Acerca das manchetes do Independente recauchutado

Por que razões se recordarão os vindouros de Sócrates? Assim de repente, ocorrem-me de imediato três razões:

1. Saneou as finanças públicas, matando o monstro que sucessivos governos consideraram invencível.
2. Modernizou o país, democratizando o acesso às novas tecnologias, designadamente aos computadores pessoais e à Internet. Para um país que congenitamente padece de analfabetismo, esta é uma “nova oportunidade” que não pode ser perdida.
3. Celebrou o Tratado de Lisboa, pondo fim a um impasse de anos na União Europeia e retomando o caminho do aprofundamento da união política (o único que pode fazer estancar o “declínio” da Europa perante os EUA e as novas potências mundiais emergentes). O Tratado de Lisboa colocou Portugal no centro de uma União, quando corria o risco de cair na periferia.

Que pensam alguns destas realizações? Coisa nenhuma. Preferem discutir graus académicos legítimos ou projectos de engenharia subscritos por um primeiro-ministro que, afinal, teve o mérito de se ocupar, na juventude, com estudos e trabalhos.

Sem qualquer fundamento, criticam o primeiro-ministro por ter beneficiado legalmente do regime de exclusividade em que não recebeu outros rendimentos. A par do Prof. Vital Moreira, também o Prof. Paulo Otero defende que não houve “qualquer ilícito legal” por parte de Sócrates.