terça-feira, março 27, 2007

Salazar

Fazendo jus ao seu nome (São Lázaro, isto é, ressuscitado), o ditador que veio de Santa Comba ressuscitou ontem em plena RTP1. Muitas foram as testemunhas: desde um proprietário abastado, enriquecido pela expropriação de terras resultante da construção de uma barragem (que o antigo regime, tão sério, tão sério, sempre prometeu mas nunca cumpriu) até um pretenso aristocrata semi-gago, que concede à populaça o benefício da dúvida de ser estúpida de mais para compreender que a democracia não serve.

Até a pobre Odete, no fundo, ajudou à festa, ao criar uma falsa dicotomia entre o ditador que tinha o cognome de “Botas” e Álvaro Cunhal.

D. Afonso Henriques, D. João II, D. Henrique, Vasco da Gama, Camões, Fernando Pessoa e outros tantos vergaram-se ao peso de um homem que lutou contra tudo o que significasse progresso. Salazar quis um país analfabeto, rural, não democrático, em que não houvesse cidadãos, mas súbditos. Salazar foi responsável por uma guerra anacrónica em África, que não permitiu fazer uma descolonização vantajosa para Portugal. Salazar foi responsável pelo atraso no desenvolvimento e na formação dos portugueses.

Por abominação pura, Salazar foi considerado o maior português de sempre. Porquê?

O legado político de Salazar está à vista. Nenhum partido o reivindica — e mal o regime caiu, os seus seguidores desapareceram por medo ou vergonha. Nunca um partido que reclamasse a sua herança teve sequer um por cento de votos. Mas no anonimato de um telefonemazinho, alguns nostálgicos dos velhos tempos resolveram dar-lhe o prémio (com truques pelo meio).

Mário Soares, que foi um dos pais do regime democrático e que foi um dos responsáveis pela integração europeia, não constou da lista final. Não precisa. A história não é tão injusta como algumas centenas de pessoas frustradas com a democracia e desejosas de regressar ao passado.

17 comentários :

Anónimo disse...

"No comments".

Já comento o ar de Paulo Portas ao lado de Jaime Nogueira Pinto e de José Miguel Júdice.

Altamente constrangedor...

Anónimo disse...

É facil e às vezes tem efeito asnear sobre Macau.Vejamos:
1)O aeroporto foi pago com dinheiros de Macau e não de Portugal.Até rendeu,pelos estudos,consultorias,manutenção,etc.
2)O aeroporto não foi feito para assegurar marcas portuguesas,que são dadas pelo que ficar da tradição,da legislação,da ligação com a CPLP,etc.Fez-se para consolidar alguma autonomia do território precisamente em relação a Hong-Kong.
3)O resto é demagogia,material muito em circulação ultimamente.

Anónimo disse...

Fala-se pouco aqui do novo aeroporto da OTA. Todos os técnicos insistem num ponto: é o projecto mais caro de todos.
Então qual a razão para o levar por diante?
Temos o exemplo do aeroporto de Macau.
O argumento para o construir foi o de deixar uma marca portuguesa na China.
Pois a China sempre se esteve a cagar para o aeroporto. Aeroportos daqueles constrói a China em 2 minutos com um custo de 2 tostões por chinês. Já aos portugueses a obra ficou cara.
E actualmente este aeroporto é o refugo do aeroporto de Hong Kong.
Alguém ficou a ganhar.
Os parasitas socialistas que estão a trabalhar em Macau, cada vez que o partido socialista ganha vêm para cá. Como as sangessugas quando lhes cheira a sangue.
E trazem as modas.
O pica-ponto, os contratos individuais de trabalho nos lugares da administração pública e... os aeroportos.
O Stanley Ho agradece.
E os lacaios socialistas (Vitalino Canas à frente) agradecem, consentaneamente.
Depois admiram-se com a votação no Salazar.
É só um programa televisivo...

Anónimo disse...

«EM CASO DE EMERGÊNCIA ATIRAREMOS SOBRE OS COLONOS BRANCOS».


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Caro Miguel,sabe quem foi o autor desta frase?
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À frases que ficam para sempre e definem quem a usou!
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Esta foi usada numa altura em que o autor frisou claramente que se necessário, para entregar (vender)as colónias, daria ordens á tropa para disparar a matar sobre o seu próprio povo!
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Sem distinguir homens, mulheres ou crianças!
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Pois foi!
Esse a quem você chama «um dos pais do regime democrático» e que revelou ser um dos maiores traidores da nação!
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Mário Soares foi quem disse claramente que se necessário mandaria matar portugueses que se manifestavam pela falta de segurança em relação á sua família e dos seus bens tal como prometido por aqueles que fizeram a revolução mas que rápidamente foram ultrapassados pelos políticos que tomaram conta do poder em Portugal!
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A Der Spiegel ainda pode confirmar esta entrevista dada por Mário Soares em 1974.

Pedro Morgado disse...

Assino por baixo.

Anónimo disse...

È o projecto mais caro, pois que seja, é sinal queos boys de sua excelencia o PR não vai pregar um prego na obra...na realidade com o sem obra, com eles o dinheiro desaparece como desapareceu os milhões vindos das ajudas comunitarias.

É preciso conhecer, ou por outra, não esquecer o que foram os ministerios da actual PR.

fez 2 obra emblematicas.

1. Fez a Piscina em S. Bento para os petizes darem uns mergulhos.

2 Fez o CCdeBelem, orçado em 18m. e acabou perto dos 80m de contos.

O resto podem perguntar aonde esta o dinheiro?--lembram-se daquele programa da caça ao Tesouro com o Henrique Mendes..pois bem,so ele é que sabe ande foi enterrado

Ze Bone

Anónimo disse...

Contam-e muitas historias acerca do MSoares, pessoalmente, é tinto branco, isto é, não sou um fã, sou fã, sim de Marcello Caetano..mas não gosto da mentira.

esta vivo, e pode testemunhar a famosa cena do pisar a bandeira Portuguesa na Charles Place.

É uma mentira e quem o diz chama-lhe tudo, ate trombeiro, porque ao que diz , ele, o Soares, andava a "comer" a sua senhoria que era um Portuguesa, deslocava-se de Paris a Londres, ao fim de semana para dar umas trancadas na pequena...essa testemunha, que me é familiar, o que nutria era um certa inveja, um arrufo de "conquistas"..quanto á bandeira, esteve lá, e não gostou que os portugueses na manif cuspissem no Marcello e daí a policia Inglesa ter intervido.

Apesar da influencia desse meu familiar, não estou a vêr o "marocas trombeta", mandar ou indicar a matança dos brancos no ultramar.

Eu fui militar obrigatorio, nesse período e com muito orgulho.

como disse sou Marcelista e o Socrates pode ser o homem que pode por justiça neste País de funcionarios publicos, em que andam 4m de portugueses a alimentar 2 milhões, com reformas 100%, com cama , mesa e roupa lavada...os escravos desta democracia sou eu e muitos como eu

Ze Bone

Anónimo disse...

Zé Bone:
A poupança com os funcionários e com os serviços públicos (incluindo urgências e maternidades) há-de dar para o aeroporto da OTA e para o TGV e mais umas coisitas. Incluindo indemnizações e salários chorudos para os boys.
Não te preocupes em fazer mais propaganda.

Anónimo disse...

Estes marialvas da praça publica, de linguagem escorreita, debitando berborreia sem fundamento, acusando tudo e todos, esquecem que os primeiros corruptos e ignorantes são eles mesmo.Habituados a lançar o onus sobre os outros,quando deveriam ser os 1ºs a dar o exemplo,mas não,vomitam asneira atrás de asneira,remetem sempre para os outros o que de mal(?) acontece.Normalmente são pessoas desiquilibradas para com a vida,deprimidas, profissionalmente falidas, caíndo arruaceiramente sobre os outros para suster as suas deficiencias da vida.
Tenham tino e vai trabalhar, verão que tudo corre melhor.

Anónimo disse...

Salasar um sr. que surripiou durante 50 anos, aos portugueses, a liberdade: sindical,de opinião,reunião,de lêr, o direito de votar, o direito de ser eleito,um sem fim de direitos, que nos dias de hoje ninguem repara, porque faz parte do nosso modo de vida em democracia. homem asqueroso,assassino, usurpador e violenta, que utilizou vários instrumentos (pide) para trazer o povo preso a uma gargantilha.
Levou milhares de jovens á guerra colonial, eu incluido, onde morreram milhares de jovens, com muitos mais feridos e incapacitados para sempre. Só por deformação genetica, penso que doentia, se pode apelar ao fascismo para solucionar os nossos problemas.A democracia é o melhor sistema politico que benificia os povos, alias, os saudosistas utilizam os seus beneficios para expor os seus pintos de vista, em ditadura isso não é possivel, como sabemos.Para além disto é, o obscurantismo,a repressão e a morte que nos espera.

Anónimo disse...

DEMOCRACIA, SEMPRE DEMOCRACIA.

QUEM QUER ODIO, REPRESSÃO, USURPAÇÃO DE DIREITOS E VEGETAR, FICA A SABER,COMPRA UMA PASSAGEM PARA OS SEGUINTES DESTINOS:
CUBA
MONGOLIA
COREIA DO NORTE
BIRMANIA
USBEQUISTÃO
SIRIA
ARABIA SAUDITA
IRÃO
BIELORRUSSIA
E A CANDIDATA VENEZUELA.

AÍ SERÃO BEM TRATADOS, PASSAM Á CONDIÇÃO DE REVOLUCIONARIOS E TERÃO TODOS OS DIREITOS QUE AQUI NÃO TEM.EXPRIMENTEM E DEPOIS POSTEM OS VOSSOS ORDINARIOS COMENTARIOS.

NOTA: SÓ PARA REFERIR QUE NESSES PAÍSES A LIBERDADE DE POSTAR NÃO EXISTE, TERÃO QUE SE DESLOCAR AO EXTERIOR, ISTO SE FOREM AUTORIZADOS,PARA COMENTAR.

Anónimo disse...

concordo integralmente como tudo aquilo que diz neste post, em particular a referência a Mario Soares.

resta a deixa de José Mattoso: "querer decidir por voto popular se o marquês de pombal foi melhor que Aristides sousa mendes é puramente idiota"

Quintanilha disse...

Sobre os personagens que ocupam os dois primeiros lugares, penso o seguinte:
"Salazar atrasou e isolou Portugal várias décadas e é na sua quota parte, responsável pelo estado em que ainda o país se encontra.
Álvaro Cunhal tentou fazer o mesmo á sua maneira, mas ninguém o deixou."

Anónimo disse...

Para os "defensores de Mário o Ministro dos Negócios Estranjeiros" que excepcionalmente levou á letra os ditos com sucesso!


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Mário Soares. Memória viva. Entrevista com Dominique Pouchin. Vila Nova de Famalicão: Quasi Edições, 2003 (Biblioteca "Primeiras Pessoas"- vol. I).


A DESCOLONIZAÇÃO PORTUGUESA
- A revolução nascera das guerras coloniais, e a primeira das urgências era pôr fim a essas guerras.
Nessa altura o senhor começa a negociar com cada um dos movimentos nacionalistas.
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Começou, de certa forma, pelo mais fácil, pela Guiné, a seguir trabalhou em relação a Moçambique, e finalmente Angola.
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Como se passaram as coisas com os Guineenses?
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-É preciso começar por dizer que não existia uma visão política homogénea no seio do governo provisório.
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Na ausência de coordenação, cada um fazia mais ou menos aquilo que entendia.

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Quando aceitei a pasta dos Negócios Estrangeiros, tinha uma ideia para levar a bom termo a descolonização. Pretendia fazer assinar rapidamente um cessar-fogo nos territórios em guerra, para acabar com ela localmente. Mas tinha de respeitar o presidente Spínola, o qual possuía os seus próprios pontos de vista nessa matéria.
Ele desejava a constituição de um processo sob controlo armado, para chegar a uma espécie de "Commonwealth portuguesa".
Numa altura em que a opinião pública apelava à manifestação nas ruas a favor das independências, da fraternidade e da paz, isso era claramente impossível.

A população reclamava o regresso dos seus soldados ao País.

As tropas portuguesas estacionadas no Ultramar começavam, também elas, a confraternizar com os nacionalistas.


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A política de Spínola era, por conseguinte, irrealista.
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Do lado oposto, havia a visão do Partido Comunista.

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Convém lembrar que, naquela época, nos aproximávamos do período da máxima expansão da União Soviética no Mundo.

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Os comunistas portugueses desejavam fazer entrar as antigas colónias portuguesas na esfera de influência soviética, uma vez que elas albergavam no seu seio movimentos de tendência comunista.

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Estávamos então em 1974.
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Finalmente, uma terceira tendência era a que preconizava Melo Antunes, um tenente-coronel do Exército português e ao mesmo tempo um intelectual, que me sucedeu no ministério dos Negócios Estrangeiros. A sua ideia de descolonização negociada estava mais próxima da minha, sem ser exactamente a mesma. Ele era muito "terceiro-mundista".


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Então cada um começou a trabalhar para seu lado.


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Basta este pedaço de prosa!

É necessário que vos descodifique isto ou percebem a linguagem?

Anónimo disse...

É óbvio! "Estrangeiros"!

Anónimo disse...

Se quiserem discutir a acção do Mário, podemos começar por aquilo que Dominique Pouchin, a ONU, o próprio Alvaro Cunhal nos seus discursos e os estados africanos se referiam ao classificar "COLÓNIAS Portuguesas em África"!
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Estão preparados para saber porquê Mário Soares é um traidor á pátria?
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E não sómente ele pois foi acompanhado por alguns que agora se classificam como salvadores da pátria e se permitem dar aulas de democracica!

Anónimo disse...

Não passa de um animal, o postador.