A palavra aos leitores - A SEDES quer tudo e o seu contrário

De um e-mail do leitor Carlos M. sobre a "tomada de posição" da SEDES:

«Há uns meses atrás queixava-se de um “mal-estar difuso”, criticando o Governo por ter levado a cabo medidas impopulares que geravam descontentamento na população. Agora, vem criticar o suposto abrandamento dessas políticas e reclamar mais medidas impopulares. Afinal em que ficamos: o descontentamento popular é pernicioso ou é desejável?

Critica os crónicos maus resultados na educação. Mas, quando os resultados efectivamente melhoram, em vez de se comprazer com tal evolução, critica o processo de organização e elaboração dos exames. Afinal, em que ficamos: é bom ou mau os resultados dos exames terem melhorado?

Afirma que a legislação laboral é “excessivamente flexível nos contratos a termo”. Mas, quando o Governo decide combater a precariedade decorrente dos contratos a termo, critica as medidas adoptadas alegando que destes contratos “depende uma parte significativa do ajustamento no mercado de trabalho”. Afinal, em que ficamos: a precariedade é para combater ou para manter?

A tomada de posição da SEDES é subscrita, na sua maioria, por uns quantos espíritos ressabiados e vingativos, que se têm em grande conta e não suportam que o país avance sem necessitar dos seus preciosos serviços.

A SEDES passou de uma associação cívica de reflexão política e social para uma fábrica de produção de panfletos anti-Governo. Está longe de ser um think tank, não tem uma actividade consistente e continuada de reflexão e de debate, ninguém lhe conhece um pensamento crítico estruturado e prospectivo sobre os desafios que se colocam a Portugal ou a melhor forma de os abordar. Mas, para dar prova de vida, há seis ou sete iluminados que, de meio em meio ano, ressuscitam da sua letargia cívica e “cozinham” um comunicado oposicionista. É isto a SEDES de hoje em dia.»