Muita gente está convencida de que António Borges era o número dois do Goldmann Sachs, porque é desse modo que entre nós é interpretada a expressão "Vice-Presidente". Mas nos países anglo-saxónicos um Vice-Presidente é um director de topo ao qual foi conferido um título honorífico. A prova: na Goldmann Sachs há dezenas de Vice-Presidentes.
Obnubilados pelo sangue azul da alta-finança, os nossos jornalistas saloios nunca tentaram esclarecer o que fazia ao certo António Borges no seu alto assento londrino. Se estivessem atentos, teriam escutado há três anos o desabafo de Santana, quando, farto de aturar a pesporrência de Borges, se decidiu a relatar as visitas que ele lhe fazia para tentar angariar negócios para o seu banco relacionados com a anunciada privatização das águas.
A acreditar nessa história nunca desmentida, a função de Borges consistiria em valer-se dos seus conhecimentos políticos para vender os serviços do banco de que era um quadro superior.
Acontece que, a dada altura, António Borges, excessivamente fiado na parolice dos seus conterrâneos, parece ter cometido o erro imperdoável de criticar em público decisões da EDP numa altura em que a Goldmann Sachs trabalhava para essa empresa. Ora a deslealdade é o pecado capital que nenhum consultor pode cometer, sob pena de perder a confiança dos seus clientes.
Ficámos há pouco a saber que esse episódio implicou a perda de peso de Borges no Goldmann Sachs e, a prazo, o seu afastamento da instituição. De modo que, agora, aí o temos fresquinho como uma alface, libertado do fardo das suas pesadas e importantes tarefas bancárias, e, por conseguinte, disponível para salvar o país.
Para justificar a sua saída do banco, não achou melhor do que alegar ter sido vítima de perseguição política, uma historieta em que acreditarão os mesmos que supunham ser ele o braço direito do Presidente da empresa que o pôs a andar em consequência da inabilidade de que deu provas.
Falta acrescentar, para concluir, que o Director do Público resolveu abraçar a causa de Borges, tomando sobre si as suas dores e chegando ao ponto de tomar o partido do ex-banqueiro na polémica que o opõe ao Ministro da Economia, sem que em rigor disponha de qualquer informação objectiva que sustente a sua posição. Mais: resolveu titular hoje o seu editorial: "Mais depressa se apanha um mentiroso do que um coxo", visando directamente o Ministro.
Rapaz de fina educação, este José Manuel Fernandes.
Obnubilados pelo sangue azul da alta-finança, os nossos jornalistas saloios nunca tentaram esclarecer o que fazia ao certo António Borges no seu alto assento londrino. Se estivessem atentos, teriam escutado há três anos o desabafo de Santana, quando, farto de aturar a pesporrência de Borges, se decidiu a relatar as visitas que ele lhe fazia para tentar angariar negócios para o seu banco relacionados com a anunciada privatização das águas.
A acreditar nessa história nunca desmentida, a função de Borges consistiria em valer-se dos seus conhecimentos políticos para vender os serviços do banco de que era um quadro superior.
Acontece que, a dada altura, António Borges, excessivamente fiado na parolice dos seus conterrâneos, parece ter cometido o erro imperdoável de criticar em público decisões da EDP numa altura em que a Goldmann Sachs trabalhava para essa empresa. Ora a deslealdade é o pecado capital que nenhum consultor pode cometer, sob pena de perder a confiança dos seus clientes.
Ficámos há pouco a saber que esse episódio implicou a perda de peso de Borges no Goldmann Sachs e, a prazo, o seu afastamento da instituição. De modo que, agora, aí o temos fresquinho como uma alface, libertado do fardo das suas pesadas e importantes tarefas bancárias, e, por conseguinte, disponível para salvar o país.
Para justificar a sua saída do banco, não achou melhor do que alegar ter sido vítima de perseguição política, uma historieta em que acreditarão os mesmos que supunham ser ele o braço direito do Presidente da empresa que o pôs a andar em consequência da inabilidade de que deu provas.
Falta acrescentar, para concluir, que o Director do Público resolveu abraçar a causa de Borges, tomando sobre si as suas dores e chegando ao ponto de tomar o partido do ex-banqueiro na polémica que o opõe ao Ministro da Economia, sem que em rigor disponha de qualquer informação objectiva que sustente a sua posição. Mais: resolveu titular hoje o seu editorial: "Mais depressa se apanha um mentiroso do que um coxo", visando directamente o Ministro.
Rapaz de fina educação, este José Manuel Fernandes.
12 comentários :
Excelente post
Se não fosse a câmara corporativa já há muito que não saberia o que esse JMF vocifera. Enquanto estiver lá este director nunca mais comprarei um exemplar do Público que seja.
Roni Size
Só nos vice president de Londres existem referenciados 29 !Estas pessoas teem em muitos casos 30 a40 anos de idade e estão adstritos a um secctor.Não são membros da administração,nem sócios.Em país de parolos o AB passa por importante....
Bom post.
Este post é lamentável.
Notícia não confirmada:
Parece que o Dr. António Borges é "mesmo" licenciado em Economia, sem trapalhadas nem frequências realizadas por fax...
A ser verdade, é gravíssimo, pois demonstra total falta de solidariedade para com as camadas dirigentes dete País.
Ao "anónimo" de [Ter Abr 01, 04:16:00 PM]:
Plenamente de acordo.
Eu, que sou quase-engenheiro, sinto-me ultrajado pela postura de indivúduos como o Dr. Borges que, valendo-se dos seus graus académicos e títulos profissionais, desclassificam uma larga fatia dos políticos deste País, sem que de tal posicionamento resultem exemplares punições.
"Rapaz de fina educação, este José Manuel Fernandes"...
Consta que estudou e fez um obscuro MBA no ISCTE...
Pelo menos é o que consta nos "mentideros".
É verdade, o Borges não presta. O que é bom é o inútil do Sócrates, o trapalhão do Menezes, o submarino do Paulo Portas, etc e tal...
Acho piada que, neste país, ter emprego é ter mau currículo... e esta é uma característica comum da esquerda à direita. O que importante é ser conhecido, não é ser bom naquilo que se faz... na bancada do CDS é só meninos que nuncia fizeram nada da vida, na do P.S. o líder máximo é o produto acabado do pior que podemos retirar da política após o 25 de Abril, desde pequenino que anda em trambiquices manhosas para subir a qualquer custo...
É triste que alguém que que trabalha e faz pela vida seja mal visto em Portual... A única coisa que vão conseguir é fazer com que estas pessoas se fartem da carreira política em Portugal ainda antes de a começarem... depois ficam com a porcaria dos carreiristas que nunca desempenharam um cargo na vida... ou então assinaram projectos como o "eng." sócrates..
é triste!
Bem escrito Senhor Assessor. Infelizmente parece que a história não é bem assim.
EDP: António Mexia nega qualquer condicionamento por parte do Governo
Lisboa, 31 Mar (Lusa) - O presidente-executivo da EDP negou hoje que alguma vez a sua actuação à frente da eléctrica tenha sido condicionada pelo Governo e revelou que a maior operação financeira feita pela empresa nos últimos dois anos foi com a Goldman Sachs.
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"Desde que cheguei nunca me senti minimamente condicionado por qualquer accionista, nomeadamente, pelo Estado. Sou um dos presidentes que maior grau de liberdade teve à frente da EDP", afirmou António Mexia em declarações à Lusa numa reacção à entrevista de António Borges ao jornal "Público".
"Nunca fui condicionado em nada. A mera suposição de que poderá haver condicionamento é totalmente descabida", sublinhou.
O responsável lembrou também que a compra norte-americana Horizon Wind Energy - "a maior operação financeira da EDP nos últimos dois anos" - foi feita à Goldman Sachs.
Afirmou ainda que a Goldman Sachs "nunca me telefonou, nem me contactou" para trabalhar com a EDP, ao contrário do que fizeram outros bancos de investimento.
O post é, enfim...
Mas comentários de defesa dos Borges e JMF consegue ultrapassar tudo.
Porra paguem um subsídio ao pobre do Borges que perdeu o emprego !!
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