- «“Acha que o caso Freeport é uma investigação legítima ou uma campanha política contra o primeiro-ministro, José Sócrates?”
Esta pergunta posta hoje aos leitores do Público-on line diz bem da mentalidade que reina no “Público”, fruto do jornalismo tablóide que o Fernandes vai impondo no jornal.
Claro que não permite que se responda: há uma investigação legítima, a que o Ministério Público está a realizar, e uma campanha política que o jornal Público está a apoiar!»
- «Nada de espantar diante de alguns editoriais da Rádio Renascença, aliás descaradamente mais alinhados por certas alturas políticas – primeiro por esse fraseado ignorar o aviso evangélico que manda reflectir sobre a pureza própria antes da mão justiceira atirar a primeira pedra sobre a suposta sujidade alheia, depois por a voz popular há muito ter concluído que “há gente mais papista do que o Papa” , ainda porque já Sophia rezava: “Perdoai-lhes, Senhor, porque sabem o que fazem” e, finalmente, porque, é velho, quando um homem parece ferido de morte até os cães rafeiros lhe ladram ameaças e mostram os dentes …
Nada de perder tempo com analistas e historiadores que assinam Daniel Oliveira e Pacheco Pereira – espécies que estão com um pé dentro e outro fora das respectivas formações, que num caso é conglomerado de ressabiados e de iluminados, e noutro é conglomerado de espertos e interessados; espécies que a voz popular reduziu a flores que não se cheiram e, assim, apodrecem ao redor…
Entretanto o noticiário Freeport amaina – de certo porque a lama chegou a toda a parte e ficou instalada como verdade absoluta. Ou seja, o servicinho está concluído, para já.
Concluído até ao dia em que, fechadas as investigações e extraídas conclusões, o carrossel volte a rodar sob dois movimentos: um, nada foi apurado porque “ele” controlou o Ministério Público que o Dr. Cluny do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público antecipada e repetidamente avisou estar a ser despojado de poder e autonomia por legislação de iniciativa governamental, dois, o processo foi arquivado embora persistam coincidências estranhas, pressas a mais e dúvidas mais claras do que lençóis secando ao sol de verão.
Ah, ontem foi uma barrigada de Freeport na RTP 1 – primeiro na conversa de Judite de Sousa com António Vitorino, que ouvi, e depois nos Prós & Contras da dona Fátima Campos Ferreira, que dispensei (assim como a todas as edições desse programa – por causa de alguns miseráveis espectáculos que vi nesse programa, dados por gente que visto isso pertence às elites académicas e profissionais do meu país, e acentuados pelas intervenções, comentários, interrupções e dislates da moderadora).
Encharcado pela chuva e enlameado por produção conjunta de agentes judiciários anti-segredo de justiça e de jornalistas dispostos a tudo desde que façam a cabeça do povo e o libertem de quem acabou com o subsídio estatal para a Caixa de Previdência dos Jornalistas – o país inteiro já fez o pretendido, segundo as sondagens: sentenciou sem apelo nem agravo.
Lembrando Torga, “apetece gritar, mas ninguém grita”…»
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