi finalmente decidida a 13 de Julho de 2004, tinha Esmeralda z anos e 5 meses.

O casal que tinha a criança mudou várias vezes de residência, tornando quase impossível o contacto por parte do Instituto de Reinserção Social e do tribunal,que marcou varias datas para entrega da menor ao pai biológico o que o casal nunca fez.

Vamos resumir. A menor está há quatro anos em fuga, mudando repetidamente de casa para não ser encontrada o que não é, seguramente, a forma mais saudável de educar uma criança. O casal que a quer adoptar sabe que o pai biológico a quer educar desde que ela tem 8 meses atenção, 8 meses e não 5 anos. O pai biológico, que vive há anos com a mesma mulher e o seu filho, esperou todo este tempo por uma decisão legal que não podia ser outra.

Depois de percebermos que não temos um anjo de um lado e um demónio do outro, podemos falar sobre tudo o resto. Primeiro: agora que a criança tem 5 anos, qual a melhor forma de proteger os seus interesses? Depois: a pena de 6 anos por sequestro e subtracção de menor aplicada ao sargento Luis Gomes é excessiva? Mas isso é outra discussão. E deve ser feita sem certezas morais.

Nem confusões. A sentença do tribunal náo decidiu quem fica coma criança- isso já foi decidido há dois anos, a favor do pai biológico. A sentença do tribunal também não decidiu como seria feita a mudança - isso também já foi decidido e, aliás, o pai biológico aceitou, sem ser obrigado a isso, que existisse um período de transição. A sentença tem a ver apenas com um facto: há vários anos que uma criança está em fuga e o casal que a tem recusa-se a apresentá-la às autoridades. Pior: não é um facto que já aconteceu, mas um facto que ainda está a acontecer.

Os jornais e as televisões caíram no erro de misturar tudo - a tentação de arranjar uma "causa" popular, emocional e mobilizadora foi demasiado forte. Se os leitores tinham certezas, se até Maria Barroso e Manuela Eanes tinham certezas e, milagre, estavam do mesmo lado, para quê ser desmancha-prazeres? Ler efectivamente a sentença do tribunal era simples para qualquer jornalista. Mas, como se vê, havia coisas mais simples ainda».

Portas e Travessas.sa disse...

Ninguem me consegue dizer se o caso "esmeralda" foi julgado num tribunal comum ou no de familia.

Anónimo disse...

A regulação do poder paternal foi no tribunal de comarca (competência genérica) de Torres Novas e o processo crime foi no Tribunal de Círculo de Tomar.
Penso eu de que...

Anónimo disse...

ESMERALDA TAMBÉM FOI ISABEL

A mãe biológica revelou ontem que a menina, que está a ser disputada na Justiça, se chamou Isabel nas primeiras semanas. “Ficou Esmeralda porque a mãe do Baltazar se chama assim”, explicou Aidida Porto. Hoje, a menina é tratada por Ana Filipa na família Gomes, a única que conhece e que a acolheu aos três meses. Aidida Porto justificou a entrega da filha ao casal com a falta de dinheiro e com o facto de estar ilegal no País. As dificuldades económicas levaram-na – para alimentar a filha – a aceitar a proposta de um indivíduo que lhe ofereceu dinheiro em troca de sexo, contou.

Notícia do Correio da Manhã, de 26.1
http://www.correiodamanha.pt/noticia.asp?idCanal=0&id=228889
Afinal, a creditar nas notícias vindas a lume, a mãe biológica faz sexo por dinheiro.
Chamar-lhe prostituta é um exagero.