Mas o leitor Pedro Sacadura remeteu para o CC um comentário sobre aqueles posts, que partilho com os restantes leitores:
“Quando Pacheco Pereira decide debruçar a sua magna atenção sobre o tema dos professores, a primeira coisa que nos deve deixar de sobreaviso é o título que escolhe para as suas prelecções: DA RETÓRICA MACRO (DAS "REFORMAS") À REALIDADE MICRO: O CASO DAS ESCOLAS E DOS PROFESSORES (1) começa logo por se impor pela sua demagogia. (…) Porém, neste seu primeiro ensaio só mesmo o título principia por nos dar alguma informação: Pacheco Pereira fala de injustiças, fala de ambientes de cortar à faca, mas o que fica realmente do seu primeiro texto é a sua opinião, poucos factos, pouco case study. Pacheco Pereira começa e logo falha rotundamente.
No seu segundo ensaio, mantendo o mesmo fabuloso título, percebe-se que quer atacar a alteração de prazo do concurso para professor titular realizada pelo Ministério da Educação. Para isso, de novo se impõe a demagogia: relembra-nos Pacheco Pereira que os professores “são obrigados a ter férias em Agosto” e que por isso é traumático tudo o que ainda são obrigados a fazer em Agosto. É este cenário de populismo fácil, mas que vindo de si já não surpreende, que serve de moldura às vagas palavras em que atribui mudanças no concurso para professor titular. Porém, não explica quais, não faz precisões, não critica as razões. Para quem quer falar da realidade micro Pacheco Pereira fala muito por alto.
No seu terceiro ensaio há menos demagogia e mais posição política. Por exemplo, ficamos a saber que Pacheco Pereira é contra a autonomia das escolas, critica o que chama de critérios ad hoc e ficou por escrever que preferiria um sistema de centralismo democrático em que fosse tudo avaliado da mesma maneira sem atender às necessidades das escolas e das comunidades envolventes. Ficamos igualmente a saber que qualificação para Pacheco Pereira é saber de experiência feita, beneficiar as qualificações académicas – e isto vem de um académico – no âmbito da carreira docente é algo perverso. Por fim, ficamos também a saber que Pacheco Pereira é contra a mobilidade: o que era bom é que os professores ficassem nas escolas, em topo de carreira onde ganham mais, proporcionalmente, do que na maioria dos países europeus, com muito menos carga lectiva.
Isto é sobretudo lamentável pois não é sequer verdade. É no seu quarto exercício demagógico que Pacheco Pereira demonstra a sua ignorância ou, certamente, total incompreensão do sistema criado pela alteração ao Estatuto da Carreira Docente. O novo estatuto vem garantir que os professores com mais experiência – mas também aqueles com mais qualificações académicas – são aqueles que realmente ocupam os cargos dirigentes nas escolas, assumindo assim maior responsabilidade. O que Pacheco Pereira podia dizer, na sua senda de falar do caso concreto, é que existiam centenas de micro casos de professores que passavam as funções de direcção e coordenação nas escolas para professores mais novos, desonerando-se de uma responsabilidade que a sua experiência melhor garantiria. Com a criação de competências exclusivas dos professores titulares essa situação inadmissível deixa de poder acontecer. Porém, Pacheco Pereira, que conhece tantos casos, aparenta não conhecer nenhum destes casos. A sorte realmente favorece os audazes.
Já agora, Pacheco Pereira, na desinformação que leva a cabo, podia ter aberto uma excepção para explicar que a alteração dos prazos no concurso de professores implica o ganho de uma semana no início do ano lectivo e que tal antecipação foi comunicada, ainda em Julho, aos sindicatos.
Mas o que realmente impressiona é que se fizerem copy/paste dos até agora 4 ensaios demagógicos de Pacheco Pereira - sobre tema tão complexo e importante - e o transformarem num único texto e tentarem resumi-lo não sobra nada. Não se percebe de que casos micro está Pacheco Pereira a falar. Tudo o que paira é uma neblina de insinuações, provocações, meias-palavras. Pacheco Pereira, o bibliófilo, devia informar-se mais, devia ler mais.”
ADENDA [23:58] - Pacheco Pereira já corrigiu o erro ortográfico. Sobre quem é useiro e vezeiro em mexer no que escreve na Net, que tanto tem escandalizado Pacheco nos últimos dias, haveria tanto a dizer. Infelizmente, não temos tempo.
11 comentários :
O PS parece muito muito preocupado pelo Pacheco Pereira. o homem sozinho faz mais mossa que o PSD e então toca a ataca-lo pessoalmente. É um vergonha.
Alberto Serpa
Caro Alberto Serpa, leitor da região de Santarém:
Já serviu para alguma coisa falar de Pacheco Pereira. Andando V. Ex.ª à cata das referências na blogosfera ao historiador em causa [http://blogsearch.google.com/blogsearch?hl=en&I3.x=14&I3.y=12&ie=UTF-8&oe=UTF-8&scoring=d&q=%22Pacheco Pereira%22&btnG=Search Blogs], ganhei um leitor.
Obrigado pela visita.
Pacheco, qual deles, o vizinho taberneiro, ou aquele que bota palavrão na sic?
Se é o da sic, então está tudo dito. Quem leva a serio as suas opiniões? Bastardas,azedas,escorreitas e demagogicas, são o seu prato forte, que serve de forma servil ao seu patrão!...
Deve ter sido o Alberto Serpa que lhe telefonou para corrigir o erro...
Double standards"
Este post de J. Pacheco Pereira é curioso a vários títulos.
Primeiro, JPP acha que quando eu me referi aos "comentadores da área do PSD" só podia estar a pensar nele, como se ele fosse o único comentador dessa área que dedicou os últimos dias a tentar transformar um caso-de-polícia-e-tribunal, como foi a destruição de um milharal no Algarve por um grupo eco-radical, num caso de grave ofensa à democracia e de intolerável incúria governamental! É evidente, porém, que JPP não está sozinho nessa tarefa, antes pelo contrário, como pode testemunhar quem lê os jornais e a blogoesfera.
Depois, sem se pronunciar sobre o caso do financiamento ilícito do PSD pela Somague apurado pelo Tribunal Constitucional, JPP acha que a denúncia pública desse facto nesta altura faz parte de uma táctica costumeira do PS, de atacar o PSD e Marques Mendes quando o PS está em dificuldades. Ora, há duas coisas seguras a este respeito: primeiro, não se vê que papel é que o PS ou o Governo tiveram no apuramento do financiamento ilícito pelo Tribunal Constitucional (a não ser que este seja mais um instrumento da teoria "claustrofobia democrática" que um deputado do PSD elaborou...); segundo, não consta que o PS ou o Governo estejam a passar por especiais dificuldades neste momento (pelo contrário, face aos recentes dados do desempenho financeiro e económico...).
Não será exactamente o contrário o que se está a passar, ou seja, Marques Mendes estar a empolar artificialmente este caso do Algarve tanto para abafar o impacto da notícia do financiamento ilícito como para marcar pontos na disputa interna que neste momento se trava no PSD?
Terceiro, é evidente que o financiamento ilícito não é um exclusivo do PSD e merece vigilância permanente e condenação sem discriminações. Mas isso não autoriza desvalorizar um caso concreto, de notória gravidade (pelo montante envolvido e pela entidade financiadora), ainda por cima devidamente apurado por uma autoridade judicial e portanto insusceptível de tergiversações e negações, como sempre sucede nestes casos.
[Publicado por vital moreira] 22.8.07
Não há financiamentos grátis
.
Partindo do princípio de que as empresas de construção civil não financiam partidos para nada, não seria interessante investigar que contratos é que a Somague obteve nos governos de Durão Barroso e Santana Lopes?
[Publicado por vital moreira] 22.8.07
Miguel Abrantes,
Você é só + uma "his master's voice".
Dizer que, na actual circunstância
..."O novo estatuto vem garantir que os professores com mais experiência – mas também aqueles com mais qualificações académicas – são aqueles que realmente ocupam os cargos dirigentes nas escolas, assumindo assim maior responsabilidade"...
é a mais pura ignorância acerca da real trapalhada que a D. Lurdes criou no ensino deste infeliz País.
Deveriam existir limites para a desinformação e subserviência !
Eis o conteúdo de um post ou comentário que copiei há tempos de um blog (já não me recordo qual, daí o meu pedido de desculpas senão ainda me confundem com Luis Filipe Meneses) a propósito das excelências invocadas pelo Miguel Abrantes relativas às "iluminadas" medidas da D. Lurdes, escrevinhadora de inutilidades, que perora à frente do ME:
"As escolas têm cada vez menos alunos porque, ninguém quer nascer em Portugal, porque nascer aqui só por degredo ou por missão, e os professores, cansados de muitos anos dados ao ensino, são obrigados a permanecer na escola até à morte, sem direito à reforma merecida que vêem cada vez mais longe. Assinaram um contrato, alguns ainda no governo de Marcelo Caetano, que lhes garantia a reforma aos 36 anos de serviço. Afinal não valeu a pena começarem a trabalhar aos 20 anos! O Estado não honra os seus compromissos nem as suas Leis!
Mas agora inventou-se uma saída gira , para o excesso de professores que agora, depois de uma vida dedicada ao ensino são chutados para o lixo, esquecendo-se quem manda que, sem professores, ninguém saberia escrever o seu próprio nome, e se calhar era melhor: criou-se uma coisa chamada de Professor Titular e depois há os que têm título e os que não têm. Mas os que conseguirem o tão almejado título, ficam na mesma, não têm qualquer remuneração acrescentada, mas passarão a ter muito mais trabalho pois só a eles é permitido o desempenho de certos cargos. Talvez os outros não tenham «enquadramento» – expressão oficial, ou será que quiseram dizer perfil? Mas até à data desempenharam com garra e mérito os cargos de que foram sucessivamente sendo encarregados. Agora, arbitrariamente só contam para esta « progressão» os últimos sete anos de carreira. Porquê os últimos sete, e não os dez, ou os sete do meio ou os primeiros sete? Já se viu alguma promoção não ser baseada no curriculum? Mas manda quem pode e a D. Lurdes é que sabe. Por isso, ficou um panorama docente curioso, nas escolas: professores com metade do tempo de serviço, com curriculum menor ficaram à frente de professores muito mais velhos na carreira, mas que nestes ditos sete anos, foram simplesmente professores ou desempenharam cargos de « não enquadramento» Como se actua num país sem Lei, onde os mais velhos e experientes correm o risco de ir parar ao cesto dos papéis, porque alguém concebeu uma forma de progressão aleatória, ignóbil, injusta. É este o nosso Estado de Direito? E se nesses sete anos, o professor tiver prestado serviço num sindicato, alto que é homem a abater. E então, não pode passar a professor titular, contra toda a legislação que considera esse trabalho equiparado a serviço docente. Assim vivam os actuais titulares que estiveram uma vida inteira numa biblioteca porque não gostavam de dar aulas, vivam! Vivam os que foram encarregados de serviços quase administrativo porque eram incapazes de manter a disciplina dentro da sala de aula, vivam. Vivam todos e viva a D. Lurdes que Deus lhe conserve a sagacidade política e o discernimento legal. Vivam que o povo é sereno".
Mas, ainda, isto é só a ponta do iceberg.
Todos os jumentos e jumentas que até hoje dirigiram aquele ministério só conseguiram piorar o que já estava péssimo.
Pior é impossível... ou talvez não !!!
Como estamos em Portugal, acredito que consigam, sem grande esforço !!!
Jumentos e jumentas: só para recordar os mais esquecidos, o Ministério da Educação esteve nas "mãos" do P. S. D. desde, pelo menos (já para não falar do Governo Mota Pinto), 1980 (com Sá Carneiro) até 1995. DEZASSEIS ANOS consecutivos!
Voltou a estar desde 2002 até 2004. Somatório conclusivo: em trinta anos de Democracia constitucional, o P. S. D. é responsável por DEZANOVE! Ou seja, mais de 60% do tempo. Isto servirá para explicar alguma coisa?
Pacheco Pereira tem razão: este concurso, e o Estatuto que lhe está na base, são a apoteose do «eduquês» e por esta razão, se não por outra, penalizam os melhores professores.
Penalizam, antes de mais, os professores que ensinam - tarefa que, por sinal, não está mencionada entre as 29 (vinte e nove!) que o Estatuto da Carreira Docente atribui aos professores
Penaliza os que sempre resistiram aos delírios pedagógicos do Ministério, em benefício dos que só sabem usar o jargão (eu também o sei usar mas não uso porque me dá vómitos).
Penaliza os que vêem na burocracia educativa um dos principais problemas do ensino, em benefício dos que se refugiam nela para não terem que ensinar (daí a sacralização dos «cargos» no Estatuto e no concurso).
Não é apenas injusto, é monstruosamente injusto. Vai ficar décadas atascado nos tribunais para no fim ser condenado sem honra nem glória. E nem ao menos é eficaz: não vai fazer com que uma única criança aprenda melhor a conjugar um verbo, resolver uma equação ou detectar uma falácia.
O sr. moura, não comenta o dinheirito da somague ao psd?
Assim, poderá o sr. graça, comentar a corrupção que graça no psd.
O abrupto,sempre pronto, irá fazer uma analise sobre o assédio sexual do macario, sobre uma funcionária da camara de tavira, alias como é seu timbre.
Ao que chegou este triste psd.
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