domingo, novembro 11, 2007

"O país que somes" [2]

“Em meados de 1977, o Presidente Ramalho Eanes já estava muito indisposto contra os partidos políticos portugueses (…).

Em longa conversa a sós, no Palácio de Belém, depois de tantos desabafos, perguntou-me:
    — O Sr. Professor não conhece nenhuma forma de democracia sem partidos?
De imediato respondi:

      — Conheço, sim, Sr. Presidente. Conheço até duas: a «democracia popular», como existe na Europa do Leste, e a «democracia orgânica», concebida e posta em prática pelo doutor Salazar.

    Ramalho Eanes, desapontado e com um meio-sorriso, comentou:

      — Pois é. Toda a gente me diz que não pode haver democracia sem partidos. É pena.”


        Diogo Freitas do Amaral, AO CORRER DA MEMÓRIA, p. 113

    1 comentário :

    Anónimo disse...

    Eanes o D. Sebastião de Alcains