- “Nem sei se eles [os autores do documento da SEDES] acham que as eleições de quatro em quatro anos atrapalham as coisas. Provavelmente não acham. Sei que se limitam a falar como se isso fosse verdade.
Em nenhuma outra área pode ser tão útil a opinião publicada como no questionar dos próprios pressupostos que nos regem. Os pressupostos são estes: as eleições são ruído, o povo escolhe quem lhe oferece facilidades, ninguém quer encarar a realidade, a geração actual é mais ignorante do que a anteriores, já gastamos muito em educação, o país está condenado à mediocridade, nada mudou desde os tempos do Eça, não há dinheiro não há vícios nem investimentos, o único caminho é a retracção, o cavalo do espanhol estava quase a ficar competitivo antes de morrer de inanição.
Podemos achar tudo isto pouco nocivo: mas são pressupostos iguais aos de uma caridosa ditadura. Ouvem-se por todo o lado.
(…) Sabem que mais? Nenhuma reforma seria tão bem-vinda como a reforma das banalidades que nos regem. Banalidades sobre as reformas, banalidades sobre a crise, banalidades sobre o país. Repetimo-las tanto que elas se tornaram no nosso mundo.”
2 comentários :
Se o público só publica mentiras e meias verdades...
Gostei. Mas parece que se tratava do cavalo do inglês, que se prentendia habituar a não comer.A ração ia sendo reduzida a pouco e pouco, de modo a chegar-se a um cavalo que não fosse necessário alimentar. Mas quando estava quase conseguido o objectivo... morreu. Mas quase se atingia o objectivo; faltou só um pouco de vontade ao cavalo...
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