domingo, maio 13, 2007

Renda fundiária

Ainda do artigo de José Reis no Público de hoje (Ota e “rentismo”: será que Portugal existe?), outro extracto:

    “Sou economista e conheço o conceito de “renda” e designadamente de renda fundiária. Renda fundiária é um sobrelucro captado pelos que detêm um recurso fundiário, portanto não susceptível de ser produzido nem deslocado, e cuja valorização resulta mais das condições diferenciais que o rodeiam do que de si mesmo. Quer dizer, um rentista é aquele que vive das condições que outros (homens ou natureza) lhe proporcionam. Mas podem ser também as políticas a favorecerem os rentistas. Nesse caso não são boas políticas. Um aeroporto não pode ser um instrumento ao serviço dos rentistas. Inversamente, um aeroporto para o país é aquele que maximize o serviço prestado aos sistemas urbanos e à economia. Parece-me que é na Ota que esta condição se cumpre.”

9 comentários :

Anónimo disse...

Muito perceptível o raciocínio do docente.

Então, e fundamentada que está a opção "territorial" pela Ota, pelos motivos mencionados no post antecedente, e, caso o Executivo venha a tomar a opção pela Ota, para dissipar especulações e boatos, resta-lhe, somente, inventariar os reais e eventuais rentistas - se é que existem - de forma a tornar o processo de aquisição de terrenos, o mais transparente possível, porque sobre o Poceirão, parece já estarmos elucidados.

De referir que esta ideia de publicitar os nomes dos proprietários, até já foi defendida por Saldanha Sanches, na SIC-Notícias.

Anónimo disse...

A Portela está implantada em terrenos privados cujo dono recebe uma renda

Anónimo disse...

"Inversamente, um aeroporto para o país é aquele que maximize o serviço prestado aos sistemas urbanos e à economia. Parece-me que é na Ota que esta condição se cumpre."

Um aeroporto com problemas crónicos de nevoeiro, com (quase) duas pistas, em cima de leito de cheia, com uma montanha a ser removida e aterros que talvez cheguem a 30 metros de espessura pode ser, como diz o Doutor (ou será engenheiro?) "serviço prestado aos sistemas urbanos e à economia"...?

Mar, em primeiro lugar que "sistemas urbanos"?

Quanto à "economia", só será assim se os partidos políticos tiverem os habituais 5% da obra é que tal poderá ser - e aí está explicado o local: mais trabalhos, mais "taxas à moda de Macau"...

Anónimo disse...

Macau; bela cidade, de encantos mil..laralaralaralala
Ou a árvore das patacas.
Só para alguns claro.
Como Macau acabou tem de se explorar os pategos cá, evidentemente.

Anónimo disse...

Toda e qualquer localização para o novo aeroporto possuirá interesses fundiários. A nao ser ques etivéssemos na àfrica interior.

Mas cá entre nós, ainda discutir a Ota? Jesus...
Faço votos que o Líder de Aço avance o quanto antes com o concurso e as obras, para calar essas osgas que tanto abundam neste país. Uma data de parasitas a dizer que os outros são parasitas...

O bom mesmo era Sócrates saltar a fase de concurso e passr imediatamente para s obras.

JÁ NÃO HÁ PACHORRA PARA O LADRAR DOS CÃES... TODOS QUERIAM UM OSSO.

Edie Falco

Anónimo disse...

Contra factos (Seg Mai 14, 01:57:00 AM ) responde o papagaio nonó de serviço (ai estes heterónimos...) não há argumentos...

Anónimo disse...

Ja chateia o tema do novo aeroporto...o novo aeroporto ja devia estar concluído há mais de 10 anos em cona maím street..falar de rendas financeiras, de proprietarios etç e tal é esconder de quem nos andou a governar apos a adesão á CEE...esse, nao espetou um prego n futuro do país, limitou-se a gerir as toneladas de dinheiro que foi chegando... faço aqui uma excepção - Exp 98 - mas est foi uma teimosia de Ferreira do Amaral..que la convenceu o prof de economia.... - esta é...OTA ou outra, uma despesa de investimento de FBCF que nos traz desenvolvimento, que nps traz modernidade..que é imprecindivel para o crecimento economico, que se traduz num desenvolvimento auto sustentado...não é auto sustenação que preconiza o ex 1º ministro que é hoje o PR...ele sim foi um enterra das esperanças dos portugeuses...as minhas esperanças, enterradas por 10 anos de u hoeme que se intitula prof de economia, não duvido, mas como gestor, como visão, como projecto, o que ficou conhecido foi a economia auto sustentada..a economia dos "parasitas" vivendo á conta do orçamento do estado ou seja dos impostos e daquilo que a CEE mandou para modernização da economia portuguesa...foi um ZERO, mas quem o houve falar ate se fica com ideia (salvo seja)que tem consciencia daquilo que diz.... ate fiquei estarrecido.. quando ouvi o Prof de economia dizer que foi ele que teve a ideia da flexibilização laboral...nem sabe que diz...a flexibilização laboral é nada menos nada mais que o trabalho á jorna...é isso que ele defende? para que? para lhe pagarmos as 3 reformas a camminho da 4ª?..com que então com tantos milhões, com o progresso social em toda a europa..O ex 1º ministro defendia o trabalho á jorna....isso, façam caso daquilo que ele diz e quando dermos por isso estamos no lumiar do seculo passado.

Investir em projectos que tragam a modernidade...o novo aeroporto é urgente, ja devis estar a ser inaugurado...enfim, com lideres destes não vamos a lado nenhum.

Ze Bone

Anónimo disse...

O facto do defensor da solução Ota se afirmar «economista», em nada impede que um qq outro «economista» venha defender uma solução oposta.
Portanto:
«Parece-me que é na Ota que esta condição se cumpre» - "Ota e rentismo"
Pese a condi ção de «economista» do autor, o discurso evocado quanto ao território, na linha do agora emigrante de luxo João Cravinho, tambem pode ser lido assim:
Ao longo do Tejo, uma esp écie de nova fronteira do país. Com Portugal a norte do Tejo e uma faixa no Algarve, como constituintes do país. Pelo meio, uma espécie de deserto.
Entre Lisboa e P ôrto, uma «comunidade urbana poli-nucleada» ao longo do corredor da linha TGV, uma pérola de Cravinho.
Quanto à expressão «corredor», serve tanto para o eixo Lisboa-Pôrto, como poderia servir para um eixo Lisboa-Badajoz.
Ou para n ão limitar o rectângulo a nada mais do que um eixo. Apenas.
Pese a minha costela «aeronautica».

Anónimo disse...

E VIVA A REPÚBLICA ... DOS OPORTUNISTAS!

Jorge Vasconcelos 'bateu com a porta'.
Mas o presidente da Entidade Reguladora do Serviços Energéticos (ERSE) não
vai de 'mãos a abanar': vai receber 12 mil euros por mês até encontrar um novo
emprego.

Vejam esta notícia em pormenor no Correio da Manhã ...
O escândalo é óbvio. Mas vejamos mais pormenores.


O senhor Vasconcelos recebia 18 mil Euros mensais mais subsídio de férias,
subsídio de Natal e ajudas de custo.
18 mil Euros, seriam mais de 3600 contos, ou sejam mais de 120 contos por
dia.

O senhor Vasconcelos não foi despedido. Ele demitiu-se, (despediu-se por
vontade própria) e fica a receber dois terços do ordenado durante dois anos, os
tais 12 mil Euros por mês). Qual é o trabalhador que se despede e fica a
receber seja o que for?

Além disso, "Questionado o Ministério da Economia, uma fonte oficial adiantou
que o regime aplicado aos membros do conselho de administração da ERSE foi
aprovado pela própria entidade ". E "De acordo com artigo 28 dos Estatutos da
ERSE, os membros do conselho de administração estão sujeitos ao estatuto do
gestor público em tudo o que não resultar dos presentes estatutos "".

Mais: "Jorge Vasconcelos foi presidente da Entidade Reguladora dos Serviços
Energéticos (ERSE) desde a sua criação".

Ou seja, o senhor Vasconcelos e amigos criaram este esquema para eles
próprios, tendo o estatuto de gestores públicos, excepto quando os seus próprios
estatutos são ainda mais
vantajosos (que é o caso quando se demitem do cargo).

E o que é a ERSE? "A missão da ERSE consiste em fazer cumprir as disposições
legislativas para o sector energético". Mas para fazer cumprir a lei não basta o
Governo, os Ministérios, os Tribunais, a Polícia, etc.?

"Após receber uma reclamação, a ERSE intervém através da mediação e da
tentativa de conciliação das partes envolvidas. Antes, o consumidor tem de
reclamar junto do prestador de serviço."

Ou seja, a ERSE não serve para nada. Ou serve apenas para gastar somas
astronómicas com os seus administradores.

Aliás, antes da questão dos aumentos da electricidade, quem é que sabia que
existia uma coisa chamada ERSE?

O senhor Vasconcelos demitiu-se porque não concorda que o Governo tenha
decretado que a electricidade suba uns escandalosos 6% no próximo ano.

Ele e a sua ERSE tinham proposto uns ainda mais escandalosos 14,4%.

Certamente seria, entre outras coisas, para cobrir mais umas benesses dos
administradores da ERSE.

Alguns comentários à notícia, no sítio do Correio da Manhã, na Internet:

Bem, o Senhor Primeiro Ministro deveria ter vergonha: pois tem alguém no
desemprego que ganha mais que ele. Isto é mais uma das vergonhas deste
desgraçado PAÍS. É certo que este Senhor tem valor.

Mas penso que não ganharia isto em nenhum outro país da EUROPA.

Viva Portugal, enquanto der ...

Se a demissão implicasse passar a receber o rendimento mínimo ainda lá estava
agarrado que nem lapa à rocha.

Ora aqui está um exemplo de um homem de coragem que não tem medo de perder o
emprego. Nessas condições ninguém tem.