Movimento “Jovem Portugal”: onde esteve o debate?

Ontem, começou A Regra do Jogo, apresentado como mais um espaço de debate na SIC-N. De um lado, tivemos António Barreto, um ressabiado que nunca aceitou que não lhe tivesse sido confiado um papel de relevo no regime democrático. Do outro lado, tivemos José Miguel Júdice, que, sem nunca ter renegado a sua passagem pela Juventude Portuguesa Nacional-Sindicalista, vulgarmente conhecida por “Jovem Portugal”, a qual nem sequer poupava Marcello Caetano, se converteu num dos senadores da democracia.

Onde esteve o debate, quando as suas posições são tão próximas? Estiveram de acordo quanto aos “exageros” do presidente da República relativamente à apreciação dos salários dos gestores. Estiveram ainda de acordo quanto aos “excessos” da ASAE (“nós não amamos muito a liberdade em Portugal”, chegou a dizer Júdice com ar sério).

Valha a verdade que a circunstância de Júdice apoiar a aprovação do Tratado de Lisboa no parlamento, enquanto Barreto defende a realização de um referendo, animou por breves instantes o programa.

Mas aí, e é também a pura verdade, Júdice pôs a nu a inconsistência da argumentação de Barreto, que deu sinais de que nunca olhou sequer para o texto que quer referendar. Ao ouvi-lo, parecia, de facto, estar a ouvir a Voz de Rilhafoles: patati, patatá…

Embora o tom da conversa seja levezinho, Barreto vai ter de mandriar menos. A conversa da treta pode não chegar para preencher uma hora.