sábado, janeiro 03, 2009

O estranho caso da “fonte de Belém”




Na semana passada, a manchete do luminoso Sol fazia prever um tsunami com epicentro na Praça Afonso de Albuquerque: “Cavaco vai pôr em causa Orçamento”. Uma “fonte de Belém” (não desmentida) garantia o veto presidencial em discurso directo: “não faz sentido que seja solicitada a promulgação ao Presidente”.

Como se vê, o pequeno grande arquitecto não seguiu, neste episódio, o método que adoptava no Expresso — segundo o próprio conta no livro de memórias — de se trancar no gabinete e criar títulos, dando asas à sua prodigiosa imaginação.

Acontece, no entanto, que uma nota na edição de hoje afiança que “O SOL errou”. Sem qualquer referência à “fonte de Belém”, o “erro” é atribuído a uma realidade em rápida mutação: “entre a publicação de uma notícia [sic] e o acontecimento podem ocorrer factos que alterem o quadro político.

Mas os leitores não se desanimem, porque o Sol afirma solenemente que está aqui para as curvas: “a antecipação dos fenómenos políticos e sociais é uma das funções dos semanários, pelo que continuaremos a correr conscientemente riscos no sentido de fornecer aos leitores informações em primeira mão.”

E a verdade é que a “fonte de Belém” não morreu de morte macaca. Na edição de hoje, a “fonte de Belém” volta a dar notícias: “Foi muito mal recebida a utilização feita pelo Governo do acto de promulgação de um diploma de carácter meramente regulamentar e transitório referente à simplificação da avaliação dos professores”.

Portanto, se bem entendo a conspícua “fonte de Belém”, o Presidente da República promulgou, por dever de ofício, essa coisa da avaliação, mas não quer chatices com os professores. Como é que eu me esqueci de também atribuir o Prémio “Cooperação Estratégica” ao Arq. Saraiva e à “fonte de Belém”? Não faz mal, fica para o ano.

11 comentários :

Anónimo disse...

Há um triunvirato JORNALISTICO que unidos no mesmo objectivo, NO DERRUBE DO GOVERNO,criam FACTOS VIRTUAIS, utilizando a: MENTIRA,desinformação e CALÚNIA.

Neste TRIO temos, o "sol" o "publico" e o "expresso".

Depois há uns mais pequeninos, mas que procuram fazer mossa, "24 horas" e "CM".

Na eventualidade (remota) de tal acontecer, estes paquidermes estão a empurrar o País para um poço sem fundo, onde a instabilidade social será inorme. É meu entender que trabalham mesmo para isso.À que dizer isto claramente a toda a gente.

Anónimo disse...

Ai se fosse a RTP com o PS!...
Mal Cavaco Silva terminou a declaração, a SIC passou a palavra a Paulo Rangel, tendo o líder parlamentar do PSD falado por 5 minutos, sem o jornalista colocar questões para além da inicial. Só depois de algumas notícias e do comentador de serviço "cascar" no PS é que a SIC voltou às reacções partidárias, dando a palavra a António Filipe do PCP por 30 segundos. Não se ouviu mais ninguém.
Agora imaginemos se tivesse sido a RTP a fazer o mesmo, mas dando tempo de antena ao líder parlamentar do PS. O que viriam os Pachecos Pereiras e Ferreiras Leites deste país dizer, acusando a RTP de ser parcial. Mas como é a televisão do fundador do PSD...

Anónimo disse...

As facadinhas de Sua Excelencia.

Zé Boné

Anónimo disse...

Cavaco tem a experiência de 10 anos de governação na manipulação da comunicação social. É esse o papel do Fernando Lima que anda sempre atrás do chefe.

Anónimo disse...

Anibal sabe muito.

Deu algumas almoçaradas á CS na altura, foram 10 anos de almoços.

O Anibal é "bronco", mas não é parvo.

Ele sabia e sabe, que só podia aguentar o lugar a dica "não há almoços gratis" - era conhecida a "dica", quem a colocou em uso foi o ex prof da catolica - a "dica" só se aplicava nos negocios das empreitadas - bom, aplicava-se tambem nos "informes".


Zé Boné

Anónimo disse...

Repare-se na outra notícia do Sol de ontem, repescada depois por toda a comunicação social, baseada num panfleto anónimo, falamos da CP.

Quintanilha disse...

Nunca o Palácio de Belém esteve tão politizado como agora. Já agora, porque é que não mudam os serviços da São Caetano à Lapa para lá?
Que saúdades de Jorge Sampaio!

Anónimo disse...

De Jorge Sampaio? Porra! Dirá o Ferro Rodrigues e digo-o eu.

carlos disse...

Pois, nunca o Palácio de Belem esteve tão politizado como agora...exceptuando no tempo de Eanes e os seus governos presidenciais e contra o Sá Carneiro, do M. Soares e não adianta explicar e do Sampaio que mandou para o lixo um governo sustentado numa maioria parlamentar.
É preciso explicar melhor?
Vão mas é vender Magalhães ao Chavez

Anónimo disse...

carlos, carlos, tanta azia resolve-se com alka seltzer: Sampaio mandou para o lixo um governo que os portugueses empurraram para a incineradora (o pior resultado do PSD, se não me falha a memória). E o Governo era sustentado numa maioria que de onde tinha emanado Durão primeiro-ministro (é do Parlamento que emana o Governo). Santana que nem deputado era andou aos papéis desde a tomada de posse e empossou o disparate. Por isso, Sampaio fez bem em demitir um primeiro-ministro mentiroso, segundo o então ministro Henrique Chaves. É este Chaves que vai comprar os Magalhães?!

CLeone disse...

A «fonte» volta hoje a jorrar, no Público. Houve explicações particulares do Governo ao PR sobre o Orçamento, mas nem a fonte nem o jornalista partilham com os letores uma delas que seja. Apropriadamente, é uma peça de L. Alvarez, que se tem distinguido no jmf-ismo que por lá passa por ser jornalismo.