Depois de escutar a indescritível entrevista concedida por Rui Rangel a Mário Crespo, dei comigo a recordar que já o ouvira a defender, com igual convicção, posições diametralmente opostas. Hoje, o colendo magistrado reincide no DN. Uma breve pesquisa no Google dissipa quaisquer dúvidas de que o Sol de Agosto torra a moleirinha.
Em Abril do ano passado, Rangel andava entusiasmadíssimo com a lei de política criminal:
- “Tudo isso está a acontecer porque o MP teve, durante anos e anos, a política criminal nas mãos em completa roda livre. Não foi capaz de se organizar em termos de desenvolver uma investigação criminal adequada que satisfizesse o cidadão e a necessidade de uma boa investigação criminal.”
- “Pela primeira vez há uma lei que vem pôr o MP na ordem. Era necessário pô-lo na ordem no sentido de que se reivindicava uma clarificação sobre quais devem ser as prioridades na investigação criminal. O Governo é democraticamente responsável perante os cidadãos. Por isso, pode e deve legislar.”
E é assim que, sobre o Código Penal e o Código de Processo Penal, parece que, ainda no douto entendimento do Dr. Juiz, as coisas corriam sobre rodas já em Maio de 2008. Com efeito, n’ O Estado das Coisas, coluna que mantém no Correio da Manhã, Rangel defendia:
- “Do ponto de vista penal tudo está feito. Temos uma lei penal razoável, com aceitáveis níveis de confiança e uma moldura penal sensata e equilibrada.”
- “No carjacking, tratando-se de um crime de roubo agravado, os assaltantes ficam sempre sujeitos a uma pena que varia entre os três e os 15 anos de prisão. Alguém, com bom senso e com sentido de responsabilidade, poderá defender um agravamento destas molduras penais? Só razões de aproveitamento político da situação delicada que se está a viver, derivada da onda avassaladora destes crimes, justificam tal tomada de posição.”
- “Existem dois Códigos quase a favor do crime, os juízes têm cada vez mais dificuldade em prender preventivamente, os polícias têm mais dificuldades em combater este tipo de crimes por falta de meios e ausência de partilha de informações”.
4 comentários :
este rangel que vá dar banho ao cão !! eles querem é mais carcanhol ....
Um juiz pode (deve?) andar por aí a badalar?
A entrevista não abona.
É incrível na medida em que se limitou a determinar os estados de alma do Sr Juiz Desembargador.
Nem uma pergunta ou opinião sobre o mapa judiciário.
Nem uma pergunta ou opinião sobre o método de avaliação dos juízes.
Nem uma pergunta ou opinião sobre a lei de aplicação das penas.
Nem um pergunta ou opinião sobre o caso Vale e Azevedo e o folhetim extradição.
Nem....
Cumprimentos
Como já tinha afirmado num outro post, a entrevista do Dr. Rangel (Juiz) ao DN ,confundiu-me dado que tempos atras já o tinha ouvido e lido afirmações abonatorias do actual CP. Já não me lembrava onde, o Miguel recordou esse passado, foi efectivamente no Sol e na Sic-N que fez afirmaçõe positivas.
Esta é uma prova credivel em como os juizes/magistrados, colocaram-se contra a lei, beneficiando os criminosos. E assim procurar colocar como responsavel o Governo.
Como sabemos não pegou e quem ficou mais ainda com uma má imagem perante os cidadãos são esses irresponsaveis srs, que não merecem ser JUIZES, num Pais democratico.
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