quarta-feira, março 26, 2008

E a Constituição da República sempre a atrapalhar

António Vilarigues, destacado membro do PCP, descobriu os responsáveis pelo estado da educação: nem mais nem menos do que os ministros da Educação dos governos constitucionais.

Antes, com o Estado Novo, a coisa funcionava que nem um brinquinho; depois, vieram os governos provisórios, em especial os de Vasco Gonçalves (II, III, IV e V), que — também esses — deixaram obra feita.

Está visto, o que atrapalhou o vertiginoso progresso iniciado por José Hermano Saraiva (e prosseguido depois pelo gonçalvista José Emílio da Silva) foi a Constituição e os governos constitucionais. Eu já andava desconfiado que a Constituição só veio atrapalhar. A direita também acha.

13 comentários :

Anónimo disse...

Este cromo é parente da múmia que constitui o acervo do Museu do Cairo?

o castendo disse...

Caro Miguel Abrantes,
Como desonestidade intelectual não está mal.
Explique-me lá, mas devagar que eu sou muito burro, ou pelo menos não acompanho as curvas do seu raciocínio.
De onde, no que eu escrevi, é que deduz o que afirmou? Aliás, seguindo a linha sinuosa do seu pensamento, também poderia ter escrito qure eu apoiava o ensino no tempo da monarquia, quiçá o árabe do 8 século da nossa era.
Para seu conhecimento José Hermano Saraiva foi reitor do meu liceu: o D. João de Castro. Logo no seu primeiro dia como reitor mandou-me chamar, tinha eu 12 anos, para me informar que a minha mãe (então presa em Caxias 1959/1968) era amiga do irmão dele (António José Saraiva) e visita da casa e que lhe enviava cumprimentos. De caminho foi-me perguntando se eu sabia do meu pai, então na clandestinidade. Em 1970 era dirigente do Movimento Associativo do Ensino Secundário contra o Ministro José Hermano.
Aos 17 anos, em Junho de 1971, estava eu próprio na clandestinidade a lutar, entre outras coisas, contra a política de educação fascista.
Finalmente constato que não respondeu à pergunta do meu post:
Nove nomes diferentes;
Dezanove ministros diferentes;
Ministros PSD: 20 anos, 11 meses, 18 dias;
Ministros PS: 10 anos, 8 meses, 27 dias
«Isto» não tem nada a ver com os estado actual da educação?

Anónimo disse...

Este vilarigues sofre de esclerose
multipla muito acentuada é um sintoma geral dos camaradas membros do pcp,como alias estaline, mao, fidel, etç.
Esta gente sempre se deu bem com o fascismo, é o seu campo congenito de luta. è como o peixe para viver necessita de agua.

Miguel Abrantes disse...

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Caro António Vilarigues:

1. Não percebo se considera que a educação estava melhor durante o Estado Novo. Ou durante o PREC. Nem sequer percebo o que o distingue da direita na análise do “estado da educação”. Esqueceu-se de o referir.

2. Também não percebo por que distingue os governos constitucionais dos restantes. Só porque o PCP deixou de estar representado no Governo?

3. Há problemas na educação. Mas ela está muito melhor do que há 30 anos. Para o bem e para o mal, ninguém sai vivo desta história: do CDS ao PCP, passando pelo PSD e pelo PS. Ou os sindicatos liderados pelo PCP não são deste filme? Eu cá ando desconfiado de que muitos ministros foram meros figurantes neste filme e os actores principais foram um tal António Teodoro, um tal Paulo Sucena e um tal Mário Nogueira.

O problema actual é que Maria de Lourdes Rodrigues parece não ter vocação para actriz secundária e muito menos para figurante.

o castendo disse...

Caro Miguel Abrantes,
Parti do princípio, pelos vistos errado, que não sofria de ileteracia. Então é assim:
1. A educação não estava melhor durante o fascismo (como o Miguel percebeu perfeitamente). Por isso lutei, na legalidade e na clandestinidade para alterar essse estado de coisas.
2. No período dos governos provisórios (2anos) melhorou, sobretudo no acesso massivo ao ensino em geral e ao ensino superior em particular. Bem como nos conteúdos, etc.. Ressentiu-se obviamente da instabilidade de VI Governos em 26 meses(como o Miguel percebeu perfeitamente).
3. Referi apenas os governos constitucionais pela sua maior estabilidade Governativa. Só isso (como o Miguel percebeu perfeitamente).
4. Ministros PSD: 20 anos, 11 meses, 18 dias. O que significa que em 2/3 do tempo foi a direita pura e dura que teve a responsabilidade pela pasta (como o Miguel percebeu perfeitamente)
5. Ministros PS: 10 anos, 8 meses, 27 dias. A prática mostra, infelizmente, que neste período também se praticaram muitas políticas de direita. Mas não só, obviamente (como o Miguel percebeu perfeitamente).
6. Quanto às propostas do PCP elas constam do seu Programa (que não é letra de forma, nem para ser metido na gaveta) como pode ser visto a partir daqui: http://www.pcp.pt/index.php?option=com_content&task=view&id=13&Itemid=122#27
ou para ser ainda mais específico aqui: http://www.pcp.pt/index.php?option=com_content&task=blogcategory&id=441&Itemid=381 (como o Miguel sabe perfeitamente).
7. Essa dos ministros serem actores secundários e os dirigentes sindicais (quaisquer que eles sejam) serem actores secundários só para rir. Além do mais é insultuoso para os ministros e secretários de estado em causa (como o Miguel sabe perfeitamente).
8. É claro que a educação está muito melhor do que há 30 anos. Mas também é claro que podia estar muito melhor. Como é claro que o que se critica a esta equipa ministerial é precisamente o querer destruir muito do que de bom se fez nestes 30 anos (como o Miguel sabe perfeitamente).
9. Como nota final não posso deixar de referir que fazer-se de parvo, coisa que não é, não lhe fica bem (como o Miguel sabe perfeitamente).

o castendo disse...

Correcção ao ponto 7 onde se deve ler:
7. Essa dos ministros serem actores secundários e os dirigentes sindicais (quaisquer que eles sejam) serem actores PRINCIPAIS só para rir. Além do mais é insultuoso para os ministros e secretários de estado em causa (como o Miguel sabe perfeitamente).

Unknown disse...

Mas hà mais...O senhor Vilarigues disse que havia propostas alternativas da Fenprof para a avaliação.Curioso fui ver.Afinal vão agora trabalhar numa proposta...Será engano meu?Grato ficaria ao Senhor V. se me indicasse onde posso encontrar tal prosta.No site da F.(como ele disse é que não encontro...

o castendo disse...

Caro J'
http://www.fenprof.pt/?aba=27&cat=34&mid=115

http://www.fenprof.pt/?aba=27&cat=266&mid=115

http://www.fenprof.pt/?aba=27&cat=79&mid=115

http://www.fenprof.pt/?aba=27&cat=121&mid=115

http://www.sprc.pt/default.aspx?id_pagina=14

http://www.sprc.pt/default.aspx?id_pagina=15
Aqui a entrevista que clarifica:
http://ocastendo.blogs.sapo.pt/211135.html

Miguel Abrantes disse...

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Caro António Vilarigues:

Quem tiver a paciência de ler o que escreveu e o que eu escrevi poderá tirar as suas próprias conclusões. Em todo o caso, permita-se dizer ainda o seguinte:

1. Rir faz bem, pelo que não vem mal ao mundo que se ria, mesmo que não venha a propósito. Conto-lhe uma história: há um bom par de anos, um ministro negociava com a Fenprof e o terror era tal que até fez concessões que a própria Fenprof nem sequer reivindicara. Deve ser fácil para si comprovar a veracidade da história.

2. É óbvio que os tempos estão diferentes. A ministra da Educação recambiou para as escolas centenas de sindicalistas que ninguém sabia exactamente o que faziam. A única certeza era que o seu vencimento era pago pelos contribuintes. A ministra da Educação tomou um conjunto de medidas em defesa da escola pública: fechou as escolas com um número ínfimo de alunos, integrando-os em escolas com condições; alargou o estudo do inglês às criancinhas, estendeu o horário de funcionamento das escolas, etc..

É nisto que o António Vilarigues está a pensar quando refere “esta equipa ministerial [está a] querer destruir muito do que de bom se fez nestes 30 anos”?

3. Esqueceu-se de precisar o que a ministra “destruiu”. Como, de resto, continua sem esclarecer qual é o modelo de avaliação e o de gestão das escolas que a Fenprof propõe em alternativa.

4. Quanto a meter ou tirar coisas da gaveta, o PCP não está em condições de dar lições a ninguém. Nem antes nem depois do 25 de Abril. E até fez bem em meter algumas na gaveta…

PS – Recordo-lhe que alguns dos governos constitucionais sofreram de maior “instabilidade” (para socorrer-me da sua expressão com um cunho marcadamente pequeno-burguês) do que os governos provisórios.

Anónimo disse...

Já não tenho "pachorra" para ouvir esta lenga-lenga de comunistas que passaram a vida em formação pela RDA, pela República Checa, por Cuba e por outros faróis do comunismo (felizmente todos se apagaram),com o objectivo último de impedir que o país se desenvolva democraticamente à Ocidental. O povo português pode não saber bem o que quer, mas há muito que diz categoricamente aquilo que não quer!

o castendo disse...

Caro Miguel Fernandes,
À laia de conclusão:
"A política de (des)educação deste (des)governo" no «Jornal do Centro», edição de 2007-03-07
http://www.jornaldocentro.pt/?lop=conteudo&op=142949df56ea8ae0be8b5306971900a4&id=eae24a2ae37a194a8564bc9bd921cc07&drops[drop_edicao]=100

Caro zé da póvoa,
http://ocastendo.blogs.sapo.pt/201584.html

Anónimo disse...

O castendo como demonstram as suas posições é um ortodoxo da linha dura comunista. Este cavalheiro não vê que a "luz que nos ilumina" se fundiu e que por todo lado as poucas que ainda dão luz (a petroleo) estão a fundir-se!Só aqueles fanaticos que funcionam em autenticas seitas religiosas continuam na sua luta, que não tem fim. Podem esperar sentados e aí continuaram até ao dia de finados.

Ao cuidado do castendo e seguidores:
DIRECTORIO DEMOCRATICO CUBANO PRESENTA INFORMES SOBRE TORTURA Y VIOLACIONES A LOS DERECHOS HUMANOS EN CUBA

james disse...

À excepção do primeiro comentário, todos os outros são intragáveis, lamento ter de o constatar.

Nunca pensei que um post do Miguel Abrantes tivesse consequências tão enfadonhas...