- “MANUELA F. LEITE — NA entrevista à TVI, apenas teve a seu favor o estilo afirmativo e autoritário, que passa bem em televisão e é apreciado em muitos sectores. Mas o discurso pessimista e negativista que adoptou, quase defendendo o imobilismo nos investimentos, e o desconhecimento que revelou de números e dossiês disponíveis não ajudaram nada. Contradisse-se nas taxas da Saúde e no alívio da classe média, meteu os pés pelas mãos nos compromissos do TGV, foi vaga e insegura na maioria das questões. Bem na forma, péssima no conteúdo. Tão depressa não deverá querer dar outra entrevista.”
- “DESDE que assumiu a liderança do PSD, a sua intervenção mais marcante teve que ver com os investimentos em obras públicas - cujos dinheiros, segundo ela, seriam mais bem empregues em apoio social.
Ora não tem pés nem cabeça comparar uma coisa com outra.
As obras vêem-se e ficam - enquanto o apoio social é invisível e muitas vezes não chega ao destino.
As obras podem reunir fundos do Estado, da Europa e de privados - enquanto o apoio social tem de sair todo do bolso do Governo.
As obras criam emprego, dinamizam a economia e, se forem bem planeadas, têm um valor reprodutivo - enquanto o apoio social se esgota em si mesmo.
NA SITUAÇÃO de penúria em que o país está, em que não há dinheiro para nada, os poucos recursos do Estado têm de ser aplicados em investimentos reprodutivos.
Ou seja, investimentos que tenham retorno.
Que contribuam para multiplicar o capital investido.
Para criar riqueza.
Além disso - e Manuela Ferreira Leite sabe-o tão bem como eu - é sempre melhor as pessoas receberem pelo que fazem, pelo seu trabalho, do que receberem por caridade, sem trabalhar. Receber pelo trabalho é dignificante; receber sem trabalhar é, no limite, vexatório.
Em 1995, Cavaco Silva dizia a Guterres para ter muito cuidado com o Rendimento Mínimo Garantido porquepodia ser um convite à inércia, à preguiça, à acomodação no limiar da pobreza.
Desviar dinheiro do investimento para o apoio social pode ter o mesmo efeito.
A LÍDER do PSD justifica a ideia dizendo que vivemos um período de «emergência social».
Não é verdade.
Emergência é uma situação passageira, provocada por uma catástrofe umterramoto, umas cheias, uma bancarrota - e que exige medidas de excepção.
Ora não é isso que se passa: o país vive uma crise estrutural, que vem de trás (Durão Barroso já dizia há sete anos que estávamos «de tanga») e que não se sabe quanto tempo mais irá durar.
Temos, provavelmente, de nos preparar para viver assim longos anos.
E só sairemos da crise com investimento, com produção de riqueza.
Desviar dinheiro do investimento para acções sociais significa condenar o país à miséria.”
- “ESTA semana quero ser solidário com Jorge Costa, meu secretário de Estado no ministério de António Mexia, como o tinha sido no Governo de Durão Barroso. Esta semana lá apareceu, outra vez, a ser porta-voz do seu partido sobre o TGV e outras grandes obras públicas. Já foi ao programa no tempo de Barroso, foi no meu, foi no de Marques Mendes, foi no de Menezes e, agora, no de Manuela Ferreira Leite. (…) Mas não sei com quem hei-de ser mais solidário: se com ele e quem representa (que parece não ter mais ninguém para a tarefa), se com José Sócrates e Mário Lino, (que já devem estar confusos com tantas posições, sobre as mesmas matérias, do maior partido da oposição).”
¹ Santana: "NESTE espaço que hoje estreio no SOL vou falar de irracionalidades que, em Portugal, parecem ter pernas para andar sozinhas. Não se compreende como criam a sua dinâmica - e torna-se difícil voltar ao ponto de partida para as desmontar."
1 comentário :
Sublinho que estes comentários sobre MFL e o PSD são feitas por correligionários e amigos.
Então está bem!
É a linha correcta!
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